Jogos da Rosie - Capítulo 431
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431: Ação! Não Contemplação! 431: Ação! Não Contemplação! Rosalinda entrou no suntuoso cômodo reservado para ela pela Família Blaize, o coração transbordando de alegria. Ela não podia acreditar na sorte que teve — tinha realmente conseguido chamar a atenção do patriarca, que ouviu com atenção cada palavra que ela pronunciou. Era uma ocasião memorável, uma notícia que a enchia de excitação e antecipação. No entanto, um incômodo sentido de suspeita puxava sua mente enquanto refletia sobre a fluidez de sua interação.
Por que o velho homem tinha concordado tão prontamente com sua proposta de colaboração com Wugari? E não só isso, ele se comprometeu a acelerar o início do projeto. Ele queria que começasse dentro da semana!
Rosalinda não pôde deixar de questionar os motivos por trás de seu apoio rápido e inabalável. Parecia bom demais para ser verdade, o que a fazia duvidar da autenticidade da situação.
Infelizmente, o tempo não estava do lado de Rosalinda. Apesar de seu desejo de mergulhar mais fundo nessas novas conexões, ela não tinha escolha senão se despedir da Família Blaize e partir no mesmo dia. Ela prometeu a eles que voltaria assim que as circunstâncias permitissem, sua determinação a impulsionando para a frente.
Horas depois, enquanto Rosalinda se preparava para partir, ela se despediu de Lachlan e do patriarca. Para sua surpresa, Josefina não mostrou inclinação para acompanhá-la. Rosalinda não pôde deixar de sentir uma mistura de alívio e curiosidade com a mudança de comportamento de Josefina, a qual ela suspeitava que poderia ser atribuída à incrível transformação provocada pelos opulentos banquetes em que ela vinha se deliciando.
“Posso perguntar sua idade?” Rosalinda perguntou a Josefina enquanto se apoiava na sacada, lado a lado.
A questão a incomodava desde que pôs os olhos na mulher aparentemente jovem. A aparência de Josefina desafiava sua suposição de ser uma adolescente, deixando Rosalinda atônita. Ela mal sabia que Josefina estava, de fato, se aproximando de seu trigésimo ano de existência.
“Mais velha do que você,” Josefina respondeu secamente, sem oferecer mais explicações. A curiosidade de Rosalinda permaneceu insatisfeita, mas ela entendeu que alguns segredos eram melhores deixados intocados por ora.
“Vim para falar sobre Atior com você,” Josefina finalmente falou, desviando a conversa para o assunto que estava em questão. Rosalinda acenou atentamente, ansiosa para se aprofundar no coração da discussão.
“A razão pela qual viajei às terras do norte foi devido à convocação de Atior,” Josefina confessou, sua voz carregada de propósito. “Fui encarregada de te encontrar, de nos reunir. No entanto, seu companheiro parecia acreditar que Atior te traiu e aos outros.”
Josefina encontrou o olhar de Rosalinda diretamente, seus olhos queimando com convicção. “As intenções de Atior eram puras. Ela só desejou ver você empoderada, testemunhar sua ascensão à grandeza,” ela explicou com sinceridade, suas palavras pairando no ar como um fio frágil. “Embora nossas intenções sejam diferentes.”
A expressão de Rosalinda endureceu enquanto ela lutava com emoções conflitantes. Atior havia desaparecido sem deixar vestígios, negando-lhe a oportunidade de uma conversa direta. Incerteza e perguntas sem resposta a roíam, mas ela escolheu manter seu silêncio por enquanto, permitindo que o peso das palavras de Josefina se acomodasse.
“Entendo sua falta de confiança em mim,” Josefina continuou, sua voz suavizando. “É por isso que decidi ficar aqui, para provar minha lealdade e dedicação à sua causa.”
Um lampejo de ceticismo brilhou nos olhos de Rosalinda enquanto ela confrontava a noção de que a decisão de Josefina de ficar poderia ser influenciada pelo novo deleite nos abundantes banquetes proporcionados pela Família Blaize. Era uma preocupação que ela não podia ignorar, mas não ousava expressar claramente.
“Não é o atrativo deste estilo de vida luxuoso que te seduz a ficar?” Rosalinda perguntou incisivamente. De que adiantava fingir agora?
Josefina deu de ombros, evitando uma resposta direta. “Há muitos que estão esperando pelo seu retorno,” ela respondeu de forma enigmática, seu tom cheio de um toque de tristeza. “Minha mãe foi apenas uma delas. Por séculos, vivíamos nas profundezas da floresta, ocultos dos olhos curiosos da humanidade, escondendo-nos das garras das sete famílias influentes. Sabíamos muito bem que a aceitação dos humanos permaneceria para sempre um sonho distante. No entanto, minha mãe e eu e o resto de nós somos diferentes de Atior.”
Confusão marcou o rosto de Rosalinda enquanto ela lutava para entender as revelações enigmáticas de Josefina. “Por que está compartilhando isso comigo?” ela indagou, sua voz tingida tanto de frustração quanto de fascínio.
Os olhos de Josefina perfuravam os de Rosalinda, seu olhar intenso. “Porque você não sabe de nada,” ela declarou, sua voz entrelaçada com um tom de condescendência. “Você está tão alheia quanto uma tela em branco à espera de ser pintada.”
O cenho de Rosalinda se aprofundou, uma mistura de apreensão e inquietação a envolvendo. Ela sentia que a conversa estava tomando um rumo perigoso, desvendando um tapeçaria de segredos e verdades que ela talvez não estivesse preparada para enfrentar.
“Isso é tudo o que você queria dizer?” A paciência de Rosalinda se esgotava enquanto ela fazia a pergunta a Josefina.
Desesperadamente, ela queria desviar a conversa para longe do tópico enigmático de ser uma suposta ‘deusa’. O mero pensamento disso provocava uma tempestade de confusão dentro dela, incitando uma turbulência que ela desejava evitar a todo custo.
Os olhos de Josefina estavam fixos em Rosalinda, transbordando de curiosidade e persistência. “Você não abriga nem mesmo o menor traço de curiosidade sobre quem você já foi?” ela instigou, seu tom entrelaçado com uma mistura de urgência e fascínio.
“Não tenho interesse em mergulhar no meu passado,” Rosalinda afirmou, forçando um sorriso contido. Ela nunca possuíra a intelectualidade ou inclinação para dissecar os mistérios de sua existência. A complexidade de tudo isso servia apenas para oprimir e confundi-la. “Tudo o que me importa é o futuro.”
De fato, tudo o que ela ansiava era a chance de viver uma vida pacífica e gratificante no presente. Infelizmente, o destino a havia enredado em uma teia de complicações intricadas, lançando-a em um papel que ela nem buscava nem compreendia.
Com resolução determinada, Rosalinda redirecionou seus pensamentos para assuntos mais práticos.
Ao invés de se entregar à teia emaranhada de ‘e se’, ela entendeu que seu tempo e energia seriam melhor gastos preparando-se e preparando Wugari para o desastre iminente que se aproximava. O presente exigia ação, não contemplação infrutífera.