Jogos da Rosie - Capítulo 429
429: Fúria Deslocada 429: Fúria Deslocada *BANG*
A raiva do homem mais velho explodiu como um vulcão, sua mão espatifando na mesa com um estrondo retumbante.
Esse homem não era outro senão o Patriarca da Família Blaize, seu cabelo vermelho fogo refletindo a fúria em seus olhos. Ele lançou um olhar penetrante sobre Lachlan, seu próprio filho, enquanto veneno escorria de suas palavras. “Você fugiu?” ele sibilou, sua voz cheia de raiva fervente. “Você fugiu daquele Brinley Fluer? Estava com medo dele e daquela bruxa Ena?”
Rosalinda permaneceu em silêncio atônito, incerta sobre o que dizer. A raiva do homem parecia deslocada, como se ele estivesse cego para o fato de que Lachlan tinha sido vítima de um ataque.
Não deveria ele estar indignado com aqueles que tinham incriminado seu filho? Rosalinda piscou, lutando para compreender a extensão do comportamento irracional do homem.
“Eu não fugi! Já expliquei isso pai. Alguém me puxou para longe de lá,” Lachlan argumentou, tentando se defender. Ao lado dele, outro jovem com cabelos vermelhos fogo franzia a testa, sua expressão refletindo a confusão de Rosalinda.
“Avô… essa foi a terceira mesa que você quebrou em apenas três semanas,” o jovem falou, sua voz tingida de exasperação. “Não dá pra você expressar sua raiva sem destruir móveis? Devo lhe dar uma mesa feita de pedra?”
Rosalinda permaneceu calada, observando a cena diante dela e prometendo silenciosamente a si mesma nunca convidar este velho homem para o norte.
Como alguém conseguia quebrar três mesas em tantas semanas? Era uma exibição desconcertante de temperamento. Este homem velho deveria estar na casa dos setenta anos, no entanto, parecia estar no início dos quarenta com sua constituição forte e robusta.
O patriarca, consumido por sua fúria, ignorou as palavras de seu neto e continuou seu discurso enfurecido, gotículas de saliva voando de sua boca. “Você— Seu pai foge de uma luta, e você está preocupado com mesas? Talvez eu devesse quebrar seus ossos então!” ele bradou, suas palavras cheias de decepção e frustração. “Hah! Pensei que tinha te criado para ser forte! Como você pôde fugir daqueles dois lunáticos? Hein?”
Lachlan, em uma tentativa fútil de raciocinar com seu pai, falou mais uma vez. “Pai, eu já expliquei—” Suas palavras perderam-se, frustração evidente enquanto lutava para encontrar um ponto em comum com seu pai inflexível.
Rosalinda observou a dinâmica familiar tensa, seus pensamentos acelerados. Ficou claro que o pai de Lachlan tinha expectativas profundamente enraizadas e um senso distorcido de orgulho. Ela não pôde deixar de sentir simpatia por Lachlan, preso no fogo cruzado da ira implacável de seu pai.
À medida que a tensão na sala se intensificava, Rosalinda percebeu que precisava calcular bem seus passos. Afinal, falar com um lunático como o patriarca poderia ser um desafio.
“Não posso acreditar nisso!” ele exclamou. A raiva do Patriarca reverberava pelo ar. “Como você pôde—
Sentindo a necessidade de desarmar a situação, o filho de Lachlan interveio, tentando acalmar a tempestade. “Avô, talvez devêssemos tentar manter a compostura,” ele sugeriu. “Não vamos esquecer que o Pai trouxe esta mulher que o salvou dos perigos do norte. Não deveríamos pelo menos agradecê-la por trazer o pai de volta vivo?”
A atenção do Patriarca mudou, um lampejo de intrigas substituindo sua raiva. “Ah… a mulher. Uma feiticeira, você diz? Traga-a!” ele comandou.
“Antes de qualquer coisa, podemos abordar o elefante na sala?” Lachlan aventurou-se, sua voz tingida de cautela. Rosalinda, imediatamente notou a relutância de Lachlan em aprofundar-se no tópico de Josefina, talvez por medo ou apreensão.
“Duquesa Rothley, pedimos desculpas por submetê-la a essa exibição dos defeitos de nossa família,” Lachlan acrescentou, seu olhar se voltando para Rosalinda. “Desculpe pelo choque que você experimentou.”
Rosalinda ofereceu um sorriso gentil em resposta. O que ela poderia dizer? Que o Patriarca de fato havia reagido excessivamente? “Não, está tudo bem,” ela respondeu, sua voz calma. “Não pretendia me intrometer nas questões da sua família. Se for aceitável para todos, podemos deixar a discussão que eu pretendia ter com o Patriarca para quando as emoções estiverem mais acalmadas. Parece que todos estão bastante… emocionalmente carregados no momento.”
Um suspiro coletivo de alívio pareceu varrer a sala à medida que as palavras de Rosalinda pairavam no ar. A oportunidade para um breve respiro se apresentou, permitindo que as emoções aquecidas esfriassem. No entanto, por baixo da calma fachada, uma tempestade se formava—um conflito de desejos opostos, segredos e a questão persistente de como essas relações emaranhadas se desembaraçariam.
“Que tal se eu te levar para fora enquanto pai se acalma? Acredita que o chá está pronto?” Lachlan olhou para seu filho.
Seu filho acenou obedientemente. “Sim, Pai. Está tudo pronto na sala de estar,” ele confirmou.
“Bom… Pai certamente nos seguirá até a sala de estar assim que estiver pronto.” Lachlan reconheceu, seu olhar fixo no pai. Havia um apelo silencioso em seus olhos, um pedido por compreensão e reconciliação, antes de virar-se e deixar a sala, Rosalinda seguindo de perto.
Ao saírem da sala, Lachlan não perdeu tempo em compartilhar seus pensamentos. “Eu esperava que a presença da Duquesa ajudasse a acalmar o velho,” ele confessou, decepção evidente em sua voz. “Mas eu estava enganado. Peço desculpas.”
Rosalinda balançou a cabeça. “Não foi incômodo,” ela assegurou.
Na verdade, ela tinha antecipado o temperamento volátil da Família Blaize. Ela havia se preparado para um confronto desde o início. O que a pegou de surpresa, no entanto, foi a fonte peculiar da raiva do patriarca—a saída prematura de Lachlan da luta, quando Josefina o salvou.
Realmente, era um gatilho estranho para tanta fúria.
Lachlan lançou um olhar para Rosalinda, uma sensação de resignação em seu rosto. “Meu pai sempre foi assim, desde que me lembro,” ele admitiu. Eles continuaram caminhando em direção à sala de estar, onde Josefina estava desfrutando de sua refeição.
“Fogo sempre agirá como fogo,” Rosalinda refletiu, suas palavras carregando um toque de sabedoria. No entanto, confusão permanecia em sua mente. Lachlan costumava agir como seu pai.
Por que Lachlan de repente mudou seu comportamento? Poderia ser atribuído a seus encontros com Josefina? A feiticeira conseguiu humilhá-lo de alguma maneira?
Os dois continuaram andando até alcançarem o longo balcão que os levaria à sala onde normalmente recebem convidados. O longo balcão oferecia uma vista pitoresca da vasta propriedade, o sol lançando um tom dourado quente sobre o entorno. Lachlan e Rosalinda caminhavam lado a lado, seus passos ecoando contra o piso de mármore enquanto se dirigiam para a sala destinada a receber os convidados. A cada passo, a antecipação crescia, misturada com uma sensação de inquietação.
Finalmente, eles chegaram à entrada majestosa da sala, suas portas duplas ornamentadas imponentes diante deles.
Lachlan empurrou as portas, revelando um espaço luxuosamente decorado que exalava um ar de elegância e opulência. Era uma sala projetada para impressionar, adornada com tapeçarias requintadas, lustres reluzentes e móveis de madeira polida.
Ao entrarem, a atenção de Rosalinda foi imediatamente atraída para a cena que a saudava.
Uma montanha de pratos vazios erguia-se diante de Josefina, que se levantou de seu assento com um sorriso sem graça. Os remanescentes de um banquete suntuoso estavam espalhados pela mesa, evidência de seu apetite voraz.
“Você voltou,” Josefina anunciou, sua voz tingida com um indício de diversão. “A comida estava simplesmente irresistível. Não quis que esfriasse, então decidi comer tudo.”