Jogos da Rosie - Capítulo 428
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428: Patrimônio da Família Blaize 428: Patrimônio da Família Blaize Profundamente Dentro dos Exuberantes Limites do Novo Escritório de Rosalinda.
“Você vai me acompanhar de volta ao Império de Korusta?” Lachlan falou, franzindo a testa. “Se você queria parar esta guerra… Eu posso te dizer agora que não há maneira de isso acontecer. Aqueles pessoas tentaram me matar. A Família Fluer precisava sofrer.”
Rosalinda, composta e coletada, levantou uma sobrancelha enquanto bebia calmamente seu chá, o gosto amargo espelhando o desacordo na sala. “Eu não quero parar a guerra,” ela declarou firmemente, colocando a xícara na mesa com um clique deliberado. “No entanto, estou muito interessada em estabelecer comércio com o Império de Korusta. Já falei com indivíduos influentes de Rakha, e eles concordaram em nos fornecer os suprimentos necessários para criar um portal.”
A mão de Lachlan disparou para cima, interrompendo a explicação de Rosalinda no meio da frase. Seus olhos se arregalaram em descrença. “Você está me dizendo que você… que você não tem intenções na guerra? Em vez disso, você está indo lá para convencer o Imperador a comerciar?” Sua incredulidade era palpável, suas suposições destruídas. Ele esperava uma postura mais combativa da nova Duquesa.
“O que a guerra tem a ver comigo?” ela contra-atacou, sua voz infundida com uma determinação silenciosa. “Mesmo que o comércio seja estabelecido, não significa que será afetado pela guerra. O conflito não será travado em Korusta. É Sloryn que suportará o peso da devastação se eles esperarem que você chegue aos seus portões.”
Um silêncio pesado caiu sobre a sala. A vasta distância entre Korusta e Sloryn pairava diante deles, um lembrete contundente da futilidade e da perda sem sentido que aguardava ambos os lados, caso a guerra eclodisse. A realização se fixou—os planos de comércio de Rosalinda seguiriam inabaláveis, desvinculados do conflito iminente.
A reputação da Família Blaize por sua natureza impulsiva os precedia, e Rosalinda sabia muito bem o potencial deles para iniciar uma guerra total. Mas ela não tinha intenção de se envolver na briga ardente deles. Sua prioridade estava em preparar o norte para a ameaça demoníaca iminente, uma responsabilidade que ela não podia se dar ao luxo de negligenciar, envolvendo-se na vendeta da família Blaize.
“Olha, você acabou de se casar e— ” Lachlan não foi capaz de completar suas palavras quando Rosalinda o interrompeu.
“Se você não quer que eu vá para Korusta, basta dizer,” ela interrompeu, seus olhos encontrando os dele com determinação inabalável.
Pego de surpresa, Lachlan abriu a boca para responder mas se viu sem palavras. Ele olhou para Rosalinda, sua mente acelerada com pensamentos conflitantes e emoções não ditas.
“Então eu vou acompanhar você para falar com o Imperador,” ele disse.
“Muito bem,” Rosalinda se levantou.
“Para onde você está indo?”
“Para Korusta…” Rosalinda disse.
“A— Agora?” Lachlan gaguejou, surpreso com sua súbita urgência.
“Você esperava que esperássemos por dias? O tempo é essencial, e eu não tenho nenhum para desperdiçar,” ela explicou, sua voz tingida com um toque de impaciência.
A confusão nublou o rosto de Lachlan enquanto ele notava os dispositivos peculiares sobre a mesa. “O que são esses?” ele perguntou, apontando para os dispositivos de teletransporte diante deles.
Os lábios de Rosalinda se curvaram em um sorriso conhecedor. “Dispositivos de teletransporte,” ela revelou. “Eles nos transportarão para Korusta rapidamente. No entanto, cada dispositivo só pode ser usado uma vez antes de desaparecer.”
A surpresa de Lachlan se misturou com curiosidade. Ele havia subestimado o alcance das capacidades de Rosalinda. “Você possui tais artefatos?” ele refletiu, sua voz cheia de espanto.
“Os tempos estão mudando,” ela proferiu, suas palavras ressoando com uma determinação tranquila. “Os humanos estão evoluindo, e nós devemos nos adaptar se quisermos forjar um futuro mais brilhante.”
……..
Há várias razões pelas quais a Família Blaize escolheu se estabelecer no Império de Korusta e uma delas é sua proximidade com vulcões.
Esse arranjo único entre o povo abençoado pelo fogo e o ambiente vulcânico é impulsionado por uma combinação de razões culturais, místicas e práticas.
A primeira era sua conexão com o elemento que podiam manipular. Os indivíduos abençoados pelo fogo acreditavam possuir uma afinidade inata com o fogo e retirar seus poderes da energia elementar presente em seu ambiente. Vulcões, com seu lava em erupção e calor intenso, são considerados fontes poderosas de energia bruta do fogo. Morar perto de vulcões permite que essas pessoas talentosas acessem essa potente energia e aprimorem suas habilidades de manipulação do fogo.
A segunda era o fato de que essas regiões vulcânicas são vistas como santuários sagrados onde o povo abençoado pelo fogo pode se comunicar com as forças primais do fogo. O calor intenso, a lava incandescente e a fumaça volumosa são vistas como manifestações da presença da deusa. Ao residirem perto de vulcões, eles podem se conectar melhor com seu patrono elemental e aproveitar ao máximo seus poderes.
A terceira era que o ambiente implacável ao redor dos vulcões oferece um terreno de treinamento desafiador para aqueles que buscam dominar suas habilidades de manipulação do fogo. A constante exposição ao calor intenso, erupções imprevisíveis e lava derretida força os indivíduos abençoados pelo fogo a desenvolver um controle excepcional sobre seus poderes. Eles aprendem a manipular o fogo em sua forma mais crua, aprimorando suas habilidades e tornando-se praticantes formidáveis de magia do fogo. Por isso, a Família Blaize sempre achou que são superiores aos outros membros das famílias abençoadas porque foram capazes de abraçar sua essência expondo-se em um ambiente quente sem fim.
O quarto e mais importante motivo era que viver perto de vulcões concede à comunidade abençoada pelo fogo acesso a recursos únicos. O solo vulcânico, enriquecido com minerais e nutrientes, suporta terras férteis que produzem colheitas abundantes. O calor gerado pelo vulcão pode ser canalizado para vários propósitos práticos, como aquecer casas, alimentar forjas e aprimorar o artesanato na metalurgia. Eles aprenderam a utilizar os recursos vulcânicos para melhorar sua qualidade de vida e avançar em sua sociedade.
O olhar de Rosalinda se desviou da fumaça saindo dos grandes edifícios em Korusta, seus olhos seguindo os redemoinhos de plumas enquanto um arrepio percorria sua espinha. Não era o frio que causava o calafrio, mas sim a desconhecida do clima escaldante. Seu corpo, acostumado com o norte temperado, lutava para se aclimatar ao calor implacável. Ela silenciosamente louvou sua própria previsão por ter escolhido roupas simples e leves—uma camisa e calças—enquanto Lachlan, em sua mentalidade tradicional, franzia a testa com sua partida do traje de vestimenta esperado para mulheres nessa região.
Um sorriso irônico brincou nos lábios de Rosalinda enquanto ela contemplava o nítido contraste entre a mente aberta das terras do norte e os costumes conservadores do sul. Parecia que até o clima sufocante não conseguia derreter as rígidas expectativas impostas às mulheres. No entanto, ela permaneceu resoluta em sua recusa de conformar, revirando os olhos para as normas antiquadas que limitavam sua liberdade.
“Siga-me,” Lachlan ordenou, seu olhar alternando entre Rosalinda e Josefina. Josefina insistiu em acompanhá-los, e Lachlan concordou surpreendentemente sem muita resistência, para irritação de Rosalinda.
Desde aquele incidente com Atior, Rosalinda vinha tentando manter a mulher à distância. Ela não queria se envolver com outro feiticeiro.
“Este lugar é meio estranho,” Josefina ponderou. “É muito quente. Por que os humanos vivem aqui?”
“Este lugar é bom…” Lachlan os levou ao mercado. O teletransporte os levou ao mercado negro em Korusta, que estava conectado com o Mercado na Capital de Korusta. Logo, os três encontraram cavalos e começaram a viajar em direção à propriedade dos Blaize.
Depois de cerca de uma hora, finalmente chegaram à famosa mansão da Família Blaize.
Em sua vida anterior, Rosalinda tinha ouvido sussurros e contos sobre a propriedade única dos Blaize, mas ela nunca poderia ter imaginado a verdadeira natureza de sua peculiaridade. Enquanto ela ficava diante da mansão, seus olhos se arregalaram em descrença. Ela se pegou piscando repetidamente para garantir que não estava presa em algum tipo de sonho vívido. A imponente estrutura parecia ter forjado sua existência sobre o próprio lado de um vulcão adormecido, como se fosse uma extensão das profundezas ardentes abaixo.
A arquitetura da mansão, meticulosamente elaborada com uma mistura de opulência e praticidade, ostentava as inconfundíveis marcas da conexão da Família Blaize com o elemento do fogo. As paredes, feitas de uma combinação de pedra vulcânica escura e tijolos vermelhos cintilantes, exalavam um ar de força e resiliência. Gravuras intrincadas retratando chamas dançantes adornavam cada canto, prestando homenagem à ligação ancestral entre a linhagem dos Blaize e o elemento que os abençoara.
Enquanto o olhar de Rosalinda subia, seus olhos foram atraídos para as varandas em cascata que pareciam pendurar precariamente à beira, oferecendo uma vista inigualável da vasta paisagem vulcânica abaixo. As varandas, forjadas com um trabalho de ferro ornamentado que imitava os movimentos sinuosos das chamas.
Rosalinda absorvia a grandeza da mansão. Era como se o próprio pulsar da Família Blaize ressoasse dentro dessas paredes, pulsando com a energia bruta do fogo que comandavam.
O ar ao redor da mansão carregava um calor distinto, um toque gentil que sussurrava sobre o fogo eterno fervilhando sob a superfície da terra.
No entanto, o calor abrasador dos arredores era insuportável, especialmente para alguém que havia se acostumado aos climas mais frios do norte.
Gotas de suor se formavam em sua testa, ameaçando enfraquecer sua determinação. Ela limpou a testa com o dorso da mão, sentindo o calor irradiando de sua própria pele. Era como se o próprio ar estivesse em chamas, testando os limites da resistência.
“Só posso supor que o homem de fogo é imune às temperaturas escaldantes,” Josefina mused alto. “Mas e os outros? Como eles podem suportar tanto calor? Parece insuportável para eles viver aqui.”
“Aqueles que carregam o sangue da Família Blaize, independentemente de sua habilidade de manipular o fogo, possuem uma resiliência inerente ao calor,” Lachlan explicou. “Este lugar, nosso lar ancestral, serve como um santuário para nós. É um testemunho da essência ardente que flui em nossas veias.”
Antes que Lachlan pudesse aprofundar mais em sua explicação, um alvoroço irrompeu ao redor deles. Gritos e clamores encheram o ar quando as pessoas nas proximidades da mansão notaram a presença de Lachlan, Rosalinda e Josefina. A notícia se espalhou como fogo, acendendo uma onda de caos e curiosidade entre os habitantes.