Imprestável para Inestimável: A Companheira Rejeitada pelo Alpha - Capítulo 91

91: CAPÍTULO 91 91: CAPÍTULO 91 P.O.V. DO KADEN
Não havia nada melhor do que acordar com o corpo de Amelia bem pressionado contra o meu. Até terminarmos ontem à noite, ela estava exausta demais para se mover e eu gostava tanto de sentir a pele dela encostada na minha que não fiz nenhum esforço para dar algo a ela para vestir. Era uma bênção e uma maldição, pois acordei com as pernas dela jogadas sobre os meus quadris e meu pau aninhado bem contra as dobras dela. Ela respirava suavemente, mas isso não me impedia de endurecer. A ação fez com que ela se mexesse contra mim, o que de modo algum ajudava a situação.

Soltei um palavrão em voz baixa e exalei profundamente pelo nariz na tentativa de me acalmar. Não havia necessidade de eu agir como um adolescente excitado quando estive completamente dentro dela na noite passada. Por um breve momento, entendi as pessoas que recorrem às drogas, compreendi a necessidade da sensação eufórica porque ela era como uma droga e eu já queria minha próxima dose. Enquanto olhava para os traços delicados dela, não pude deixar de perceber o quanto ela era perfeita para mim. Mesmo depois de perder o controle do meu lobo, ela não fez nenhum movimento para fugir de mim. Em vez disso, apenas sentou-se pacientemente ao meu lado e esperou.

Uma mecha de cabelo dela caiu sobre o seu rosto e eu não consegui me conter de estender a mão e afastá-la. Ela fez um som na garganta e se moveu acima de mim. Foi um movimento pequeno, mas fez com que as dobras dela roçassem no meu pau já duro e eu inclinei a cabeça para trás com um gemido. Era uma tortura estar tão perto dela, mas não poder tocá-la. Eu não queria despertá-la do sono.

Felizmente, não precisei me preocupar com isso por muito tempo, pois ela piscou lentamente e me olhou com um pequeno sorriso.”Oi,”
A voz sonolenta dela era suave e sexy e acertava todos os nervos certos dentro de mim. Em vez de responder, dei um beijo delicado em sua cabeça. Foi tudo o que pude fazer para me impedir de agir sobre as fantasias depravadas da minha cabeça enquanto me afastava dela. Os olhos dela se arregalaram quando ela me olhou e ela corou e desviou o olhar. Não pude evitar de balançar a cabeça para ela com um pequeno sorriso.

Não importava que eu tivesse acabado de transar com ela e que passamos a noite juntos na cama, Amelia era tímida e sempre ficava um tom profundo de rosa sempre que a nudez estava envolvida. Foi um dos motivos pelo qual ontem foi extremamente especial para mim. Ela saiu da zona de conforto dela por mim e isso era algo que eu não ia dar como garantido.

Dei uma olhada rápida no relógio ao lado da cama e soltei um palavrão ao perceber o quão tarde já era. Praticamente corri para o banheiro e tomei o banho mais rápido da história. Ouvi Amelia fazer algumas perguntas, mas ela deve ter chegado à mesma conclusão que eu, porque também soltou um palavrão e eu a ouvi se mexendo pelo quarto. Não era que eu não pudesse me dar ao luxo de chegar atrasado, era que eu me orgulhava de ser sempre pontual. Gosto de liderar pelo exemplo.

Nos próximos quarenta e cinco minutos, estávamos no carro a caminho do escritório. Eu tinha esquecido completamente do café da manhã até ouvir o estômago de Amelia roncar. Virei-me para ela, mas ela fez um gesto como se não fosse nada demais. Isso me irritou porque ela sempre tentava minimizar as emoções dela para o conforto dos outros. Não importava que estivéssemos a cerca de dois minutos do escritório, virei o carro.

“Para onde estamos indo?” ela perguntou e eu dei de ombros. “Não precisamos ir a lugar nenhum. Eu posso sempre pegar um café ou donuts no escritório. Não é nada demais.”

“Para mim é,” eu disse simplesmente e isso foi tudo o que foi necessário para deixá-la completamente quieta.

Levei-a a um dos meus lugares favoritos para tomar café da manhã. Minha mãe e eu íamos lá quando eu era mais novo. Ela me levava lá para uma refeição todo fim de semana, eu sempre esperava por isso. Mesmo quando cresci, sempre fiz questão de ir com ela, mas logo depois que fiz dezoito anos, ela parou. Nunca soube o porquê, era como um dia termos essa tradição incrível e no outro, ela estava me dizendo o quanto estava ocupada e como nem todas as coisas eram para durar.

“Kaden,” senti a mão de Amelia no meu ombro me trazendo de volta à realidade e percebi que o garçom estava me olhando esperando. “Apenas dois bagels e uma torta seria bom. Precisamos para levar.”

O garçom assentiu e nos sentamos na cabine vazia para esperar. Amelia estava me observando como se eu estivesse prestes a explodir e eu tentei dar a ela um sorriso pequeno para tranquilizá-la, mas ela não parecia convencida. Ela estendeu a mão e pegou a minha, apertando suavemente.

“Está tudo bem?” ela perguntou e eu assenti. “Tem algo a ver com este lugar?”

Hesitei antes de responder. “Minha mãe e eu costumávamos vir aqui, mas faz um tempo que não viemos. Foi o primeiro lugar em que pensei e era o mais perto.”

“Por que vocês pararam?”

“Eu gostaria de saber,” soprei. “Muitas coisas pararam quando eu fiz dezoito anos e, caramba, eu nem sei por quê. Era só uma daquelas coisas da vida. Não importa.”

Ela procurou no meu rosto e eu pude dizer que ela não acreditava nas minhas palavras. A verdade era que nem eu acreditava, mas eu tinha aprendido a não me importar. Desde jovem, sabia o que era esperado de mim e aprendi a não me focar em nada mais. Nada mais importava e eu estava mais do que bem com isso.

“Podemos criar novas memórias,” a voz dela estava quase inaudível e foi tudo o que eu precisava para o canto da minha boca se erguer. “O que me diz?”

“Acho que foi a coisa mais incrível que já ouvi na minha vida.”

Eu queria beijá-la mas o garçom chamou pelo nosso pedido. Assisti enquanto ela ia buscar e voltamos para o carro juntos. Estava prestes a dar a partida quando senti meu telefone vibrar no bolso. Normalmente, teria ignorado, mas algo me fez pegá-lo para checar a mensagem. A primeira coisa que notei foi que era da Dra. Brown. Fiquei chocado, pois ela não era do tipo que mandava mensagens de texto, mas quando vi o conteúdo, xinguei em voz baixa.

“Está tudo bem?” Amelia perguntou e eu me virei para ela com um pequeno sorriso e um aceno.

“Tudo bem, só preciso te deixar e resolver algo rapidamente.”

“É os renegados de novo?”

Quase acenei, mas me contive. Eu não ia mentir para ela. E se ela descobrisse sobre isso? Ainda não estava pronto para contar tudo para ela, a menos que pudesse confirmar, então dei de ombros.

“É outra coisa, eu explico quando puder.”

Felizmente, ela não fez mais perguntas, mas eu podia ver que ela não estava muito feliz com minha dispensa ou com o fato de eu não ter dado respostas claras. Quando chegamos ao escritório, segurei seu queixo com as duas mãos e lhe dei um beijo deslumbrante. Ela ficou chocada com isso e levou um segundo até mesmo para retribuir. Quando me afastei, os olhos dela estavam atordoados e ela tinha um leve rubor nas bochechas.

“Vou te buscar e se eu não puder, mandarei o Caleb, tá bom?” ela assentiu como se a língua estivesse presa e eu senti um certo orgulho masculino doentio com a ideia de ser eu a deixa-la sem palavras. “Você deve entrar.”

Ela piscou para recuperar a compostura e a vi sair correndo do carro com o café da manhã nas mãos. Ela se virou para me olhar e as bochechas dela esquentaram ao pensar no beijo que eu tinha dado antes de desaparecer pelas portas. Esperei até ela ter ido antes de dar partida no carro e dirigir de volta para o hospital.

Demorei dez minutos até chegar ao escritório da Dra. Brown e não bati antes de empurrar a porta aberta. “Me diga o que essa mensagem significa.”

“Bom dia para você também, Alpha, fico feliz que você tenha conseguido vir com tão pouco aviso. Por favor, feche a porta atrás de você,” eu odiava o tom cortês e profissional dela, mas fiz como ela tinha pedido e me movi até estar diretamente em frente à mesa dela.

“Me fale sobre a mensagem. Você não pode me mandar uma mensagem às oito da manhã e me informar que tem um jeito de consertar minha memória e não esperar que eu invada aqui e exija uma explicação.”

“Eu não tenho uma solução para você, só tenho uma ideia, uma sugestão, se preferir chamar assim.”

“Seja lá o que for, quero saber agora.”

“Não é um plano infalível, considerando que eu não sei o que ela usou, mas a cura é uma arte, é uma ciência que é aperfeiçoada com tentativas.”

“Você quer me usar como cobaia,” eu disse em tom monótono, e ela pelo menos teve a decência de parecer envergonhada.

“Quero experimentar. Não haverá efeitos colaterais negativos; disso eu posso te assegurar, pois estou usando ervas naturais. O ponto é que você me incumbiu de chegar ao fundo disso e eu não acho que eu consiga, mas estou disposta a me esforçar ao máximo se você colaborar comigo.”

“Ninguém pode saber disso,” eu avisei e ela se inclinou. “Você também não pode me mandar mensagem assim, porque eu não quero que minha companheira descubra sobre isso. Ela vai se preocupar e isso é a última coisa que eu quero fazer com ela, entendeu?”

“Você tem minha palavra, sua majestade. Mantive as informações sobre sua memória em segredo por muitos anos. Sou mais do que capaz de manter este segredo também.”

Era como se eu estivesse fazendo um pacto com minha vida e eu não sabia se seria algo bom ou ruim no final do dia. Seja lá como for, eu estava determinado a enfrentar isso, então limpei a garganta.

“Quando começamos?”

“Agora é mais do que aceitável.”