Imortal Imperatriz do Gelo: Caminho para a Vingança - Capítulo 952

Capítulo 952: Salvo

“Boa, Maria”, murmurou Mira enquanto seu corpo ficava mole. Ela queria dar uns tapinhas nas costas da loira, mas estava muito ferida e exausta para fazer isso.

‘…Faz tempo que alguém me pressionou a esse ponto.’ Mira pensou, ignorando o fato de que estava morrendo lentamente.

O que quer que Maria tenha feito para impedi-la de se curar ainda estava em efeito, e o último ataque dela realmente atingiu seu ‘coração’, ou melhor, seu Núcleo da Essência Absoluta.

Ela continuava perdendo sangue, e os efeitos posteriores de [Explosão de Sangue] certamente não ajudaram. Seu Qi praticamente se esgotou e sua mente começava a ficar confusa.

Provavelmente existiram apenas um punhado de vezes em todas as suas vidas em que ela esteve em um estado tão lamentável.

‘Não é ruim.’ Ela riu para si mesma. ‘Se fosse alguém além dela que fizesse isso, eu provavelmente estaria furiosa, recusando aceitar minha derrota, mas… eu provavelmente mereço isso.’

Foi uma batalha árdua, onde ela deu realmente tudo de si.

‘Não, isso não está certo.’ Ela balançou a cabeça por dentro. ‘Eu tentei vencer, mas não estava tentando matá-la. Não queria.’

Se ela tivesse usado sua manifestação da Foice e realmente levado suas habilidades de criação ao limite, talvez ela pudesse matá-la. No entanto, se fizesse isso, ninguém ganharia. Afinal, ela não queria que Maria morresse.

Mas tudo isso eram meras sutilezas, talvez uma maneira de lidar com tudo. No final, ela não as usou e perdeu. Maria planejou adequadamente e usou tudo o que tinha à disposição, levando o possível ao limite.

Ela nem sabia que o elemento de luz poderia ser usado de maneira tão criativa. Era muito mais perigoso do que ela inicialmente pensava.

‘Ou talvez eu apenas ignorei porque pensei que só poderia ser usado para curar, algo que quase nunca precisei.’

Depois de uma introspecção, ela percebeu que talvez… ela devesse se esforçar mais em outros elementos além do gelo. Não da maneira que ela se tornaria de repente uma usuária do elemento terra ou algo assim, mas ela poderia tentar encontrar uma maneira de unir todos os seus elementos adequadamente.

Similar a como ela criou sua Luva Explosiva de Gelo, mas ligeiramente diferente.

‘Haaa… Tanta coisa para fazer.’

Forja, cultivo, matar, treinar, iluminação do Dao, caça ao tesouro, e treinar sua filha/discípula… Ela tinha demais em seu prato com muito pouco tempo.

Felizmente, ela era tão talentosa quanto era, ou senão ela poderia acabar passando séculos sem muito progresso em nada.

‘Deveria passar a próxima década ou mais forjando e criando minhas próprias técnicas?’ Esse pensamento fugaz parecia bastante atraente, mas ela sabia que teria que esperar até poder se sentar e dedicar tanto tempo a isso.

Ela tossiu algumas vezes, com sangue escorrendo pelos seus lábios, e deu um sorriso amargo. ‘Isso é, se eu conseguir sobreviver.’

De repente, Rhydian desceu junto com Vulcano e Hana. Deslizando sua asa sob seus corpos, ela os levantou para suas costas, onde Vulcano e Hana puderam cuidar deles e decolou.

“Você está… Você está bem, Mira?” Hana perguntou hesitante, apesar de saber a resposta. Não importava como se olhasse, Mira estava em um estado terrível; sua respiração estava fraca, seu rosto pálido, e a aura opressora que geralmente emanava já não estava mais lá.

Mira balançou a cabeça lentamente, mas era o máximo que ela podia fazer.

“…Tem algo que eu possa fazer?” Hana perguntou de volta, mas Mira apenas sorriu amargamente.

Ela poderia tirar ervas de seu Jardim Infinito ou algumas pílulas questionáveis do seu Espaço de Armazenamento, mas nenhuma delas seria de grande utilidade.

Ela não estava morrendo agora por falta de vitalidade para curar; era porque aquela parte dela estava selada. Ela não podia se curar agora, mesmo que quisesse, sem dissipar o Qi de Maria, o que não era fácil em seu estado atual.

Vulcano gentilmente empurrou Maria para longe de Mira, dando espaço para a última respirar. No entanto, ele deixou a espada em seu peito, sabendo que removê-la faria mais mal do que bem.

Então, ele foi até uma das mãos de Maria e pressionou seu nariz contra o Anel Espacial dela. Um momento depois, duas pílulas saltaram e caíram nas costas de Rhydian. Ele pegou uma com os dentes e empurrou a outra para Hana.

“D-Devo dar isso a Mira?” Hana perguntou, um pouco confusa. Quem era essa raposa mesmo?

Vulcano suspirou resignado e acenou com a cabeça. Por mais que ele não gostasse de Mira, ele não queria vê-la morrer.

As mãos de Hana tremiam levemente enquanto ela pegava a pílula que Vulcano empurrou para ela. “Isso vai ajudar ela, certo?” ela perguntou, sua voz entrelaçada de preocupação enquanto olhava para Vulcano.

Vulcano acenou com a cabeça, depois pulou no peito de Maria.

Com um suspiro profundo, Hana se aproximou de Mira, estendendo a pílula para ela. “Mira, você precisa tomar isso”, ela insistiu, sua voz suave mas firme.

Com a consciência oscilando como uma vela ao vento, Mira mal conseguiu acenar. Com um esforço hercúleo, ela abriu a boca, permitindo que Hana colocasse a pílula em sua língua. O efeito foi quase imediato; um brilho fraco emanou de seu corpo enquanto o ‘selo’ que segurava sua vitalidade estourou como uma barragem, permitindo que ela finalmente se curasse.

Sentindo que as coisas agora ficariam bem, ela desmaiou e permitiu que seu corpo e a pílula fizessem sua mágica.

Vulcano, enquanto isso, voltou sua atenção para Maria, que ainda estava inconsciente mas estável. Ele sabia que a recuperação dela era crucial, não apenas pelo bem dela, mas pelo de Mira também.

Ele deixou a pílula em sua boca, então empurrou para baixo de sua garganta com sua pata. Embora Maria arfasse e tossisse, tentando vomitar de volta, Vulcano não permitiu.

Assim que a pílula atingiu seu estômago, ela se dissolveu e cobriu seu corpo em uma película de luz enquanto todas as suas lesões começavam a cicatrizar.

Embora essas fossem apenas medidas protetoras, elas pelo menos manteriam ambas vivas até que pudessem realmente lidar com suas lesões. Vulcano suspirou e deitou nas costas de Rhydian.

Agora que ele havia efetivamente prolongado suas vidas, tudo o que ele podia fazer era esperar que elas acordassem.

A viagem continuou em silêncio, o único som sendo o sussurro do vento e o bater constante das asas de Rhydian.

***

“Sim! Hahaha! Eu te disse! Eu sabia que a loira ganharia!” Kaius levantou o punho no ar e gritou. Ninguém sabia, mas ele secretamente protegeu aqueles dois de qualquer interferência externa dos ‘jovens’ do Reino do Mar Divino.

Celaine revirou os olhos, mas o sorriso discreto em seu rosto traiu seus pensamentos. “…Só estou aliviada que acabou.”

“Sim, sim. Eu sei que você também gostou de vê-los. Não precisa mentir.”

“…”

“De qualquer forma, você tem amigos impressionantes, garota.” Ele se virou para ela com um sorriso. “Vai ser bem difícil acompanhar eles.”

“…Eu sei.” A expressão de Celaine voltou ao neutro.

“Mas não se preocupe! Vou te deixar forte o suficiente para enfiar os dois no chão!”

“…”

“…Talvez.”

A sobrancelha de Celaine se contorceu. Ela de repente se arrependeu de ter aceitado aprender com esse tolo.

“Ei! Não me olhe assim! Esses dois são insanos! Principalmente aquela raposa! Eu sei que tecnicamente ela perdeu, mas ela mal usou técnicas e basicamente lutou com uma desvantagem severa o tempo todo. Ainda assim, ela pressionou a loira até o limite do colapso com pura força bruta. Dê a ela alguns anos e ela pode realmente se tornar incomparável neste mundo!”

Celaine suspirou e acenou com a cabeça. “Sim. Eu sei. Ela é um monstro, por completo. Maria também é talentosa, mas essa foi provavelmente a única chance que ela terá de vencer Mira. Duvido que Mira permita que ela mesma sofra uma perda desse tipo novamente.”

“Droga! Parece que temos trabalho a fazer, hein?” Kaius clicou a língua. Para ser honesto, ele nunca viu alguém tão talentoso quanto Mira.

Baseando-se em pura força física e reservas de Qi, ninguém podia igualá-la no mesmo nível. Até ele, quando estava no Reino da Transformação da Alma, não seria capaz de competir com ela.

Ela fazia todos esses chamados gênios parecerem patéticos. E isso sem criar ou seguir um estilo de luta definido. Para ele, parecia apenas que ela estava jogando Qi ao redor sem reservas, pois simplesmente tinha demais.

Por que a necessidade de controle quando cada movimento dela poderia destruir o que quisesse?

No entanto, o que mudaria se isso mudasse? E se ela aperfeiçoasse seu controle, seguisse um estilo de luta definido, criasse sua própria Arte de Batalha e verdadeiramente se dominasse?

‘…Eu nem consigo começar a imaginar quão forte ela seria.’ E esse pensamento lhe trouxe um sorriso ao rosto.

O mundo tem sido tão entediante por tanto tempo! Agora, finalmente, algo interessante estava acontecendo!

“Hahaha! Agora sim! Estou motivado!” Ele de repente explodiu em risadas antes de agarrar os ombros de Celaine. “Para nosso primeiro objetivo, vamos te deixar tão forte quanto aqueles dois!”

“…Como assim?”

“E para isso, vamos precisar pegar uns insetos.” Olhando para o teto, ele sorriu maligno enquanto observava os chamados Mestres tentando invadir seu castelo.