Imortal Imperatriz do Gelo: Caminho para a Vingança - Capítulo 928

Capítulo 928: Saque

“Uau!” Yanira arregalou os olhos diante da cena à sua frente. Era como se tivessem entrado em um mundo completamente diferente. Sem mais gelo, sem mais frio cortante, e Qi em abundância.

Em vez daquele inferno de onde tinham acabado de sair, isso parecia um paraíso com vegetação por toda parte.

Seus meridianos se sentiam inundados, havia tanto Qi aqui embaixo.

“Lembre-se, eu fico com 60%”, disse Mira, jogando um balde de água fria em Yanira.

Ela franziu a testa e encarou a mulher raposa. O pensamento de matá-la passou por sua mente mais de uma vez.

‘Nada me impede. Eu posso não estar em condições máximas, mas é mais do que suficiente para assá-la.’

As duas se encararam nos olhos, desafiadoras, apenas esperando que a outra fizesse um movimento. No entanto, nenhuma recuou.

Yanira não conseguia ver nenhum medo nos olhos de Mira. Em vez disso, seus olhos diziam, ‘Se eu não conseguir te matar, pelo menos levarei um braço ou uma perna antes de morrer.’

Pelo que ela havia experimentado com Mira antes, tinha certeza de que a garota faria algo louco por vingança, independentemente das consequências.

Um arrepio subiu pela espinha dela ao pensar, e ela clicou a língua em irritação antes de desviar o olhar. ‘Tch! Por que eu tenho que me envolver com essa lunática?’

Do outro lado, Mira respirou aliviada. ‘A pressão de um Mestre do Reino do Mar Divino não é brincadeira.’

‘Sorte que acabou sem uma luta.’

Mira ajustou sua postura, as orelhas de raposa se mexendo enquanto ela examinava os novos arredores verdes. “Precisamos continuar andando”, disse ela, quebrando o silêncio tenso. “É provável que haja guardiões ou algo do tipo protegendo este lugar. E não estamos exatamente em forma para lidar com eles.”

“Heh~” Yanira zombou. “Você realmente tem uma imaginação fértil. Se aquela fera antes não era a Guardiã, então eu não sei o que seria.”

Mira deu de ombros. “Minha sorte é bem ruim. Só estou te avisando, mas se você morrer, vou saquear seu cadáver.”

Yanira estreitou os olhos. Por algum motivo, ela tinha uma leve premonição de que as palavras de Mira poderiam se tornar realidade. “Tudo bem…”

As duas partiram, navegando cautelosamente pelo terreno exuberante e desconhecido. O ar estava denso com Qi, um contraste marcante com os desertos estéreis que tinham atravessado antes. Era quase embriagador, e Yanira podia sentir sua força retornando lentamente a cada passo que dava.

De repente, sentiram como se tivessem passado por algum tipo de película invisível, e sua visão mudou um pouco. O ambiente continuava o mesmo, mas agora, em vez de apenas planícies gramadas pequenas, estava repleto de tesouros.

Yanira avançou com olhos brilhantes. “Mina de Pedra Espiritual de Estágio Avançado!”

“Materiais de Grau Divino!”

“Essências de Sangue de Feras de Rank 10!”

“Puta merda! Acertamos em cheio!”

Quanto mais Yanira olhava, melhores eram os itens ao redor. Então, de relance, ela notou um ovo com uma força vital incrivelmente forte. Era parecido com os das câmaras anteriores, mas distintamente diferente. Sua aura se assemelhava àquela besta com que os outros Mestres da Seita ainda estavam lutando.

“Isso é meu!” Ela rapidamente pegou o ovo, trazendo-o para perto de seu peito. Embora não tivesse ideia do que era, se conseguisse criá-lo corretamente, sua Seita teria uma Besta Guardiã que poderia crescer mais forte que ela.

Mira assentiu sem se importar muito. Ela já tinha ‘pets’ suficientes para cuidar e certamente não queria algum verme nojento fedendo o lugar.

Em vez disso, seus olhos foram atraídos por um pedaço de gelo no centro dessa câmara secreta. À primeira vista, não havia nada de especial nele além de ser um pedaço aleatório de gelo num paraíso. Mas Mira podia sentir o quão incrível era.

Com todas as matrizes e formações suprimindo e tirando vantagem dele, o pedaço de gelo não tinha qualquer tipo de aura. No entanto, Mira tinha um palpite.

‘É isso que está suprimindo nosso Qi tanto.’

Não estava afetando essa sala simplesmente por causa de todas as formações e matrizes selando-o e bombeando sua energia para o resto da montanha, mas certamente era um tesouro.

Ela pegou, sentindo uma mudança sutil no ar enquanto fazia isso. “Então eu vou ficar com isso.”

Yanira olhou, viu um pedaço de gelo, e bufou. “Sem problemas.”

Mira não o guardou ainda, pois tinha um pressentimento de que seu Espaço de Armazenamento cortaria qualquer tipo de conexão que tivesse com o mundo externo. As consequências disso eram desconhecidas.

Esses foram os únicos itens únicos dentro da câmara. Assim, Mira e Yanira passaram os próximos minutos dividindo o resto, com Mira ficando com 60% e Yanira com 40%.

Depois de saquearem o lugar até secar, tudo o que restava era um caixão que estava enterrado sob tudo.

“Então, isso era a herança de alguém?” Yanira perguntou em voz alta, nem tão chocada. Afinal, esse era um vale da morte.

Tantas pessoas morreram nesse cume, não era surpreendente que alguém deixasse uma herança para trás. O que a surpreendia era que alguém tão rico morresse aqui.

‘Bem, eu acho que não é tão chocante. Eu quase morri aqui também.’ Ela pensou, sentindo-se agridoce.

“Devemos abrir?” Yanira perguntou, com as mãos já no lábio da tampa.

“Espere!” Mira de repente chamou, com sua arma pronta e aura ao máximo. Ela parecia estar prestes a lutar uma batalha até a morte.

“O quê?” Yanira riu. “É só um cara morto. Para de ser tão paranóica.”

“Pare-!”

Yanira puxou a tampa aberta, revelando um esqueleto envolto em uma camisa iridescente. No entanto, antes que qualquer um deles pudesse reagir, uma sombra disparou do caixão. Mira tentou cortá-la, mas já era tarde demais.

“Você serve!” A sombra gritou enquanto entrava no crânio de Mira.

Indo direto para sua alma, a sombra de repente bateu em uma barreira de gelo. “Que diabos?!” Ela gritou. “O que é isso?

A Alma Nascente de Mira, sentada em seu trono com uma foice na mão, abriu preguiçosamente seus olhos. Ela viu alguém tentando perfurar seu domínio e bufou com desprezo.

Levantando a mão, ela sugou o invasor e o agarrou pelo pescoço.

“O quê? O quê?!” A sombra, revelada ser uma velha mulher, gritou em choque. “O quê diabos é você?! Não! Onde diabos estou?! Isso não é uma alma! O que está acontecendo?!”

A Alma Nascente apenas sorriu como se estivesse assistindo a um inseto se debater. Isso a divertia.

A velha mulher viu isso e se debateu ainda mais, fazendo o seu melhor para se libertar do aperto da Alma Nascente. “Não me olhe assim! Não ouse! Eu estive esperando esse momento por milhares de anos, prendendo minha própria alma em busca de um novo hospedeiro melhor! Tudo o que você enfrentou antes, tudo o que passou, foi tudo planejado por mim, uma prova para testar se você era digna! Eu não serei eliminada por alguma criança! Não agora!”

No entanto, a Alma Nascente de Mira não se importava e apenas esperava pacientemente pelo fim do monólogo da velha mulher. Tudo estava sob seu controle, afinal.

Aqui, ela era deusa. Ela era… Absoluta!

A velha mulher se debateu mais um pouco, mas não conseguiu fazer com que o braço de Mira se movesse. Após alguns minutos, ela percebeu que a resistência era inútil e decidiu mudar de tática.

“Tudo bem! Eu não quero mais você. Vou pegar aquela outra mulher! Embora ela pareça um pouco estúpida, sua força para a idade é louvável. Se você me deixar ir, eu te recompensarei com o que quiser. Técnicas, locais de tesouros, assistência na cultivação, eu posso te oferecer qualquer coisa. Há dezenas de milhares de anos de conhecimento aqui para você escolher.” Ela apontou para sua cabeça, mas a Alma Nascente continuou olhando para ela friamente, como um deus olharia para uma formiga.

Quase como se estivesse dizendo, ‘É só isso?’

A velha mulher ia gritar e reclamar mais um pouco, mas a Alma Nascente bocejou e levantou sua foice. A expressão da mulher mudou.

“Não! Não! Não me mate! Você não pode me matar! Eu te darei o que quiser, apenas me deixe ir!”

A Alma Nascente não parou. Ela tocou a velha mulher, que gritou de dor. “NÃOOO! Não me mate! Por favor, não me mate! Eu não quero morrer! Eu não quero-!”

Sua forma se desintegrou em nada além de pontos. A Alma Nascente abriu a boca, sugou os restos e arrotou antes de se inclinar novamente em seu trono e fechar os olhos.

Mira de repente voltou a si com Yanira sacudindo seus ombros. “Acorde, idiota! Temos um problema! Ah, porra-”

“O quê?” Mira bateu nas mãos de Yanira.

“Finalmente!” Yanira exclamou, quase pulando de alegria. “Minha musa, minha isca! Você finalmente acordou.”

“…Apenas vá direto ao ponto,” Mira resmungou, mas Yanira apenas apontou para cima.

Mira se virou e olhou para cima através do buraco. Lá, flutuando ao redor da superfície do vale, um grupo de pessoas, junto com uma besta gigante estava espiando para dentro do buraco olhando para eles.

“Ah.” Ela murmurou, a luz em seus olhos se apagando. Em seguida, com uma rápida manobra de mão, ela se virou e agarrou a camisa do esqueleto e o Anel Espacial, enfiando-os em seu Espaço de Armazenamento.

Yanira ficou sem palavras, mas interiormente agradecida por já ter pegado sua parte do anel.

“Parece que estamos ferrados”, disse Mira, se acalmando.

“Sem merda!”

“Então, podemos muito bem fazer uma bagunça de tudo.”

“Hmm?”

Mira guardou o cristal de gelo em seu Espaço de Armazenamento.

“…”

Mas nada aconteceu.

“Bem, merda.”

SCREECH!