Imortal Imperatriz do Gelo: Caminho para a Vingança - Capítulo 927

Capítulo 927: Avanço

Erguendo-se do solo, uma grande e única fera voou para o céu, sua emergência tão repentina quanto um cometa cortando a noite. A criatura, visão majestosa e aterrorizante, desdobrou dois conjuntos de asas semi-translúcidas, uma hipnótica mistura de roxo e azul com pintas que brilhavam como estrelas no cosmos. Seu corpo escamoso, liso e negro reluzia sob a luz do sol, contrastando agudamente com a paisagem gélida abaixo.

Com quatro pernas poderosas e dois chifres negros adornando sua cabeça de dragão, a fera exalava um ar de poder antigo. Uma crista afiada percorria seu dorso, aninhada entre suas asas, contribuindo para sua aparência imponente. Sua longa cauda lisa, terminando em uma massiva, chicoteava pelo ar, deixando um rastro de correntes de ar perturbadas em sua esteira.

A Borboleta Dragão soltou um grito assustador. Seu clamor era tanto um lamento quanto uma declaração de ira, repercutindo pelo vale e fazendo os Mestres de Seita pararem mais uma vez, seus rostos virando em direção à fonte da comoção com expressões de descrença e medo.

“Pelos céus… O que é aquilo?” Mestre Lei murmurou, sua diversão anterior substituída por suspeita e ansiedade. Os outros Mestres de Seita compartilhavam sentimentos semelhantes. A aura de uma fera de Grau 10 de Estágio Médio de origem desconhecida era um pouco esmagadora, até mesmo para eles.

Enquanto os outros Mestres de Seita se apressavam para se preparar, o Mestre Shen Xian deixou o vale diretamente. ‘Que os outros lidem com aquilo.’ Ele não queria tomar parte em uma luta até a morte com uma fera enfurecida de tal força.

Contudo, o que nenhum pôde ver era que a criatura parecida com uma borboleta não estava em condição ideal. Suas asas tinham vários buracos nelas, havia algumas deformidades em seu corpo, e sangue púrpura-esverdeado vazava de suas orifícios.

As explosões à queima-roupa de seus irmãos não só haviam perturbado sua evolução, mas também a fizeram sofrer uma quantidade considerável de danos.

Batendo suas asas, ela soltou outro grito enquanto seus chifres tremiam, localizando várias presenças estranhas em seu território.

A nevasca ao redor do vale intensificou-se. Fragmentos de gelo giravam em um ciclone, fechando em torno dos Mestres de Seita.

“Hmph!” Mestre Lei grunhiu, eletrificando os fragmentos até virarem cinza. “Você acha que um pouquinho de gelo pode me machucar?!”

Ele ergueu a mão, uma grande lança de relâmpagos aparecendo nela. Pisando no chão, ele a lançou.

A Borboleta Dragão nem sequer lhe dirigiu um olhar. Uma esfera de gelo se manifestou ao redor dela, bloqueando-a enquanto relâmpagos ricocheteavam pelo vale. De repente, as nuvens acima escureceram e centenas, senão milhares, de relâmpagos caíram sobre a fera.

No entanto, esse era o lar dela, seu ambiente. Uma nevasca continental inteira estava à sua disposição!

O gelo se condensou fora da barreira como uma matriz de espelhos. Com outro bater de asas, raios saíram das pintas de estrela, colidindo com os relâmpagos e disparando em direções aleatórias.

BOOM!

BOOM!

BOOM!

Inúmeras explosões cobriram o vale, forçando todos e tudo a se dispersar.

A expressão do Mestre Lei se tornou sombria. Enquanto os relâmpagos continuavam caindo sobre a fera, uma espada eletrificada e um escudo apareceram em suas mãos.

Um raio foi disparado em sua direção. Ele desviou, mandando-o de volta à fera. Isso aconteceu dezenas de vezes, mas nenhum dos lados avançou.

De repente, a área ao redor da borboleta escureceu, quase como se tivesse sido transferida para o vazio.

“Oh? Mestre Zhuo finalmente está aparecendo?” Mestre Lei sorriu e se preparou. Ele viu uma sombra pular na escuridão e desaparecer. Seguido por um estalo e um grito doloroso e alto.

BOOOM!

Uma figura então caiu do céu, saindo da barreira de gelo e esmagando contra o chão. Mesmo à distância, era apenas uma sombra, mas Mestre Lei sorriu. “Ei! Zhuo! Está entrando na diversão?”

“…Cuidado com seu rabo.” Ele ouviu Zhuo falar como se tivesse acabado de ser massacrado.

“Hahaha! Se é você dizendo isso, certamente serei cuidadoso!”

Mestre Zhuo acenou em sua direção e desapareceu.

Mestre Lei soltou outra risada estrondosa e saltou para o combate, balançando sua espada e escudo materializados enquanto abria um caminho até a borboleta. “Mostre-me o que você tem, seu inseto estúpido!”

***

“Esses idiotas!” Yanira amaldiçoou enquanto o chão tremia com a batalha acima. “Cof… Cof… Eles não podem lutar em outro lugar?!” Suas feridas já eram ruins. Com as pedras e o gelo acima ainda a esmagando, qualquer pequeno movimento só piorava as coisas.

“Ei! Raposa! Tire-nos daqui já!”

“O que você quer dizer com ‘nós’?” Mira respondeu. Embora Yanira não pudesse ver, ela tinha um sorriso malicioso no rosto. “Como eles estão mantendo ocupada, acho que não preciso mais de você.”

“…Vadia.” Yanira rosnou, sem se importar com seus ferimentos naquele momento. “Não brinque comigo! Passamos por toda essa merda juntas e agora, o quê, você está pensando em ir sozinha? Você acha que eu vou seriamente morrer neste buraco?!”

“…”

“Se você me abandonar agora, uma vez que eu me recuperar, eu vou te perseguir até os confins do mundo! Nenhum lugar estará seguro de mim, ouviu?!”

‘Caramba.’ Mira suspirou, sentindo sua dor de cabeça aumentar. ‘E as pessoas me chamam de louca… Essa mulher é uma psicopata!’

Mas ela tinha um ponto. Mira não sabia quão ferida Yanira estava; ela não podia ver nada e não havia como o Sentido da Alma dela sobrepujar o Sentido Divino de Yanira. No entanto, ela duvidava que a mulher morreria ali.

Pessoas da força dela eram muito resilientes.

‘Será que posso apenas chamar Aelina e pedir para ela cuidar disso?’ Ela pensou, mas imediatamente rejeitou. Fazer um acordo com ela era o mesmo que fazer um acordo com o diabo. Aelina com certeza a forçaria a fazer algo que ela não queria fazer.

Além disso, ela não estava afim de ser colocada em prisão domiciliar por ofender uma grande Seita em outro continente.

‘Será que posso matá-la agora? Talvez… mas as chances são baixas.’ Seus movimentos estavam muito restritos e Yanira provavelmente ainda tem cartas na manga.

‘…A única maneira é tentar fazer um acordo com ela?’

Mira estalou a língua e amaldiçoou, “Que dor de cabeça…”

“Certo, eu vou te ajudar a sair, mas nossos termos precisam mudar.”

“…Estou ouvindo.”

“Eu fico com 75% do saque, e você vai me proteger dos outros depois que sairmos.”

“O QUÊ?!” Yanira gritou antes de tossir suas entranhas. “Você está louca?! Eu posso fazer a segunda parte, mas não há como eu entregar metade do que eu consegui!”

“Você não tem escolha-”

“60%! Não mais, nem menos. Eu te deixo ficar com 60%!”

As duas discutiram de lá para cá, mas eventualmente decidiram que Mira ficaria com 60% das ações. Yanira não se moveria daquilo.

Depois, elas ficaram em silêncio enquanto Mira se concentrava em se recuperar. Embora a batalha acima estivesse intensificando, ela não prestava atenção, bebendo sangue e drenando Pedras Espirituais a uma taxa rápida.

Cerca de 15 minutos depois, Mira finalmente se sentiu forte o bastante para se mover e tinha Qi suficiente para trabalhar.

“Estou começando,” Mira anunciou.

“Já estava na hora.”

“…” De repente, Mira se sentiu muito menos motivada para ajudá-la.

Ainda assim, um acordo era um acordo, então ela suspirou e reuniu suas forças.

Ela canalizou seu Qi da Destruição, entrelaçando-o com seu Dao do Gelo Absoluto para meticulosamente esculpir um caminho através da caverna desmoronada. Seus movimentos eram precisos, garantindo não causar mais desmoronamentos que pudessem colocá-las em perigo.

Entre os sons de gelo e pedra se deslocando, um pulsar rítmico e fraco podia ser ouvido em suas caudas – Mira estava usando seu Qi do Vento em conjunto com sua habilidade de Criação para manter as funções vitais de Hana. Era tudo o que ela podia fazer pela garota naquele momento.

O tempo parecia estar parado no ambiente escuro e opressivo enquanto Mira trabalhava incansavelmente para forjar um caminho para a segurança. Após algum tempo, ela eventualmente alcançou uma Yanira ensanguentada e destroçada, que ainda vestia sua armadura e segurava sua espada.

“Cof…” Sangue vazava da boca de Yanira. “Demorou, hein.”

Mira resmungou em irritação e cavou a mulher para fora das pedras. Ela usou esse tempo para examinar a condição de Yanira e descobriu que ela não estava muito melhor do que ela. Muitos ossos quebrados, incontáveis ferimentos e Qi esgotado. No entanto, de alguma forma, seus artefatos permaneciam em quase perfeito estado.

Ela anotou isso e envolveu Yanira em sua Cauda Negra. A partir daí, ela começou a cavar.

No entanto, não passaram nem alguns minutos quando Yanira abriu a boca novamente. “I-Isso não parece o caminho para cima.”

“Para cima?” Mira riu. “Por que iríamos para lá?”

“??” Yanira estava confusa.

“O chefe deixou sua toca. Imagino que tipo de leito de tesouros ele estava deitado todos esses anos?”

“…” Yanira arregalou os olhos. “Merda! Você está certa! Hahaha! Eu nem tinha pensado nisso!”

“Agora, em frente, minha mula! Não temos tempo a perder! Hahaha!”

O semblante de Mira se aprofundou, mas ela bloqueou a voz daquela mulher de sua mente e continuou cavando.

Eventualmente, elas chegaram à toca da fera parecida com uma borboleta. Para surpresa delas, a toca estava em grande parte intacta, exceto por um grande buraco que se abriu como resultado da explosão.

Dessa fenda, uma onda esmagadora de Qi irrompeu, banhando o trio em uma torrente de energia tão potente que catalisou todas as percepções que as duas haviam acumulado até aquele ponto.

Mira sentiu uma onda de poder percorrer seus meridianos, núcleo e alma, enquanto ela instintivamente avançava para o 3º Estágio do Reino da Transformação da Alma. Suas feridas começaram a se curar em um ritmo impressionante, seu Qi reabastecido ao limite e seu corpo rejuvenescido em instantes.

‘O que… O que diabos acabou de acontecer?!’ Ela se perguntou, mas agora não era o momento de tentar entender por que e como ela havia avançado.

Yanira também vivenciou um avanço, sua cultivação disparando do 2º para o 3º Estágio do Reino do Mar Divino. O limite que a havia iludido por tanto tempo foi quebrado, impulsionando-a para novos patamares de poder. Seu corpo também estava se curando sozinho em um ritmo surpreendente, embora muito mais lento do que o de Mira.

De pé à beira do buraco, Mira e Yanira trocaram um olhar. Seus conflitos e queixas anteriores pareciam insignificantes comparados à oportunidade que estava diante delas. Com um aceno de concordância, elas saltaram no abismo.