Capítulo 911: Distúrbios Mundanos

“Agora, acho que está na hora de eu punir esse nosso espiãozinho. Como ele ousa tentar me encontrar?” O Guardião murmurou enquanto seu olhar se movia, atravessando o tecido da realidade e pousando no local onde o suposto deus estava.

Fazendo um gesto de agarrar, ele fechou a mão e a soltou suavemente antes de suspirar e se dar um tapinha nas costas. “Haaa… Eu realmente trabalhei duro hoje, hein? Sem elogios, ainda por cima. Ah~ As tristezas silenciosas do protetor~”

Ele recostou-se e fechou os olhos. Estalou os dedos, criando um dispositivo semelhante a um despertador, e disse: “Me acordem quando algo interessante acontecer.”

QUAC!

O dispositivo gritou antes de cair em seu colo.

***

…boom!

Boom!

BOOM!

Uma série de explosões acelerou rapidamente em direção ao esconderijo do deus, fazendo sua expressão mudar! “DROGA! Quem é o desgraçado que me atacou?!”

Ele balançou a mão para criar mais barreiras ao redor de sua casa, mas as explosões ignoravam sua própria existência. Logo, elas romperam todas as suas defesas e envolveram a enorme estrutura que existia entre as dobras do espaço.

Tudo dentro estava sendo rapidamente condensado em um único ponto, sem mostrar sinais de parada.

Sua expressão se transformou em pura raiva, mas ele se conteve e rapidamente pegou todas as suas coisas e mulheres, teleportando-os para outro local.

Em um instante, sua casa anterior tinha se tornado um buraco negro. No entanto, não parou por aí. Continuou a se condensar até que tudo desapareceu da existência. Não havia rastro de que ele estivesse lá nem que ele foi atacado. Eles simplesmente desapareceram, como se nunca tivessem existido.

De repente, um bilhete surgiu do nada e, na voz mais irritante e estridente, anunciou: “Eu espiono com o meu olhinho, um menino travesso e suas bonecas. Adeus agora, você que bisbilhota, nas sombras, você não espreitará.”

Então ele explodiu numa nuvem de fumaça, liberando um gás tóxico que cheirava até os céus. O rosto do homem ficou verde, pois pela primeira vez em incontáveis anos, ele quase vomitou.

Teleportando ele e suas ‘posses’ para uma galáxia distante, ainda assim ele podia… ainda sentir o cheiro! Então, ele pulou um pouco mais longe, sentindo-se o mais envergonhado que já sentiu em toda a sua vida.

Ele tinha acabado de… fugir? De um peido cósmico?

Depois que algum idiota leu uma rima infantil para ele?!

“VOCÊ TÁ DE BRINCADEIRA COMIGO?!” Ele rugiu, as vibrações destruindo todos os planetas próximos.

Seu rosto passou por uma variedade de cores, de verde a vermelho a azul, até ele quase desmaiar de raiva. Seus olhos ficaram injetados de sangue enquanto ele pensava em reduzir o mundo da Mira a cinzas, capturar sua alma e jogá-la em outro corpo! Não funcionaria tão bem quanto a lanterna, e ela poderia perder uma parte significativa de si mesma no processo, mas ele pouco se importava no momento.

Tudo o que queria era se vingar do desgraçado que fez isso!

“EU VOU TE ENCONTRAR! MESMO QUE EU TENHA QUE MATAR NOSSA PRECIOSA MIRA, EU VOU TE ENCONTRAR!” Ele rugiu como um louco, sem se importar com sua imagem. Nem que alguém estivesse por perto para notar. Suas mulheres haviam desmaiado e ainda estavam vomitando suas entranhas.

De repente, enquanto ele gritava, uma bolha de gás apareceu em sua boca e estourou, liberando uma rajada daquele gás tóxico por sua garganta. “Tolinho, tolão~ Não seja tão convencido~!”

“Toss… Toss… FU-toss-PORRA!”

Um leve sorriso apareceu no rosto do Guardião enquanto ouvia seus gritos. ‘Isso que é vida.’

***

Enquanto isso, Mira não tinha ideia de que o homem que vivia de graça em seu Mar da Alma finalmente estava fazendo algo que ela aprovaria. Ela estava ocupada trabalhando, melhorando sua habilidade de forja a cada momento.

Até que um terremoto repentino atingiu o continente, fazendo-a perder o foco. Então, a terra tremeu novamente, e novamente, e novamente… repetidamente…

‘O que diabos está acontecendo?’ Mira franziu a testa. Parte dela queria acreditar que era apenas um terremoto comum, mas isso não parecia nada com isso. A irregularidade dos tremores, a frequência e a potência por trás deles, parecia que dois gigantes estavam lutando à distância.

Ela olhou na direção de onde sentia as ondas de choque vindo, em direção ao Continente Central.

Mira não foi a única a notar isso, pois após alguns segundos, quase todos os cultivadores pararam o que estavam fazendo e olharam para a fonte de tudo.

Enquanto isso, seres mais poderosos como Aelina e os outros Mestres de Seita todos ficaram sérios. Qualquer um abaixo do Reino do Mar Divino não podia sentir isso, mas como eles não poderiam?

Seriam seres do Reino da Ascensão lutando, e não apenas alguns, mas muitos! O suficiente para que, se decidissem varrer o mundo, não havia nada que alguém pudesse fazer para impedi-los!

No entanto, enquanto estavam curiosos, nenhum ousava deixar suas Seitas. Em vez disso, eles aumentaram suas defesas, sem se importar com o custo.

O Continente Central poderia estar a centenas de milhares de quilômetros de distância, atravessando o vasto oceano, um golpe aleatório deles ainda poderia dizimar toda a Seita deles. Da mesma forma que ninguém abaixo do Reino do Mar Divino poderia lutar contra Aelina, o mesmo se aplicava ao Reino da Ascensão, apenas um pouco mais exagerado.

No topo de sua montanha, Aelina olhou para o horizonte, mãos atrás das costas, com uma rara expressão de preocupação. ‘…Por que sinto que Mira tem algo a ver com isso?’ Ela pensou, apenas para ficar mais preocupada.

Ela imediatamente sacudiu a cabeça e riu, ‘Não, não. O que estou pensando? Só porque algo grande está acontecendo não significa que aquela demôniozinha está envolvida. Certo…?’

‘…certo?’

Parecia que um bloco de ferro tinha caído no fundo do estômago dela. Ela não conseguia se livrar da sensação de que Mira estava de alguma forma envolvida nessa confusão.

‘Droga! Aquela garota estúpida! O que ela fez dessa vez?! Que tipo de pecados eu cometi em minha vida passada que eu tenho que aguentar isso?!’ Ela procurou pelo Talismã de Comunicação e o conectou ao da Mira.

‘O quê?’ A voz indiferente de Mira saiu do outro lado.

“O que você fez dessa vez?! Por que o mundo está tremendo?! Como você ofendeu esses poderosos do Reino da Ascensão?!” Aelina gritou, precisando de respostas.

Um breve silêncio passou. ‘…O quê? Do que você está falando? Eu estive no resort das Fontes Celestiais pelo último mês ou mais.’

“…”

“O QUÊ?!” De alguma forma, Aelina pareceu mais surpresa com isso. “Você?! Numa fonte termal?! Feita para relaxar?!” Ela beliscou o nariz, tentando se acalmar. “…Não, isso não é o que importa. Por que sinto que você está de alguma forma envolvida nisso?”

Mira ficou em silêncio novamente, mas Aelina podia sentir a diferença. Ela estava escondendo algo. ‘Eu sabia!’

‘Bem…’ Mira começou. ‘Eu não sei se isso tem algo a ver com isso, mas eu encontrei algumas irritações do Continente Central.’

“Eles… Eles estão mortos?”

‘Não. Esses lagartos eram muito escorregadios. Não consegui nem um rastro deles.’

“Hmmm~ Não acho que seja isso,” Aelina murmurou.

‘Além disso, eu só estive ocupada forjando.’

“Isso é tudo?”

‘Yeah. Eu não ofendi mais ninguém.’

“Que estranho… Então, realmente não foi você?”

‘Como diabos eu saberia? De qualquer forma, estou ocupada. Não me contate por coisas inúteis assim.’

O talismã se esfarelou.

‘Essa vadia…’ Aelina xingou antes de respirar fundo e voltar ao seu normal, calmo. Numerosos cálculos passaram por sua mente, e ela acabou chegando a uma conclusão.

Mesmo que fosse improvável que Mira estivesse envolvida, ela ainda tinha que se preparar como se estivesse. Então, ela aumentou as defesas da Seita, até mesmo começando os preparativos para uma Formação de Teleportação em larga escala. Com o jardim da Mira, ela agora tinha os recursos para fazer isso, mas ainda estava hesitante.

‘Tsk. Que dor de cabeça.’ Ela clicou a língua. Parte dela até pensava que ela tinha que aumentar sua força, e rápido.

Fazia muito tempo desde que sentiu tanta urgência, tanto perigo, mas com a ameaça de monstros do Reino da Ascensão no horizonte, seu espírito que tinha sido abatido ao longo do tempo começou a se erguer.

Uma sensação emocionada começou a subir em seu peito. Uma sensação que a fazia querer se levantar e procurar oportunidades, para ficar mais forte agora, para finalmente melhorar! Era como se um fogo tivesse sido aceso embaixo dela, um que não iria embora.

Então, usando essa nova motivação, ela disparou para o ar e cobriu a Seita com seu Sentido Divino. ‘Todos os Anciãos, venham para o pico da montanha!’

Cada Ancião parou o que estava fazendo e disparou em direção à residência de Aelina, sentindo a urgência em sua voz. Alguns já estavam a caminho antes mesmo de ela dizer qualquer coisa.

Em um segundo, ela agora tinha todos os Anciãos diante dela. Ela sorriu e acenou com a mão, fazendo com que centenas de Recursos Místicos e de Grau Divino aparecessem sob seus olhares chocados.

Então, com uma frase que desencadearia a ascensão meteórica da Seita das Donzelas de Batalha, ela disse, “Vamos nos fortalecer.”