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Capítulo 883: Plano
Mira, Elenei e Rhydian se aproximaram da entrada escondida com cautela. Usando seu Sentido da Alma, Mira sondou a área, procurando por qualquer sinal de armadilhas ou formações protetoras que pudessem denunciar sua presença.
“Parece que não tem nada.” Comunicou Elenei enquanto Rhydian assentia em concordância, mas Mira permanecia cética.
Ela franzia a testa, não acreditando que um cara como aquele capitão, alguém que valorizava sua segurança e a de seu barco mais do que qualquer coisa, não teria nada preparado.
No entanto, por mais que ela escaneasse, realmente parecia que não havia nenhuma formação, matriz, armadilha ou coisa do tipo que pudesse alertá-lo de sua presença.
Então, ela expandiu seu Sentido da Alma ainda mais, perfurando não apenas a superfície do solo, mas também alto no céu e fundo na terra. Foi quando ela notou algo peculiar.
Havia uma imensa teia de Qi formada por linhas finas entrelaçadas umas nas outras, tanto no céu quanto no subterrâneo. Essa teia ondulava sempre que algo aparecia dentro dela.
Ela notou pequenos insetos voando para dentro e para fora dessa teia ilusória, fazendo com que ela ondulasse, embora muito levemente.
“Parece funcionar com base no peso do ser dentro dela ou em sua aura natural.” Pensou Mira enquanto forçava todos a pararem.
Todos e tudo neste mundo tinham um peso e uma aura. Até mesmo a aura tem um ‘peso’, mas interage com o mundo de forma diferente dos objetos físicos. É mais como se um cultivador entrasse em um cômodo, eles elevariam a quantidade e a densidade do Qi no ambiente como um todo simplesmente por serem uma bola ambulante de energia.
Mira supôs que seja lá qual fosse a formação que aquele homem montou, tinha algo a ver com isso, mas não poderia ter certeza.
“Não importa. Só precisamos passar por essa merda e encontrar aquele bastardo.” Pensou Mira enquanto começava a pensar em uma solução.
“Você encontrou algo?” Perguntou Elenei, ao que Mira assentiu.
“Sim, uma teia que reage a qualquer presença dentro dela. Eu não acho que seja uma formação. Pode ser algum tipo de matriz extensa, mas não tenho certeza.”
As sobrancelhas de Elenei se franziram em reflexão. “Uma matriz tão vasta… não é algo que você vê todo dia. É como se ele tivesse lançado uma rede sobre toda a área.”
Rhydian perguntou, ainda um pouco confuso, “Então, se a tocarmos, ele saberá que estamos aqui?”
“Exato.” Mira concordou enquanto seus olhos brilhavam com a compreensão. “Mas não vamos tocá-la. Vamos passar por ela.”
“Como você propõe que façamos isso?” Elenei perguntou, intrigada com a confiança de Mira.
Os lábios de Mira se curvaram em um sorriso astuto. “Vamos imitar as propriedades das coisas que podem passar por ela. Como aqueles insetos.”
Elenei assentiu, entendendo o plano de Mira. “Alterar nossa aura e peso para combinar com os deles. Esperto.”
Rhydian parecia cético, mas não disse nada, confiando no julgamento de Mira.
Mira fechou os olhos, concentrando-se no seu Qi. Ela começou a manipular suas auras, ajustando-as para coincidir com a leveza e sutileza dos insetos que voavam através da teia sem serem detectados. Era um processo delicado, que exigia bastante ajuste fino combinado com um pouco de criação e destruição.
Todos sabiam como ocultar sua presença, mascarar sua aura e até controlar seu peso/força quando necessário, mas isso não seria suficiente aqui.
O que Mira estava fazendo era essencialmente amarrar sua presença à teia, pesando-a com sua existência para não causar ondulações maiores.
Era arriscado? Muito.
Mira sabia o que estava fazendo? Não realmente, mas ela não queria esperar aqui o dia todo procurando uma solução só para não encontrar uma e invadir o local quebrando tudo.
Isso era apenas algo que ela esperava que conseguisse levá-los pela porta da frente, não uma solução permanente.
Após alguns minutos, Mira sentiu que tinha tido sucesso e deu seu primeiro passo. Ela manteve seus sentidos bloqueados na teia, mas ao caminhar nela, assentiu feliz por não vibrar muito – não o suficiente para alertar alguém.
“Vamos. Sigamos.” Ela instigou os outros dois, que assentiram e a seguiram.
Conforme avançavam, eles observavam atentamente a teia. Ela permanecia imóvel, não perturbada por sua presença. O plano de Mira estava funcionando.
Não demorou muito até que chegassem ao iceberg. Agora, essa era a parte fácil. Juntos, Mira e Elenei manipularam os icebergs, criando um caminho pequeno e silencioso que permitiu que eles passassem pela entrada sem qualquer barulho ou perturbação.
Rhydian se transformou em uma forma menor e pulou no ombro de Mira como um pequeno lobo.
Lá dentro, a passagem conduzia a uma caverna íngreme e imensa que os levava mais fundo sob a terra. Mira assumiu a liderança, a foice pronta em sua mão. Eles desceram para a escuridão, seus sentidos aguçados para qualquer perigo.
O caminho era íngreme e sinuoso, levando-os mais fundo na terra. As paredes lentamente passaram de gelo para terra gelada, para rocha e, finalmente, para pedra. Mira estava um pouco surpresa por não haver outras medidas preventivas, mas parte dela compreendia o porquê.
Eles estavam pilotando um navio imenso, e este lugar era uma base secreta. Ter que desarmar e armar tudo novamente provavelmente era muito lento, sem falar na dor que era fazer isso toda vez que quisessem retornar aqui.
Aquela teia de antes também era mais do que suficiente para parar 99,99% dos invasores. Mira podia enganar seu caminho por alguns minutos, mas até ela duvidava que poderia permanecer escondida por muito mais tempo que isso.
Se alguém estivesse prestando atenção naquela matriz, teriam notado algo estranho imediatamente. Ela só teve sucesso porque os encarregados da guarda estavam ocupados sendo repreendidos pelo Capitão.
Rhydian, em sua forma menor no ombro de Mira, rosnou suavemente, suas orelhas tremendo. “Tem movimento à frente.”
Mira parou, sinalizando por silêncio. Ela estendeu seu Sentido da Alma, detectando os ecos fracos de vozes e o bater de metal. “Estamos perto da câmara principal.”
Eles prosseguiram com cautela, mesclando-se às sombras. A passagem abriu em uma caverna vasta onde o navio estava ancorado. Membros da tripulação corriam de um lado para o outro, fazendo reparos sob o olhar atento do capitão.
“Seus idiotas não conseguem nem cuidar de alguns zé-ninguéns?! Esperem até voltarmos para o continente! Vou garantir que vocês não vejam a luz do dia pelo próximo século!” Gritou o homem, fazendo com que todos sob seu comando se encolhessem, sem ousar encontrar seu olhar para não o enfurecer ainda mais.
“E você!” Ele apontou para um tripulante aleatório que trabalhava no conserto do casco. “Se você não fizer seu trabalho direito na próxima vez, eu estou te jogando na minha masmorra e forçando você a cavar um buraco até morrer de calor!”
“Porra! O que eu fiz?! Isso foi culpa sua, droga! Já que você é tão forte, devia ter matado aquela mulher raposa!” O homem reclamou internamente, mas por fora assentiu submisso e voltou ao trabalho.
O Capitão continuou repreendendo todos e cada um em quem fixava os olhos, com ninguém a salvo de sua ira. Até as pessoas que estavam aqui o tempo todo não escaparam dela.
Mira, Elenei e Rhydian permaneceram escondidos nas sombras, assistindo a cena desdobrar-se diante deles. Os dois últimos deram olhares sutis a Mira, pensando que os dois tinham algumas semelhanças, antes de voltarem ao que estavam fazendo.
Agora que estavam perto e sem tentar destruí-lo, o navio parecia muito maior, mas a característica mais marcante era que estava firmemente ancorado, preso por pesadas correntes de selamento. Trabalhadores corriam freneticamente, tentando reparar os danos enquanto suportavam a fúria do capitão.
Os olhos de Mira examinaram as correntes de selamento e a âncora, sua mente acelerada para formular um plano. “Essas correntes… são a chave para manter o navio estacionário. Se conseguirmos quebrá-las sem alertar a tripulação, podemos tomar o controle.”
Elenei, com o olhar seguindo o de Mira, assentiu em concordância. “Essas runas nas correntes não só impedem que ele seja enfiado em um anel espacial ou algo similar, mas também o mantêm fixo no lugar. No entanto, meu fogo deve ser capaz de enfraquecer as correntes discretamente.”
Rhydian, ainda empoleirada no ombro de Mira, sussurrou, “Eu farei o reconhecimento da disposição do navio e encontrarei a melhor rota de fuga.”
Enquanto o trio coletava informações, uma energia peculiar chamou sua atenção. Em um canto isolado da caverna, um dispositivo pulsava com um poder estranho. Parecia ser um portal ou um mecanismo de comunicação, sua superfície adornada com símbolos desconhecidos e emitindo um zumbido baixo.
Mira estendeu seu Sentido da Alma com cuidado para não alertar ninguém. Felizmente, sua alma era bem mais forte que a da maioria das pessoas ali, exceto a do capitão, então ninguém notou sua presença sutil. “Esse dispositivo… pode ser o que eles estão usando para se comunicar com seus aliados.”
“Eu quero ele.” Ela declarou, cobiça brilhando em seus olhos antes de desaparecer.
Elenei examinou o dispositivo. “Definitivamente não é daqui. Devemos investigá-lo, mas com cuidado.”
Os olhos de Rhydian se estreitaram enquanto ela examinava o cômodo, observando as posições dos membros da tripulação e o layout da caverna. “Precisamos agir rápido. Quanto mais esperamos, maior o risco.”
Mira assentiu, já formulando uma estratégia. “Elenei, comece a trabalhar nas correntes. Rhydian, fique de olho na tripulação. Eu vou investigar esse dispositivo. Uma vez que o navio estiver quase livre, vamos lidar com esses babacas e saquear esse lugar até secar!”