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Capítulo 875: Cauda da Criação
Alguns dias depois, Mira terminou de aprimorar algumas de suas técnicas anteriores para se adequarem melhor à sua versão atual. As técnicas [Mudança de Terreno Congelado], [100 Guerreiros Glaciais], [Barreira Elemental], [Asas Paragão], [Réquiem da Congelação], [Abraço da Calamidade] e [Aniquilação da Nevasca Paragão] todas viram algum tipo de melhoria, mesmo que mínimas.
No entanto, não demorou muito para ela enfrentar um obstáculo. O problema não estava nas técnicas [Réquiem da Congelação], [Abraço da Calamidade], [Barreira Elemental] e [Aniquilação da Nevasca Paragão], mas nas outras três.
Todas elas exigiam que ela criasse algo ou realizasse uma ação semi-permanente.
[Mudança de Terreno Congelado] literalmente mudava a área ao redor dela.
[100 Guerreiros Glaciais] fazia cem golems que ela tinha que controlar.
[Asas Paragão] criava um par de asas elementais atrás dela, com cada pena tendo uma propriedade ou efeito único.
Essas eram todas técnicas fantásticas, mas exigiam que ela continuasse bombeando Qi para mantê-las fortes e ativas, drenando suas reservas de energia. Ela também teria que usar uma parte significativa de sua capacidade mental se concentrando nelas.
Ela poderia contornar um pouco essa limitação ao continuar matando entidades vivas, mas isso nem sempre poderia acontecer. Isso também não diminuía o fardo mental.
Então, isso levantava a questão: Como ela poderia remover essa restrição?
***
Levantando a mão e apontando-a para o chão, o rabo branco de Mira se iluminou enquanto uma névoa de gelo emergia de sua palma. Convergia em um único ponto e se moldava em um cubo.
Cortando a conexão com sua Cauda da Criação, Mira parou de produzir gelo e olhou para sua criação.
‘Não parece muito diferente de um cubo de gelo feito diretamente do meu Qi.’ Mira pensou enquanto o inspecionava.
Pegando-o, o cubo estava frio ao toque, mas foi então que ela sentiu algo… estranho.
Era como se houvesse um descompasso entre ela e o cubo de gelo.
‘…Então é isso que é.’ Suas sobrancelhas se levantaram enquanto ela o rodava, inspecionando cada centímetro.
Erguendo a outra mão, ela criou um cubo de gelo idêntico, mas sem o uso de sua Cauda da Criação. Essa era a única diferença entre os dois, mas Mira pôde imediatamente identificar qual era qual.
‘Criar algo com Qi, há uma certa conexão entre o objeto e o usuário. Essa ligação é a minha energia, localizada no meu núcleo. Qualquer elemento que eu ‘crie’ está atrelado a mim de alguma maneira. Se eu quiser que meu gelo derreta, ele derrete. Se eu quiser me livrar de um fogo que criei, é tão simples quanto um pensamento. O motivo é que são meras manifestações das minhas afinidades elementares. Mas-‘
Ela esmagou o segundo cubo de gelo e observou o Qi se dispersar enquanto desaparecia. Não se comportava como um cubo de gelo normal.
Então, ela esmagou o primeiro cubo de gelo, que se quebrou em milhares de minúsculas partículas de gelo e caiu no chão.
‘-criar algo com minha cauda da criação corta essa conexão. Transforma o que é inerentemente meu e quase imaginário em algo real. Algo que pode existir fora de mim.’
Normalmente, quando um cultivador usava sua afinidade para criar algo, simplesmente desapareceria depois de um certo período de tempo. O Qi usado retornaria ao mundo, e sua marca no mundo se apagaria.
Cultivadores mais fortes deixarão seus ‘rastros’ por mais tempo, já que a energia dentro deles pode sustentar a ‘criação’ por mais tempo, mas ainda faz parte do cultivador — uma entidade externa forçada sobre o mundo.
Agora, ela havia se tornado algo diferente. Ela podia afetar o mundo e sua energia em um nível mais fundamental.
Embora ela não fosse exatamente do tipo existencial, esse pensamento a assustou um pouco. Era como se a tivessem concedido o poder de um deus. Esse poder abria todos os tipos de oportunidades e poderia potencialmente fazer ainda mais inimigos que ela nem sabia por onde começar.
Infelizmente, havia limitações, algo que ela notou com apenas um único uso.
‘É tão fraco!’ Ela franziu a testa, virando-se dos fragmentos de gelo abaixo dela. ‘Se eu criar um par de Asas Paragão com isso, eu poderia muito bem nem tentar com o quão inúteis seriam.’
Mira ficou em contemplação. O poder bruto da criação estava na ponta de seus dedos, mas vinha com complexidades que exigiam toda a sua atenção.
“Criação sem conexão…” Mira refletiu, com os olhos se estreitando pensativos. “Como posso tecer esse novo aspecto da criação em minhas técnicas e ainda assim, manter a ligação que as torna potentes?”
Ela pensou na natureza de sua Cauda da Criação, um dom que lhe permitia trazer matéria do nada. Era uma habilidade profunda, mas faltava a conexão e força inatas que suas criações infundidas com Qi possuíam.
No entanto, ela queria ambas. A permanência, o controle, a força e a conexão. Ela queria tudo!
‘São minhas habilidades, e farei com elas o que bem entender!’ Ela cerrava os punhos, esmagando os cristais de gelo restantes em sua mão.
Mira decidiu experimentar. Ela se concentrou, criando um pequeno redemoinho de gelo e vento ao redor de sua palma. Desta vez, ela tentou infundi-lo com a essência da criação de sua cauda.
O redemoinho girou mais rápido, tornando-se mais denso e tangível. No entanto, quando ela cortou o fluxo de sua Cauda da Criação, o redemoinho continuou girando, independente de sua vontade. Era uma criação que se sustentava sozinha, mas faltava a versatilidade e adaptabilidade de suas técnicas baseadas em Qi.
Ela também descobriu que não conseguia controlá-la ou influenciá-la de maneira alguma. A criação não era mais dela.
“É uma questão de entender a essência da criação mais profundamente?” Mira ponderou, assistindo ao redemoinho se dissipar. “Ou é sobre encontrar uma maneira de mesclar essa essência com meu Qi para criar algo que seja independente e conectado ao mesmo tempo?”
Sua mente estava repleta de possibilidades e perguntas. Seria possível criar algo que não apenas existisse independentemente, mas também tivesse uma semelhança de vida? Era possível impregnar suas criações com um fragmento de sua consciência, dando a elas a capacidade de agir de acordo com sua vontade mesmo quando desapegadas de seu controle direto?
Não, ela nem precisava disso. Contanto que ela ainda tivesse controle total sobre suas criações, isso já era suficiente.
‘E eu só posso torná-las semi-permanentes? Eu não quero que minhas Asas Paragão sempre existam até serem destruídas. Eu gostaria de ser capaz de desmontá-las à vontade.’ Ela se perguntava.
Determinada em encontrar respostas, Mira começou a trabalhar. Ela começou criando uma série de esculturas de gelo, cada uma mais intrincada que a última. Ela se concentrou em infundir cada criação com uma centelha de sua consciência para criar essa ligação, uma tarefa que exigia intensa concentração e controle.
À medida que progredia, ela notava mudanças sutis. As esculturas começaram a responder à sua presença, suas superfícies ondulando levemente enquanto ela se movia ao redor delas. Era um sinal pequeno, mas indicava uma conexão, um vínculo entre ela e suas criações.
Encorajada por esse desenvolvimento, Mira foi mais longe. Ela criou uma figura de gelo maior, desta vez infundindo-a com mais de sua consciência. Ela a fez se movimentar, reagir a seus comandos.
A figura estremeceu, sua forma vacilando como se lutasse para obedecê-la. Era uma tentativa rudimentar, mas mostrava potencial. A ideia de criar algo que pudesse agir sozinho, mas ainda permanecesse sob sua influência, era tentadora.
Mira percebeu que a chave estava no equilíbrio entre criação e controle. Não era apenas sobre fazer algo do nada; era sobre impregnar essa criação com uma parte de si mesma, um fio de sua essência que mantinha a conexão.
Ela continuou seus experimentos, cada criação se tornando mais responsiva e mais sintonizada com sua vontade. Ela tentou criar criaturas elementais, pequenos seres de gelo e vento que esvoaçavam ao seu redor, reagindo a suas emoções e movimentos.
À medida que o sol começava a se pôr, Mira ficou cercada por suas criações.
Ela observava suas criações, apreciando o progresso que fez, mas uma peça crucial do quebra-cabeça lhe escapava. Ela precisava mesclar a essência da criação com seu Qi, permitindo-lhe criar ataques duradouros porém controláveis.
Se ela criasse uma tempestade de gelo, teria que bombardear continuamente Qi para que durasse mais tempo, mas ela não queria isso. Ela queria criar apenas uma vez e deixar o resto acontecer naturalmente.
“Eu preciso encontrar um equilíbrio”, ela refletiu, seus olhos refletindo a luz que se esvaía. “Uma maneira de infundir meus ataques e criações com meu Qi sem perder a semi-autonomia deles.”
Ela contemplou a natureza do Qi e seu fluxo através de seus meridianos. Era uma extensão de sua vontade, uma força que ela controlava com pensamento e intenção. Será que ela poderia estender esse controle a suas criações, tornando-as uma extensão natural de si mesma?
Com esse pensamento em mente, Mira concentrou sua energia em uma única escultura de gelo. Ela fechou os olhos, canalizando seu Qi para a figura. Ela a imaginou como um condutor, um vaso para seu poder que poderia agir de forma independente, mas ainda assim permanecer conectado a ela.
Conforme ela infundia a escultura com seu Qi, ela sentiu um calor familiar se espalhando por seu corpo. A escultura começou a brilhar sutilmente, sua superfície cintilando com uma luz que espelhava sua própria energia.
Mira abriu os olhos e fez a escultura se mover. Para sua surpresa, ela respondeu, embora desajeitadamente. Era um movimento pequeno, mas era um começo.
A conexão estava lá, mas era frágil.
Agora, tudo o que ela tinha a fazer era trabalhar nisso.