Imortal Imperatriz do Gelo: Caminho para a Vingança - Capítulo 268

268: O Guardião 268: O Guardião “Oh? O que temos aqui? Um simples filhote do Reino da Fundação conseguiu chegar tão longe? Que fascinante! Vamos ver, vamos ver… OH! Que incrível! Ter passado por tantas reencarnações e tantas tragédias, é difícil dizer se essa garotinha é sortuda ou azarada! Mas uma coisa é certa. Ela tem uma força de vontade inabalável e orgulho a ponto de preferir morrer se algum dia enfrentasse uma situação em que fosse forçada a admitir a derrota. Que maravilhoso!! Finalmente! Alguém digno apareceu!!”

Uma voz profunda, magnética, poderosa e demoníaca reverberou pelo vazio. Essa voz abalou toda a existência de Mira e era tão forte que, mesmo que sua alma estivesse à beira da destruição, sua mente em frangalhos e seu corpo dilacerado, ela foi forçada a recuperar a consciência estritamente pelo poder emanado daquela voz.

*Estalo*
A entidade que acabou de falar estalou os dedos e o corpo inexistente de Mira, alma despedaçada e mente consumida imediatamente se recuperaram ao seu estado máximo.

Agora, Mira se sentia muito confusa. Em um momento, tudo o que ela via era escuridão e dor infinita enquanto tentava se segurar, mas agora estava perfeitamente bem como se nada tivesse acontecido. Ela rapidamente examinou seu corpo e imediatamente notou que não havia ferimentos internos ou externos! Na verdade, parecia que seu corpo havia evoluído ligeiramente e sua estrutura óssea se reajustou um pouco para acomodar melhor seu estilo de luta.

No entanto, Mira sabia que algo não estava certo quando, não muito tempo atrás, sentiu toda a sua existência tremer. Parecia que algo aterrorizou não apenas seu eu presente, mas também seus eus passado e futuro.

Ela elevou sua guarda ao máximo absoluto e começou a procurar a área ao redor, mas quase imediatamente encontrou a raiz de seu medo e ansiedade.

O que ela viu fez seu sangue esfriar e, mesmo com seus anos de experiência, ela ainda não conseguiu evitar de paralisar e ficar com a boca aberta.

À sua frente estava um… homem? Vamos chamar de homem. Ele tinha mais de 3 metros de altura e, à primeira vista, era extremamente bonito. Vestia um terno todo preto com uma gravata preta, mas nem isso podia esconder os músculos ondulantes por baixo. Seu corpo era perfeitamente proporcional, mesmo com seu tamanho massivo. Seu rosto era angular, simétrico e afiado. Mira só podia descrevê-lo como perfeito. No entanto, sua pele era extremamente pálida, a ponto de ser quase transparente.

Porém, seus olhos, cabelo e testa se destacavam ainda mais para ela. Seus olhos eram completamente pretos. Mais pretos que até mesmo os poços mais escuros e profundos no abismo. Suas pupilas também eram únicas, pois a pupila esquerda tinha a forma de uma foice e a pupila direita tinha a forma de algo que Mira acreditava que nunca mais veria. Era em forma de um Ankh; um símbolo que representava a vida. Enquanto isso, entre suas sobrancelhas havia a tatuagem de uma caveira e ossos cruzados.

O homem também tinha cabelos que por algum motivo pareciam infinitamente longos e infinitamente curtos, quase como se contivessem um universo dentro de cada fio de cabelo.

Mas o que fez o sangue de Mira gelar foi a aura do homem. Apenas olhando para ele quase a enviou diretamente para um ciclo de Samsara, de morte e renascimento. Fez com que ela sentisse que estava olhando para uma existência proibida…

“Você terminou de me verificar? Você pelo menos deveria se apresentar primeiro. No entanto, vendo que esta é provavelmente a primeira vez que você encontra alguém tão grandioso quanto eu, vou deixar passar por agora. Eu não posso te dizer meu nome, pois só meu nome por si só poderia apagar sua existência dos anais da história. Por agora, apenas me chame de ‘O Guardião’. Sim, isso soa bem.”

‘O Guardião’ tentou amenizar a situação com uma piada leve e um sorriso, mas Mira não estava levando isso na brincadeira e apenas continuou a olhá-lo em silêncio. Na verdade, ela não tinha ideia do que dizer, mas ao mesmo tempo tinha muito o que dizer. Por que ela estava aqui? Ela falhou? Ela passou? Isso é o inferno? Ou pior? Quem diabos é você? Por que você está aqui, em um lugar localizado em um Reino de Cultivo Mortal de nível baixo? Isso não é… sei lá… um pouco abaixo do seu patamar?

Naturalmente, ‘O Guardião’ podia ver através dos pensamentos dela sem nem ao menos tentar e estava um pouco divertido. Durante sua vida interminável, fazia muito, muito tempo que alguém não apenas se mantinha tão calmo diante dele, mas até mesmo o questionava. Ele também estava 90% certo de que a garotinha à sua frente provavelmente sabia que ele poderia ler sua mente ou pelo menos saber o que ela estava pensando com base em suas expressões.

Mas isso apenas aumentou a impressão que ele tinha dela, em vez de diminuí-la, pois mesmo entre pessoas do seu calibre… ok, talvez não exatamente do calibre dele, mas talvez alguns patamares abaixo dele, seria difícil encontrar alguém tão inteligente e perspicaz quanto a criança à sua frente. Embora ela continuasse adivinhando sua identidade e algumas do que ela disse estivesse errado, ela entendeu quase tudo o que precisava entender em apenas algumas frases.

Mira sabia que esse homem estava longe de ser simples e só fazia sentido que alguém assim tivesse alguma conexão com os testes e tribulações que ela acabara de enfrentar. Só pela voz dele, Mira entendeu que esse homem era definitivamente um Imortal, e um forte por sinal. Ela não tinha certeza de quão forte, já que ele poderia estar fazendo algo para que sua voz parecesse mais forte ou talvez fosse apenas uma habilidade inata dele. Em seguida, o nome ‘O Guardião’. Só faz sentido que ele esteja associado a qualquer ser ou tesouro localizado no final de todos esses testes.

Talvez ele seja realmente o Espírito do tesouro que tem a habilidade de se transformar em uma aparência humanóide. Ou talvez ele seja de fato um Guardião de algum tipo.

De qualquer forma, o que quer que esteja no final desses testes tem que ser algo ou alguém além da imaginação mais selvagem dela se tal ser como a entidade diante dela estiver relacionado a isso.

O sorriso de ‘O Guardião’ cresceu ao ler os pensamentos de Mira e sua impressão dela estava constantemente aumentando. Já é bom o suficiente que ela não tenha perdido a sanidade em sua presença, mas ela consegue fazer tais deduções com não apenas informações limitadas, mas também fazendo isso mesmo diante de um poder absoluto.

Depois de chegar a várias conclusões e fazer alguns cálculos, junto com a expressão feliz no rosto do ‘Guardião’, Mira sentiu que era do seu melhor interesse falar.

“Meu nome é Mira, Senhor Guardião. Normalmente não sou de muita conversa fiada, então peço desculpas se de alguma forma o ofendi, mas duvido que alguém do seu nível se aborreça com uma garotinha como eu, então vou direto ao ponto. O que vai acontecer comigo agora que estou aqui?”

Mira tentou falar com ele com todo o respeito possível. Mas Mira… simplesmente não conseguiu ser mais gentil do que isso. Ela nunca temeu os fortes, então por que temeria agora que está diante de alguém tão mais forte do que ela que seu mero nome pode apagar sua existência? Ela sempre foi uma garotinha, uma formiga diante dos verdadeiramente poderosos. Agora ela é apenas uma formiga ainda menor, diante de um dragão ainda maior. Não há realmente muita diferença.

Isso posto, ela também sentiu que alguém com esse nível de força não se ofenderia com algo tão trivial. Afinal, até Mira não dá a mínima para o que algum mortal sem qualquer cultivo pensa ou diz sobre ela.

Claro que Mira ainda tentou escolher suas palavras com o máximo de cuidado possível. Ela queria perguntar por que estava aqui e quem ele era ou talvez pelo que ela vinha lutando e sendo torturada, mas no final nada disso realmente importava agora. O que realmente importa é se ela estava prestes a acabar como uma besta selvagem torturada pela eternidade, ou se ia viver e talvez até colocar as mãos nesse tesouro pelo qual ela trabalhou tão arduamente.