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Herdeira Renascida: Reconquistando o que é Seu por Direito! - Capítulo 823

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Capítulo 823: 5

Parecia uma faca cravando em seu peito.

A dor a envolvia em ondas… até que ela lentamente ficou entorpecida.

Aurora não sabia há quanto tempo estava sentada ali, segurando o telefone em estado de torpor.

Não foi até que uma batida suave na porta quebrou o silêncio que ela voltou à realidade.

Aos olhos de Eleanor, Alexander nunca foi digno de Aurora.

Ele nem mesmo deu a ela a confiança básica que ela merecia.

E quando ela mais precisava dele, ele virou as costas.

Sim, a situação com Everett era algo que a maioria dos homens não conseguiria aceitar.

Mas Alexander escolher partir nesse momento infligiu o pior dano possível a ela.

Os olhos sem vida de Aurora continham um traço de amargura. Seus lábios se entreabriram levemente.

“Estou bem… Eu vou ficar bem…”

“Bem?” Eleanor zombou, raiva cruzando seu rosto. “Você sequer vê como está agora? Olhe para você!”

Ela pegou um pequeno espelho da mesa de cabeceira e o segurou diante de Aurora.

Aurora encarou seu reflexo.

Cabelos desgrenhados. Um rosto pálido como fantasma. Lábios rachados e partidos. E aqueles olhos… vazios, ocos.

Ela mal se reconhecia. A Aurora antes radiante, de rosto fresco, havia desaparecido, substituída por uma mulher que parecia uma década mais velha, como uma alma perdida vagando por um abismo.

Eleanor arrancou o espelho.

“Agora você vê? Alexander te largou. Mas você realmente vai desmoronar por causa de um homem?!” Sua voz era cortante, rompendo o pesado silêncio. “Você lembra o que sua mãe te disse antes de falecer?”

Aurora permaneceu imóvel, não se comovendo com as palavras de Eleanor.

Frustrada, Eleanor decidiu jogar sua última cartada — sua falecida mãe.

Ela não sabia exatamente o que a mãe de Aurora havia dito antes de partir, mas sabia de uma coisa com certeza — toda mãe quer que seu filho siga vivendo, não importa o quê.

Um lampejo de emoção agitou os olhos enevoados de Aurora.

Um fino véu de lágrimas embaçou sua visão.

Ela ainda podia ouvir a voz de sua mãe, rouca e fraca, daquele dia fatídico…

*”Aurora… meu amor… sinto muito. Eu… tenho que partir primeiro. Mas você é meu orgulho, meu maior amor… Se não fosse por você e seu irmãozinho, eu já teria tirado minha vida há muito tempo, quando seu pai me traiu… me bateu… me humilhou. Mas eu não fiz isso. Aguentei por vocês dois.

Mas Deus viu meu sofrimento e decidiu me libertar cedo dessa vida…

Mas você — você não deve seguir meu caminho. Tem que viver por mim.

Aurora, me prometa… me prometa que você continuará vivendo, que cuidará de seu irmão…

Você é meu tudo. Não me decepcione…”*

Ela nunca conseguiu terminar suas palavras.

Ela faleceu antes de poder dizer mais.

Aurora fungou, sentindo uma pequena chama de calor reacender dentro de seu coração congelado.

Seu corpo ainda estava fraco, seu espírito ainda quebrado.

Mas pelo menos agora… ela tinha uma razão para continuar.

Ela forçou um pequeno sorriso amargo e sussurrou, “Eu me lembro… Não se preocupe, não vou fazer nada estúpido.”

Com uma respiração profunda, ela afastou as mãos e alcançou o pequeno pente na mesinha de cabeceira.

Lentamente, ela começou a escovar seu cabelo emaranhado, como se estivesse se recompondo.

Os olhos de Dominic ficaram vermelhos, e sem dizer mais nada, levantou-se e saiu quietamente do quarto.

Eleanor suspirou. “Você não pode ficar aqui mais. Os repórteres tomaram completamente conta da área. O Sr. Nelson está ciente de sua situação, então ele foi em frente e alugou uma vila perto da empresa só para você. Mas ele fez isso em nome da Sra. Nelson… Então não se preocupe—Sra. Nelson me ligou pessoalmente para confirmar tudo. Eu estarei ficando com você também, então mesmo que a mídia descubra, eles não terão nada para fofocar.”

Aurora sentiu um calor se espalhar por seu peito.

Ela nunca esperou que, mesmo quando estava se afogando no escândalo, Eric e Ella ainda estariam ao seu lado.

Parece que eles não a viam apenas como a estrela em ascensão da LXL—eles realmente a viam como uma amiga.

“E não esqueça de seu irmãozinho,” Eleanor continuou suavemente, batendo gentilmente na mão de Aurora. “Se você continuar se afundando em desespero, ele vai ficar muito preocupado com você. Se você nunca se recuperar, as pessoas começarão a dizer que você só chegou onde está por causa do Everett.

A vida não é sobre provar nada para ninguém—é sobre manter sua dignidade. Você entende?”

Aurora assentiu, lágrimas transbordando em seus olhos.

Como ela pôde esquecer seu irmãozinho?

Jesse Hunter não era seu irmão biológico—sua mãe o havia encontrado abandonado quando ele era apenas um bebê. Ele era seis anos mais novo que ela, agora com vinte anos e no segundo ano de faculdade na Cidade Y.

Sua mãe havia lhe contado a história muitas vezes.

Naquele dia, ela estava voltando da Casa do Vovó Carter quando ouviu os choros baixos de um bebê perto do rio. Quando correu para lá, encontrou um recém-nascido abandonado, deixado desamparado na grama. Seu rostinho estava vermelho e inchado, coberto de picadas de formigas.

Furiosa e de coração partido, sua mãe o pegou imediatamente, afastou as formigas e o levou para casa sem pensar duas vezes.

Aquele bebê agora era Jesse Hunter. Ele adotou o sobrenome da mãe deles.

Pensando na bondade de sua mãe, Aurora sentiu um calor estranho florescer dentro dela.

Sua mãe e Jesse tinham sido as pessoas mais importantes em sua vida.

E agora que Alexander a havia abandonado, ela tinha que continuar. Ela não podia decepcionar sua mãe.

“Obrigada, Eleanor,” Aurora sussurrou. “Você está certa. A vida é sobre manter seu terreno. Se eu me deixar desmoronar agora, então as pessoas que querem me ver falhar… aqueles que querem me ver morta… terão exatamente o que querem.”

Ela sorriu em meio às lágrimas. “Se eu cair, se eu morrer, as pessoas que me amam irão sofrer, e as pessoas que me odeiam irão comemorar. Não vou deixar isso acontecer. Vou me levantar novamente… mas preciso de um mês para me recuperar.”

El

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