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Herdeira Renascida: Reconquistando o que é Seu por Direito! - Capítulo 776

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Capítulo 776: 8

Todo esse tempo, ela pensou que sua tia era apenas de língua afiada, mas de coração mole. Talvez um pouco egoísta, claro—mas ainda assim alguém que a criou e a Jesse. Ela achava que isso era bondade.

Ela nunca imaginou que a Sra. Wilson tivesse roubado a herança de 40 milhão de sua mãe. Ela era jovem demais naquela época para saber de qualquer coisa. E agora fazia sentido—Sra. Wilson só concordou em acolhê-los por causa desse dinheiro.

Aurora também finalmente entendeu por que seu pai sempre tinha sido tão frio com ela. Aquele dinheiro que ele deu a sua mãe representava dois terços dos seus bens.

Mas sua mãe foi enganada e nunca falou nada. Talvez seu pai presumisse que ela escolheu não deixar nada para Aurora e Jesse.

Uma enxurrada de emoções inundou Aurora. Ela nem sabia por onde começar a expressar o que sentia.

“Você enfrentou a verdade agora,” Everett disse mais gentilmente, apertando sua mão. “Então, daqui em diante, mantenha sua posição. Pare de ser tão mole.”

Aurora segurou as lágrimas.

“Sempre pensei que ela fosse apenas autoritária… Eu nunca imaginei…”

Quarenta milhão.

Isso era mais que suficiente para criar não apenas duas crianças—mas cem. Não é de admirar que a Sra. Wilson tivesse dito sim. Era a culpa o tempo todo.

“Você gostaria de recuperar esse dinheiro?” Everett perguntou calmamente. “O negócio do seu tio não tem ido bem nos últimos anos, mas…”

Quarenta milhão não era nada demais para Everett. Ele poderia cobrir isso se precisasse.

Mas fazer isso destruiria o relacionamento de Aurora com a família Wilson. Tornaria tudo completamente hostil. E assim que a Sra. Wilson descobrisse, definitivamente ressentiria Aurora até os ossos.

“Não há necessidade.” Aurora deu um sorriso amargo.

Ela se lembrou dos seus anos na faculdade—trabalhando em empregos de meio período só para pagar a mensalidade e o aluguel.

Ela não era alguém nascida em uma vida de luxo.

Se tivesse sido, sua mãe não teria sido enganada, e ela e Jesse não teriam lutado tanto ao crescer.

Não foi até que assinou com a LXL que as coisas começaram a mudar. A empresa lhe dava 200 mil por mês, e ela recebia roupas e bolsas patrocinadas. Despesas promocionais eram cobertas também.

Só então sua vida se acalmou. Antes disso? Só de pensar já a fazia tremer.

“Você é muito gentil. Mas duvido que sua tia vá deixá-la em paz tão facilmente,” Everett disse, olhos brilhando friamente.

Se a Sra. Wilson tivesse algum juízo, ela recuaria. Mas algumas pessoas eram simplesmente cegas—e não faziam ideia de que estavam mexendo com alguém perigoso.

E se esse fosse o caso… Everett não se importaria de usar outros métodos.

“Eu só… não quero envergonhar meu tio,” Aurora sussurrou. “Se ele descobrir, o relacionamento deles vai piorar ainda mais.”

As coisas já estavam tensas desde que Kimi foi expulsa. Seu tio e sua tia estavam brigando cada vez mais.

Everett esfregou a testa em frustração.

Aurora era simplesmente mole demais. Se não fosse, as pessoas não passariam por cima dela o tempo todo.

Justamente então, Tobias voltou com o protetor labial. Ele deu a Everett um olhar conhecedor e provocador antes de sair silenciosamente.

“Aqui, passe isso,” Aurora disse, levantando o protetor. “É muito bom para lábios rachados. Vai parar o sangramento também.”

Ela torceu a tampa—mas o rosto de Everett se ensombreceu.

Protetor labial? Para um homem adulto?

“Não, obrigado. É só um cortezinho. Vou sobreviver.”

Ele virou a cabeça, esquivando-se da mão dela, claramente irritado.

Aurora podia ver que ele estava sendo teimoso, então deu um leve grunhido.

“Ninguém vai te ver aqui dentro. Apenas passe! Seus lábios parecem horríveis sem ele.”

“Aurora, eu sou Everett—o galã certificado da internet!” ele zombou, claramente ofendido.

“Bem mais bonito que o seu ex. Caso contrário, por que metade da internet estaria obcecada por mim?”

Ah, então agora ele estava plenamente ciente de quão famoso era?

Aurora franziu a testa. Só de olhar para os lábios rachados dele a deixava desconfortável.

“Everett, só umas passadinhas!”

“Nem meia passada.”

“Everett, seus lábios estão tão rachados que você nem consegue beijar direito!” Aurora corou, mas insistiu — era a única maneira de fazê-lo concordar em usar o protetor labial.

Everett se virou para ela, os olhos brilhando de surpresa e diversão.

“Oh? Então é sobre isso?”

“Quem gostaria de beijar lábios tão feios?”

“…Tá bom.”

Ele finalmente cedeu — embora principalmente porque esperava arrancar algumas vantagens do acordo.

Aurora se inclinou e aplicou cuidadosamente o protetor labial em seus lábios. Após alguns movimentos suaves, ela pôde ver a umidade retornar e finalmente relaxou um pouco.

Quando terminou, Everett levantou uma sobrancelha.

“Melhor agora, certo? Vamos, experimente.”

Aurora empurrou o protetor labial para seu bolso e se virou.

“Espere até estar completamente melhor!”

“Mentira,” Everett murmurou, seu rosto escurecendo. Seu olhar poderia congelar o ar.

Mas então ele se lembrou: Ela está aqui comigo. Isso já é suficiente. Por que pedir tanto?

Não faz muito tempo, até sonhar em estar com ela parecia impossível.

Everett pressionou os lábios. O protetor realmente parecia… bom.

“Deite-se. Durma comigo.”

Seu tom era autoritário, afiado como sempre.

Aurora piscou.

Agora? Ele queria cochilar com ela agora?

Ele estava falando sério? Ainda era pleno dia lá fora — mal passava das 5 da tarde!

Ainda nem era hora do jantar!

“Só uma soneca. Comemos depois,” disse Everett, lendo sua mente. Seus olhos geralmente frios agora transbordavam de um desejo mal contido.

Tá bom. Aurora suspirou e cedeu. Se ele adormecesse mais rápido, melhor ainda.

Ela se deitou ao lado dele — e no momento em que fez isso, Everett se virou e pressionou seus lábios recém-protegidos suavemente nos dela.

E assim, Aurora se sentiu… estranha.

Como se estivesse beijando outra mulher. Foi tão constrangedor.

Então era por isso que ele não queria o protetor labial no início.

Realmente era uma sensação estranha…

Enquanto estava deitada na cama, um médico entrou para trocar o soro de Everett. Ele viu a cena e rapidamente desviou o olhar, mal contendo um sorriso.

Só então Aurora se lembrou — antes de a Sra. Wilson ter ligado, Everett tinha um termômetro na boca.

Mas então a bomba da herança tinha explodido, e ela totalmente esqueceu.

“Cadê o termômetro?” ela perguntou, olhando para o criado-mudo.

Lá estava ele — repousando silenciosamente.

“Você ao menos o manteve por cinco minutos?” ela perguntou.

“Não faço ideia.”

O médico sorriu levemente.

“Bem, julgando pela sua cor e lucidez, parece que a febre está quase indo embora.”

Aurora conferiu o termômetro: 38,7°C. Bem abaixo de antes. Nada mal.

Depois que o médico saiu, Everett percebeu que suas roupas estavam encharcadas de suor.

“Aurora—me ajude a trocar.”

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