Herdeira Renascida: Reconquistando o que é Seu por Direito! - Capítulo 681
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Capítulo 681: onze
Aurora se mexeu no sono, com a boca seca e ressequida. Enquanto se movia, memórias de tudo que havia acontecido com Everett de repente voltaram à tona.
Ela acordou sobressaltada e viu Everett parado junto à janela.
Mesmo apenas a silhueta dele parecia boa – alto, composto e indiscutivelmente bonito, mesmo de costas.
Ela entreabriu os lábios levemente e percebeu que estava deitada em um quarto luxuoso, de estilo europeu – elegantemente mobiliado, claramente algum tipo de suíte presidencial.
Ela estava com tanta sede.
Levantando-se com dificuldade, Aurora também notou como estava com fome. Ela não havia se machucado antes de desmaiar, então agora era apenas sede e fome que a atormentavam.
Ouvindo o movimento, Everett se virou. Seus olhos profundos se encontraram com os dela.
O rosto de Aurora corou. Vendo-o ainda em seu terno, perfeitamente arrumado, ela abaixou o olhar.
“Você… você cuidou do seu ferimento?”
“Sim. A bala está fora.”
Ela soltou um suspiro silencioso de alívio.
“Você… a tirou sozinho?”
O pensamento daquela cena brutal a fez perguntar sem pensar.
“Agora que estamos de volta aqui, você realmente acha que eu seria tão burro?” Everett levantou uma sobrancelha, mas secretamente estava satisfeito – será que ela estava preocupada com ele?
Bom. Talvez ela realmente tivesse uma consciência, afinal.
Aurora pressionou os lábios e abraçou o cobertor, encostando-se na cama. A imagem daqueles corpos no chão, olhos arregalados na morte, passou pela sua mente. Ela tremeu.
Everett caminhou até ela, claramente exasperado. Mulheres – sempre tão dramáticas. Mas surpreendentemente, ele não se importava mais. Mesmo que fosse um incômodo, ele estava bem com isso agora.
Ele se sentou ao lado dela, descansando gentilmente a mão em sua cintura.
“Não tenha medo. Apenas finja que assistiu a um thriller policial.”
Aurora respirou fundo. “Eu não estou com medo! Eu estou… com muita fome!”
De repente, percebeu que sua voz tinha um tom de lamento – será que ela… estava fazendo beicinho?
Everett deu um leve sorriso. “Já pedi para trazerem o café da manhã.”
Ela olhou para o grande relógio de parede – já eram 9 da manhã.
Não era de se admirar que ela estivesse morrendo de fome.
“Ah, certo – preciso entrar em contato com Dominic e os outros!”
Ela se sentou rapidamente, percebendo o quão perto ela e Everett estavam. Era… constrangedor.
“Eu já fiz. Eles estão bem,” Everett disse secamente. Sua expressão esfriou – será que ela poderia se concentrar nele por uma vez?
Aurora suspirou de alívio. “Onde estamos?”
“Hughley Grand Hotel,” ele respondeu friamente.
Aurora sabia disso. Este lugar pertencia ao Grupo X&L – apenas mais um entre muitos. O homem na sua frente valia bilhões. E de repente, ela se sentiu… pequena.
“Ah… bem, então eu voltarei para o Hotel Shana…”
Sua empresa havia reservado quartos no Hotel Shana – a cerca de 10 quilômetros de distância.
O rosto de Everett ficou ainda mais sombrio.
“Você realmente odeia tanto ficar perto de mim? Olhe para mim – não estou em condições de forçar você a nada.”
Isso fez seu rosto corar instantaneamente. Ela rapidamente balançou a cabeça.
“Não… não era isso que eu quis dizer!”
“Então fique hoje. Eu te levo de volta à noite.”
A voz de Everett estava calma como sempre, como água parada – mas seus olhos contavam uma história diferente, cheia de calor silencioso.
Aurora mordeu o lábio e não protestou. No final, aceitou o arranjo dele.
O café da manhã chegou. Aurora olhou para a mesa e ficou impressionada – isso era café da manhã? Parecia uma explosão de buffet.
Macarrão, pães ocidentais e chineses, ovos fritos e cozidos, sanduíches, presunto, wraps de bacon com milho, batatas fritas – cobria toda a longa mesa.
Ela percebeu que nem tinha tomado banho desde a noite anterior, mas decidiu comer primeiro. Depois de lavar o rosto e escovar os dentes, ela colocou sua escova de dentes descartável no copo – então notou algo.
A escova dele… combinava com a dela.
Um conjunto de casal?
Quando Aurora saiu, Everett já estava sentado à mesa de jantar, lendo o jornal.
Ela caminhou até ele e notou a maneira estranha com que ele segurava o braço.
“Seu… seu ferimento está bem?”
“Não está. Ainda dói. Quer me dar o café da manhã?”
Ele abaixou o jornal, seu tom casual.
Na verdade, seu braço esquerdo ainda doía um pouco, mas não era nada sério.
Aurora congelou, sentindo-se um pouco atrapalhada.
Ele se machucou por causa dela – quase perdeu a vida. Dar-lhe o café da manhã uma vez… não parecia pedir muito, certo?
“Ok… claro.”
Quando estava prestes a pegar a faca e o garfo, Everett deu um meio sorriso, uma quieta ternura em sua expressão.
“Esqueça. Não quero te obrigar.”
Os olhos de Aurora se arregalaram. Ela percebeu que ele estava brincando com ela. Mas quando viu a leve careta que ele fez ao pegar os utensílios, claramente tendo dificuldade, deixou o protesto morrer na garganta.
Ela balançou a cabeça rapidamente.
“Não, não são os alimentos. Eu só acho que você pediu muito.”
“Se eu não pedisse muito, como saberia do que você gosta?” ele disse, impassível.
Aurora abaixou os olhos, coração batendo forte. Ela estava sentada à direita dele – se virasse um pouco, poderia ver os contornos nítidos do seu perfil bonito.
A luz do sol conseguiu passar pelas nuvens, lançando um brilho quente sobre um lado do quarto.
Depois de um momento quieta, Aurora finalmente quebrou o silêncio.
“Sobre a noite passada… desculpe. Eu te julguei mal.”
Se não fosse por ela, Everett não teria se envolvido com aquele homem aterrorizante, Garrett. Aquele homem a assombraria para sempre.
Mas agora ele estava morto. E ela poderia finalmente respirar.
“Está tudo bem. Mesmo sem ele, alguém mais viria atrás de mim,” Everett disse calmamente.
Seu primo era implacável – ele sempre esteve em alerta. Só não esperava que ele atacasse tão cedo.
Os olhos de Aurora se encheram. Ela tinha sido tão egoísta antes, e ainda assim ele nem parecia guardar rancor contra ela.
Os dois ficaram quietos novamente, sem saber o que dizer.
Aurora beliscou sua comida – um pãozinho, um pouco de wrap de bacon com milho – então enxugou a boca com um guardanapo.
“Terminei. Vá em frente.”
Everett olhou para ela.
“Só isso? É porque eu estou aqui que você tem medo de comer normalmente?”
“Claro que não!” Aurora retrucou.
“Eu não sou do tipo tímida.”
“Mas seu rosto já está vermelho.”
Aurora se virou.
“Eu… eu vou tomar banho. Mas não há roupas aqui, então eu deveria voltar para meu hotel.”
“