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- Herdeira Real: Casamento Relâmpago com o Tio do Ex-Namorado
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Capítulo 405: À vista terna
Aiden abriu a lata de cerveja gelada que havia comprado na loja da esquina, tomando alguns goles longos enquanto caminhava pela rua tranquila em direção ao complexo residencial. O sol pendia baixo no céu, lançando sombras longas sobre o pavimento.
Assim que dobrou a esquina, seus passos desaceleraram. À frente, ele avistou Sylvia dirigindo-se à entrada, os braços pesados com várias sacolas de compras.
Terminando o resto da bebida, Aiden jogou a lata vazia em uma lixeira próxima e acelerou o passo. Quando chegou ao prédio, percebeu que ela estava tendo dificuldade para apertar o botão do elevador com as mãos ocupadas.
Sem dizer uma palavra, ele se aproximou e pressionou o botão por ela.
“Obrigada,” Sylvia disse suavemente, olhando para ele. Um leve rubor tingiu suas bochechas, e ela rapidamente desviou o olhar.
“Precisa de ajuda com isso?” Aiden perguntou, gesticulando para as sacolas.
“Não, está tudo bem. Eu dou conta,” ela respondeu, embora o tom cansado em sua voz sugerisse o contrário.
“Vamos lá, vizinhos podem ajudar uns aos outros,” ele disse com um sorriso discreto, já pegando algumas sacolas de suas mãos.
Sylvia hesitou, mas permitiu que ele as pegasse.
“Você esteve ocupada,” ele comentou, observando o número de sacolas. “Ou é apenas uma shopaholic disfarçada?”
“Eu adoro fazer compras,” Sylvia disse com um sorriso suave.
“Como vai o trabalho?” Aiden perguntou, em tom casual enquanto a olhava.
“Vai bem,” ela respondeu simplesmente.
Um silêncio desconfortável instalou-se entre eles, quebrado apenas quando o elevador tocou, e as portas se abriram no andar deles. Eles saíram, a quietude continuando enquanto caminhavam lado a lado em direção ao apartamento de Sylvia.
Ela destrancou a porta e a abriu, dando um passo para o lado para deixá-lo entrar. Aiden fez um leve gesto de agradecimento e tirou os sapatos, calçando os chinelos colocados ordenadamente na entrada.
“Coco,” Sylvia chamou gentilmente.
Um som suave e familiar respondeu do outro lado do cômodo. Sua gata de pelos, Coco, estava enrolada confortavelmente em sua pequena cesta, levantando preguiçosamente a cabeça.
Sylvia colocou as sacolas de compras no sofá e se aproximou, ajoelhando-se ao lado de Coco, acariciando suavemente a testa da gatinha com carinho. Aiden notou o calor em seu gesto e se pegou sorrindo ao ver a cena terna—até perceber e se conter rapidamente.
“Eu vou indo,” ele disse, um pouco rápido demais.
Sylvia virou levemente a cabeça, seus olhos o acompanhando. “Hmm,” ela murmurou, observando-o sair.
Quando a porta se fechou atrás dele, ela sussurrou para si mesma, “Ele não é como os outros.”
Com esse pensamento permanecendo em sua mente, ela voltou ao sofá e começou a desempacotar as sacolas.
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Orabela rolava distraída pela tela do tablet, ocasionalmente tomando goles do latte quente que havia pedido.
Depois de um tempo, ela colocou o dispositivo na mesa e deixou seu olhar vagar pelo café. A maioria das mesas estava ocupada por casais, que trocavam risadas suaves entre goles de café com as mãos entrelaçadas sobre o tampo.
Se havia algo que Orabela realmente sentia falta em sua vida era a sensação de estar apaixonada. Um tipo de amor que fazia o mundo desacelerar. Ela havia cometido sua cota de erros, arrependimentos que a atormentavam até mesmo em momentos calmos como este, mas, no fundo, ela sabia que todos eles vinham de uma única pessoa.
Roderick.
“Como foi fácil para ele seguir em frente,” ela murmurou baixinho, com um tom amargo na voz.
“É você, Orabela?”
A suavidade familiar da voz de Ivy a tirou de seus pensamentos. Orabela olhou surpresa e levantou levemente a mão em reconhecimento.
“Ivy!” ela disse.
Enquanto Ivy se aproximava, Orabela não pôde evitar se perguntar, ela estava ali por coincidência… ou para zombar dela, como outros haviam feito antes?
“Que surpresa te encontrar aqui!” Ivy comentou com um sorriso agradável, suas mãos envolvendo uma xícara quente de latte. Ela olhou para a cadeira vazia à frente de Orabela. “Ninguém vai se sentar com você, certo?”
“Não,” Orabela respondeu. “A cadeira está vazia.”
Ela ofereceu um sorriso educado, embora, no fundo, não estivesse feliz por compartilhar a mesa, especialmente com a mulher que em breve se casaria com Roderick.
Enquanto Ivy se sentava, Orabela pensou, ‘Será que Layla sentiu o mesmo… quando nós duas a traímos?’
“Nós nos encontramos poucas vezes na faculdade,” Ivy disse.
“Sim,” Orabela assentiu. “Você era minha veterana.”
“É,” Ivy riu suavemente. “Como você está?”
“Bem,” Orabela respondeu brevemente.
Houve uma breve pausa antes de Ivy se recostar na cadeira, tomando lentamente seu latte. “Você deve estar se perguntando por que parei para falar com você.”
Orabela não respondeu.
“Roderick…” Ivy começou. “Ele ficou cheio de arrependimento depois do que fez com Layla. Por muito tempo, ele não deixou ninguém se aproximar. Nossas famílias nos juntaram, mas, honestamente? Eu também não estava pronta. Eu sabia do passado dele e fiquei cautelosa. Tinha minhas dúvidas.”
Ela fez uma pausa por um momento, olhando para sua xícara antes de continuar. “Mas aos poucos, comecei a enxergar quem ele realmente é, para além dos erros e da bagagem. E percebi… ele não é mais o mesmo homem de antes.”
Orabela curvou levemente os dedos na borda da mesa. “Então vocês dois estão indo bem juntos,” ela disse.
“Sim,” Ivy assentiu, um pequeno sorriso brincando em seus lábios.
“Que bom,” Orabela respondeu com um leve suspiro. “Eu também cometi erros. Grandes. E sei que vou carregar o peso desses pecados por muito tempo.”
Seu olhar baixou por um momento, o sorriso que usava desaparecendo brevemente antes de erguer os olhos novamente, encontrando os de Ivy. Um sorriso gentil voltou aos seus lábios.
“A propósito… Feliz Natal.” Ela disse com sinceridade.
“Feliz Natal, Orabela,” Ivy desejou o mesmo a ela. “Espero que nos vejamos com frequência. Quero dizer… como parentes, já que você é irmã de Layla,” ela afirmou.
“Hmm. Acho que sim,” Orabela respondeu.
“Então, você voltou definitivamente? A última coisa que soube foi que você saiu da Itália por um tempo,” Ivy disse.
“Mamãe e Papai querem que eu volte. Ainda estou decidindo,” Orabela respondeu.
“Que bom saber disso. Desejo sucesso no que quer que decida fazer,” Ivy disse com um sorriso caloroso. Nesse momento, o telefone dela vibrou e ela verificou sua bolsa. Era Roderick. Ela não atendeu a ligação na frente de Orabela e terminou o latte antes de se despedir.