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- Herdeira Real: Casamento Relâmpago com o Tio do Ex-Namorado
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Capítulo 403: Ela te traiu!?
Naquela noite, Lucius chegou ao café onde havia combinado de se encontrar com Carlo. O terraço estava deserto, salvo pelos dois.
Carlo colocou sua xícara no pires e encontrou o olhar penetrante de Lucius.
Lucius não perdeu tempo com formalidades. “Não tenho interesse em fazer de você meu inimigo. Então, retire a mulher que você enviou para infiltrar meu grupo.”
Carlo estudou Lucius atentamente, um sorriso puxando seus lábios. “Você não era esse tipo de homem antes de se casar. Fazer pazes com máfias nunca foi da sua natureza. Parece que o casamento mudou bastante você,” ele comentou.
A expressão de Lucius permaneceu neutra. “Faça o que estou te dizendo, Carlo,” ele ordenou.
Carlo inclinou a cabeça, com divertimento cintilando em seus olhos. “Me diga algo, Lucius, você matou o Tsar Romanov e o pai dele?”
“Sim,” Lucius respondeu sem hesitação. “Por quê?”
Carlo soltou uma risada baixa. “Era quase impossível encostar um dedo neles. E ainda assim, você conseguiu. Ouvi dizer que sua esposa teve um papel chave nisso.” Ele inclinou-se levemente para frente, abaixando a voz. “Você tem muitos protetores. Primeiro foi Matteo. Ele era praticamente obcecado em te manter seguro.”
A paciência de Lucius estava se esgotando. Seu olhar escureceu. “Não estou aqui para discutir isso,” ele disse friamente. “Sua perna ainda não funciona direito, não é? Não me faça tirar o uso da sua segunda também.”
O sorriso de Carlo desapareceu diante da ameaça implícita.
“Você traiu Matteo no passado,” Lucius continuou. “Seja grato por ainda estar respirando.”
Carlo suspirou, seus dedos tamborilando contra a mesa. “Certo,” ele cedeu. “Vou recuar. Mas quero sua palavra de que nem você nem seus homens pisarão em meu território novamente. Não tenho interesse que essa situação fique pior.”
Lucius fez um aceno curto. “Então chame a mulher e diga para voltar para Nápoles com você,” ele instruiu. “E certifique-se de que nunca mais nos cruzaremos. Sei que você quer acertar uma velha conta comigo, mas não tenho interesse em participar desse jogo. É melhor vivermos nossas próprias vidas sem arrastar um ao outro para um caos desnecessário.”
Carlo deu uma risada irônica. “Tudo isso começou por causa da Sylvia. Se ela não tivesse aparecido na minha porta, nada disso teria acontecido.”
Lucius recostou-se levemente. “Não foi Sylvia quem começou isso. Foi você. Ela apenas queria saber sobre o Tsar. Você foi quem tentou capturá-la. Eu sei exatamente como tudo aconteceu.”
A mandíbula de Carlo se apertou. “Porque ela era… Não importa.” Ele fez um gesto de desdém com a mão e empurrou a cadeira de forma brusca, levantando-se. “Já que não há mais o que discutir, vou embora.”
Lucius apontou em direção à porta. “Pode ir.”
Sem dizer mais nada, Carlo virou-se e foi embora, desaparecendo pelas escadas.
Um minuto depois, Chase apareceu no terraço, cumprimentando Lucius com um aceno.
“Obrigado pelo seu trabalho duro, Chase,” Lucius disse. “A partir de hoje, você não é mais meu espião.”
Chase franziu o cenho. “Por quê, Chefe?”
Lucius exalou, levantando-se e colocando as mãos nos bolsos de seu longo casaco marrom. “Eu já te disse antes que não quero mais estar nessa vida.” Ele retirou um envelope do casaco e o estendeu. “Pegue isso.”
Chase hesitou antes de pegá-lo, com as sobrancelhas franzidas. “O que é?”
“Abra e veja por si mesmo.”
Chase rasgou o envelope e desdobrou o documento dentro. Seus olhos se arregalaram ao ler. Era uma carta de nomeação. Ele havia recebido um cargo de Secretário Geral em uma das subsidiárias do Grupo De Salvo, uma empresa de prestígio especializada em suprimentos orgânicos.
Por um momento, Chase ficou em silêncio, encarando o papel sem acreditar. “Chefe…” ele murmurou, e sua voz falhou por um instante. “A primeira vez que te conheci, vi um grande potencial em você,” Lucius disse. “Você entrou nesse mundo para vingar a morte da sua irmã e, ao fazer isso, serviu ao meu propósito também. Mas agora, encontrei as respostas que estava procurando. É por isso que quero liberar todos aqueles que foram leais a mim por tanto tempo.”
Chase ouviu em silêncio, sentindo-se emocionado.
Lucius continuou, “A partir de amanhã, você trabalhará nos Orgânicos De Salvo. Eu sei que você irá se sair bem nesse novo caminho.”
Ele deu um tapinha no ombro de Chase, oferecendo um raro gesto de incentivo. Chase engoliu em seco, acenando com a cabeça, pronto para mostrar suas habilidades.
“Obrigado,” ele disse. “Chefe, se um dia precisar de mim, é só ligar. Não importa onde eu esteja, sempre estarei disponível para você.”
Lucius fez um pequeno aceno. “Hmm. Vá para casa e descanse um pouco.” Ele pausou antes de acrescentar, “E eu não sou mais seu chefe. Apenas me chame pelo meu nome.”
Chase exalou um leve sorriso, um sorriso genuíno surgindo finalmente. “Depois de você, Lucius.”
Com isso, ele virou e foi embora em alegria.
Lucius sorriu, sentindo-se satisfeito. Saindo do café, ele entrou no carro e dirigiu para casa.
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Nora apertou a campainha e deu um passo atrás, esperando pacientemente. Alguns segundos depois, a porta se abriu.
“Bem-vinda de volta,” Demitri a cumprimentou, seu olhar brevemente recaindo sobre a pesada bolsa de viagens em sua mão. Sem dizer uma palavra, ele estendeu a mão, aliviando o peso antes de dar espaço para que ela entrasse.
Ela o seguiu enquanto ele carregava a bolsa com facilidade, guiando o caminho até a sala de estar.
“Você foi até o seu apartamento alugado?” ele perguntou, colocando a bolsa perto do sofá. “Deveria ter me avisado,” ele afirmou.
“Não quis incomodar você,” Nora respondeu, acomodando-se no sofá com um pequeno suspiro.
Demitri, sem dizer nada, serviu um copo de água e entregou a ela.
“Obrigada,” ela murmurou, aceitando-o. Ela tomou alguns goles enquanto Demitri se sentava ao lado dela.
Com um leve tilintar, ela colocou o copo na mesa. “Trouxe algumas compras. A geladeira estava praticamente vazia ontem, então…” Ela gesticulou em direção à bolsa ao lado dela.
Demitri riu. “Eu estava planejando fazer compras com você. E ainda assim, aqui está você, pagando pelas compras.”
“Temos um acordo sobre isso,” Nora o lembrou. Ela levantou-se, pegando a bolsa. “Vou guardar tudo na cozinha.”
“Está tudo bem. Eu faço isso,” Demitri disse, pegando a bolsa antes que ela pudesse. “Você deveria descansar no seu quarto. Vou te levar um café quente também.”
Sem esperar pela resposta dela, ele dirigiu-se à cozinha e foi para o cômodo próximo à escada.
Depois de se refrescar e mudar para seu pijama, Nora ouviu uma batida na porta. Ela abriu e encontrou Demitri ali, segurando uma bandeja em mãos. Sem dizer uma palavra, ela deu espaço, deixando-o entrar.
Ela se sentou na cama, segurando a caneca quente entre as mãos, enquanto Demitri acomodava-se na poltrona perto da janela que ia do chão ao teto. A luz suave do abajur ao lado da cama lançava uma atmosfera tranquila pelo quarto.
“Obrigada pelo café,” ela murmurou.
Demitri fez um leve aceno. “Como foi seu dia? Seus colegas te incomodaram novamente depois daquele incidente?”
“Não,” Nora respondeu, tomando um gole. “A Presidente está considerando demiti-los. Eles estavam praticamente implorando para que eu tentasse convencê-la a mudar de ideia.”
Demitri exalou, recostando-se na cadeira. “A decisão de Layla provavelmente é a melhor. A empresa não precisa de pessoas como eles.”
“Ela disse a mesma coisa,” Nora admitiu.
As sobrancelhas de Demitri se ergueram levemente. “Você a encontrou?”
“Sim. Achei que deveria,” ela respondeu, encontrando seu olhar.
“Você é muito boazinha, não é?” Demitri comentou, olhando para ela com um semblante que demonstrava que entendia bem sua natureza.
Nora suspirou, traçando o contorno da borda de sua caneca com o dedo. “Só não quero que alguém perca o emprego por minha causa. Mas depois de falar com a Presidente, me senti mais tranquila. Você nunca me contou que ela passou por algo similar ao que eu vivi.”
Demitri inclinou-se ligeiramente para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos. “Não vi necessidade disso. Além disso, a vida pessoal de Layla não é algo que eu deva compartilhar.”
“Sim, você está certo,” Nora admitiu. “Mas saber sobre o passado dela me ajudou a entendê-la melhor. Ela costumava ser como eu. Sempre tentando agradar todo mundo. Ela me disse para ser egoísta pela minha própria felicidade. Que não é errado colocar nós mesmos em primeiro lugar às vezes.”
Demitri assentiu em aprovação. “Esse é um conselho sólido.”
Enquanto tomavam café em um silêncio confortável, Nora finalmente o quebrou.
“Por que Elena disse aquilo? Não me senti bem com isso,” ela admitiu, olhando para Demitri.
Ele soltou um suspiro, girando o café na sua caneca. “Segundo ela, eu nunca dava tempo suficiente para ela,” ele disse. “Trabalhava em turnos noturnos porque preferia assim. Não vou negar que eu era teimoso nos meus hábitos, mas isso não significava que eu não me importava. Eu gostava dela, muito. Até estava planejando me casar com ela.”
Os olhos de Nora se arregalaram de surpresa. “Você estava?”
Demitri assentiu. “Sim. Mas nada disso importou no final.” Ele exalou devagar antes de acrescentar, “Ela me traiu com outro cara.”
Nora quase engasgou com o café. “O quê? Ela te traiu!?” ela exclamou, incapaz de esconder o choque.