Capítulo 784: Planos de Ficar na Cama o Tempo Todo

Em sua condição enfraquecida, Seren achava difícil respirar àquela beijoca quente com seu parceiro, mas ela sentia uma forte vontade de não se separar dele a qualquer custo.

A língua de Érebo invadia a sua boca, procurando a dela, gemendo de satisfação quando a encontrava e a saboreava.

Ao mesmo tempo, Seren se sentia sobrecarregada pela intensidade do beijo enquanto seu corpo começava a ceder.

“Ahem!”

Uma voz familiar interrompeu, mas eles não reagiram como se não importasse.

“Érebo?” a voz chamou novamente. “Sua parceira está sufocando. Você pode desmaiá-la se continuar.”

A fera, teimosa em saborear sua parceira, finalmente registrou as palavras e fez uma pausa. Ele olhou para a mulher que os tinha interrompido. Embora ela fosse sua mãe, a fúria em seus olhos permaneceu inalterada, como se estivesse perguntando silenciosamente como ela ousava perturbá-los.

Evanthe não se importava, sabendo que era apenas o modo de agir da fera.

Ela estava no limiar da porta, sem cruzar o limite, e o lembrou novamente, “Você deveria cuidar da sua parceira neste momento em vez de atacá-la. Ela está fraca.”

Érebo olhou de volta para Seren, que respirava com dificuldade, seu rosto corado como se estivesse drenada de toda energia. Seu olhar furioso se suavizou ao vê-la.

“Você deveria preparar uma refeição para ela para que possa recuperar um pouco de força,” Evanthe disse. “Se você não se importa, eu vou cuidar dela.”

Érebo acariciou suavemente o rosto de Seren, relutante em se afastar dela, mas finalmente se afastou e se levantou. Ele deixou o quarto sem dizer uma palavra, nem mesmo para sua mãe.

Evanthe entrou no quarto e foi até Seren, que estava exausta demais para se mover, olhando para Evanthe sem poder fazer nada com os olhos marejados.

Evanthe riu. “É assim que uma fera se comporta—pode ser realmente avassaladora.” Um frasco apareceu em sua mão enquanto ela sentava na beirada da cama. “Abra a boca.”

Os lábios de Seren estavam inchados e ardendo, mas ela fez como instruído.

Evanthe despejou o líquido na boca dela e explicou, “Isso vai te dar um pouco de força, embora não vá te curar completamente. Seu corpo está mais fraco devido à intensa força causada pela marcação.”

Seren fechou os olhos enquanto sentia sua força voltar gradualmente.

“Érebo vai trazer para você uma boa refeição em breve. Uma vez que você comer algo, vai se sentir muito melhor.”

Seren murmurou suavemente, e Evanthe perguntou, “Quer que eu te ajude a se refrescar?”

Seren assentiu, e Evanthe a assistiu no banho. Ao voltar para o quarto, Erebus tinha retornado ao quarto com uma bandeja de comida. Ela sentou na cama enquanto ele cuidadosamente arrumava a refeição diante dela, e então se afastou.

Evanthe olhou para o filho, reconhecendo o esforço que ele estava fazendo para se manter paciente e resistir ao cheiro de Seren, enquanto Seren parecia estar lutando com o mesmo.

“Você talvez queira pegar um pouco de ar fresco, Érebo. Estou aqui com ela,” Evanthe sugeria gentilmente.

Como mãe, ela estava fazendo seu melhor para lembrar seu filho já que ela não queria que ele fosse precipitado e estragasse o belo processo de consumação com sua parceira.

Seren o olhou, seus olhos escuros fixos nela. Seu coração começou a bater mais rápido com a visão dele, e ela ansiava por estar mais perto.

Érebo se virou e saiu do quarto.

Enquanto a porta se fechava atrás dele, Seren ouviu a voz suave de Evanthe. “É normal se sentir assim após ser marcada, até que você complete o laço com ele. Mas antes disso, você precisa ser forte o suficiente para acompanhar ele, o que é impossível com o seu corpo nessa condição.”

Seren apenas assentiu e olhou para a comida. Ela tinha sido preparada por Érebo, e uma sensação de calor se espalhou por seu peito com o pensamento. Ele até sabia cozinhar.

Seu estômago roncou alto ao ver a refeição, e ela começou a comer como uma criatura faminta que tinha sido privada de comida por eras.

Evanthe riu ao ver Seren enchendo sua pequena boca de comida, suas bochechas estufadas como as de um esquilo. “Não se engasgue. Vá com calma. A refeição inteira é para você, e tenho certeza de que há mais se precisar.”

Seren continuou a comer e comer por o que parecia uma eternidade, como se não houvesse fim. Ela não pôde evitar de se perguntar quando seu estômago tinha se tornado um poço sem fundo, ou talvez um vale.

Quando ela finalmente terminou, Evanthe perguntou, “Está se sentindo melhor?”

Seren assentiu. “Ele realmente sabe cozinhar. Tudo estava delicioso.”

“Deu para perceber, pela maneira com você devorou tudo como um demônio.”

Seren apenas sorriu, mas então hesitou antes de falar novamente. “Posso te perguntar algo, mãe?”

Evanthe murmurou em reconhecimento.

“O pai do Drayce já cozinhou uma refeição para você?” Seren perguntou curiosamente. Se estavam apaixonados, isso significava que devem ter passado muito tempo juntos, certo?

Evanthe assentiu. “Eu estava machucada naquela época quando ele me encontrou, então ele cuidou de mim—o que incluía cozinhar para mim também.”

Seren ficou contente com a resposta de Evanthe e decidiu ir um pouco mais longe. “Você alguma vez vai me contar como vocês dois se conheceram e o que aconteceu entre o pai do Drayce e você?”

Evanthe suspirou suavemente. “Gato curioso, não é?”

Seren sorriu sem jeito. “Eu estava apenas… curiosa.”

“Eu vou te contar, mas agora não é o momento certo.” Evanthe gesticulou em direção à janela. “Olha, o céu logo vai escurecer, e a lua vai surgir. Hoje é a noite da lua cheia, e tenho certeza de que você sabe o que a lua cheia significa para os parceiros.

Seren assentiu. Ela tinha lido nos livros que em todas as noites de lua cheia, a atração entre os parceiros era irresistível, e eles eram naturalmente puxados um para o outro. Dizia-se que consumar o laço na noite de uma lua cheia era a coisa mais afortunada, pois fortalecia ainda mais o laço.

Evanthe acrescentou, “No dia anterior de cada noite de lua cheia, há um festival em Agartha onde todos os membros do clã das feras se reúnem. É uma celebração para os casais com laços aproveitarem juntos, e para as feras solteiras encontrarem seus parceiros. Você perdeu desta vez, mas talvez no próximo mês você poderá participar com Érebo.”

“Eu ouvi falar disso,” Seren respondeu. “Estou ansiosa para estar lá.”

Evanthe murmurou pensativa e se levantou. “Por enquanto, vamos te vestir e preparar para o seu parceiro antes de escurecer.” Dizendo isso, Evanthe foi até o guarda-roupa, onde os vestidos estavam cuidadosamente arrumados para Seren.

“Eu tenho roupas também?” Seren perguntou surpresa.

“Não subestime a consideração do seu parceiro,” Evanthe brincou, tirando um vestido vermelho. “Vista isso.”

Seren obedeceu, com a ajuda de Evanthe, e trocou de roupa pelo vestido. Ela se olhou no espelho e franziu levemente a testa. “Este vestido parece mais algo para usar na hora de dormir do que para sair. E todos os outros vestidos lá parecem o mesmo.”

O vestido era um longo até o chão, em um tom rico de vermelho, com decote redondo, mangas longas e delicados babados nos punhos. Era confortável e solto, mas ainda assim lindo.

“Você pode provavelmente adivinhar as intenções do seu parceiro pelo tipo de vestidos que ele preparou para você,” Evanthe riu brincalhona.

Seren olhou para Evanthe através do espelho. “Intenções?”

“Ele planeja mantê-la na cama o tempo todo, sem intenção de levá-la para fora,” Evanthe respondeu com um sorriso maroto.

O rosto de Seren ficou profundamente corado, mas então ela perguntou hesitante, “O tempo todo? Isso não seria… demais?”