774: Filho da Evanthe 774: Filho da Evanthe Drayce e Seren se arrumaram, fizeram uma refeição e descansaram por um tempo para que Seren pudesse se recuperar da cansativa jornada.

“Não vi minha mãe,” mencionou Seren a Drayce.

“Tenho certeza de que ela está por perto, apenas hesitante em enfrentar você,” ele a confortou.

“Não é como se eu fosse questionar alguma coisa. Eu só estava esperando vê-la,” ela disse, encostando a cabeça no ombro dele. “Às vezes sinto inveja quando te vejo com a sua mãe. Nossas mães nos deixaram, então por que a minha não pode ser como a sua e estar comigo?”

“Minha mãe me deixou quando eu tinha cinco anos, mas tenho boas lembranças dela. De alguma forma, essas memórias nos mantiveram conectados mesmo quando estávamos distantes. Mas não é o mesmo para vocês duas. As coisas podem levar tempo, mas acredito que tudo vai dar certo entre vocês. Esta tarde, vamos ao clã das bruxas. Talvez você encontre ela lá.”

Seren murmurava suavemente e fechou os olhos.

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Enquanto isso, todo o reino estava agitado com a excitação pela chegada de outra poderosa besta divina — um Dragão Vermelho. Além de Draven, era a primeira vez que eles testemunhariam outro dragão, cuja existência era desconhecida por eles. Os membros do conselho já haviam começado a visitar o Rei, ansiosos para marcar uma reunião do conselho para a introdução oficial do Dragão Vermelho e sua companheira.

“Entendo a sua empolgação,” Draven lhes disse em seu escritório. “Mas eles estão cansados de sua longa jornada, e a companheira dele, especialmente, precisa de descanso. Uma vez que estiverem prontos, faremos uma reunião do conselho para a apresentação deles, e depois, teremos uma cerimônia de marcação onde todos os membros do conselho e anciões dos clãs serão convidados para oferecer suas bênçãos.”

“Testemunhar uma cerimônia de marcação é de fato um evento afortunado para todos nós,” Halifax falou em nome de todos. “Quando Sua Majestade marcou sua companheira, não pudemos ter uma cerimônia adequada, mas desta vez teremos.”

Draven concordou e pediu que tivessem paciência. A conversa o fez lembrar de como havia marcado Ember — um momento que veio como um choque para todos, inclusive para Ember, que não sabia que estava destinada a ser a companheira de um dragão. Mas ele não tinha arrependimentos. Se havia uma cerimônia ou não, não importava para ele — apenas ela importava.

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À tarde, Seren e Drayce visitaram o clã das bruxas, onde os membros do clã os aguardavam ansiosamente. Como bruxo, Drayce tinha deveres com seu próprio clã, especialmente desde que sua mãe havia sido a rainha até Oriana assumir oficialmente seu papel, tornando sua mãe a ex-rainha.

No salão do clã, todos os membros importantes do clã das bruxas foram apresentados a ele. Todos estavam encantados em ver o jovem, bonito e poderoso bruxo. Sussurros ecoavam pelo salão.

“Não sabíamos que um bruxo tão poderoso realmente existia — e nem estávamos cientes disso!”

“Ele tornará nosso clã mais poderoso, ao lado de Sua Eminência e da Irmã Cornélia.”

“Ele produziria filhos ainda mais fortes que ele mesmo.”

“Seria melhor se ele escolhesse uma bruxa poderosa do nosso próprio clã e a desposasse.”

“Ele já tem uma parceira. Você não consegue ver a mulher de olhos roxos ao lado dele?”

“Ela não é uma bruxa, mas uma humana.”

“A companheira de Sua Majestade também é humana, mas a Dama Ember é mais poderosa que qualquer uma de nós. Quem sabe que poder essa humana possui?”

“Ela parece tímida, e eu não acho que ela tem algum poder especial. Olhe para ela — sua aura é fraca, ou tão boa quanto inexistente.”

“Tenha cuidado com o que diz. Ele é um dragão também. Uma vez que escolhem uma companheira, não há volta. Se alguma de vocês tem alguma ideia engraçada, já pode abandoná-la, ou enfrentará a ira de um dragão.”

“Verdade. Veja como ele parece protetor e possessivo, mesmo quando está apenas caminhando ao lado dela.”

“E ela é linda também. Os Dragões realmente têm um gosto por mulheres bonitas. Olhe para a Dama Ember — quando ela chegou pela primeira vez ao nosso reino, pensávamos que ela era comum, mas Sua Majestade já havia visto sua verdadeira beleza, e agora ela não é menos deslumbrante que Sua Eminência.”

“Os olhos dele — são tão intensos e aterrorizantes quanto os do Rei Draven.”

“Dito isso, existe a possibilidade de que ele seja filho de Sua Majestade? Não ouvimos falar de outros dragões.”

“Não fale besteira. Dragões só têm filhos com suas companheiras. Dado que só podem ter um filho em sua vida e a Dama Ember é sua companheira, não há como Sua Majestade ter tido um filho com outra mulher.”

“Verdade. Então, quem pode ser sua mãe? Para dar à luz um filho poderoso como ele, ela deve ser uma bruxa poderosa também.”

“Bruxa poderosa? Isso me lembra, Sua Eminência foi a única que trouxe ele para Agartha, e ela ficou fora por um longo tempo.”

“Você quer dizer…”

“Todos, obrigada pela presença aqui mais uma vez,” Cornélia interrompeu os sussurros. “Como todos sabem, temos o Rei Drayce e a Rainha Seren conosco. Embora sejam governantes de um reino humano, eu não os chamaria de nossos convidados. Em vez disso, este clã das bruxas é o lar deles.”

Todo mundo concordou, ansioso para ver se suas especulações seriam confirmadas.

“Bem-vindos ao Clã das Bruxas,” disseram em uníssono.

Quando Seren encarou os membros do clã das bruxas, seu olhar procurava sua mãe, que ainda não estava à vista.

Já que Cornélia não revelou quem era a mãe de Drayce, ninguém ousou perguntar se ele era filho de Evanthe. Drayce tinha ouvido todos os sussurros, mas permaneceu impassível, deixando para sua mãe decidir se declararia sua identidade ou não.

Justamente então, Evanthe falou, “Estou contente em trazer meu filho para o meu próprio clã, meu lar, e agradeço a todos por receberem não apenas ele, mas minha adorável nora, Seren.”

Sussurros irromperam mais uma vez, pois ninguém sabia que ela tinha um parceiro, quanto menos que ele era um dragão.

“Sua Eminência, isso significa que há outro dragão, que é o pai do Rei Drayce?”

“Sim, há,” Evanthe respondeu. “E ele é o dragão mais poderoso que existe. No entanto, assuntos relacionados a ele não dizem respeito ao nosso clã, então me abstenho de discuti-los. Tudo o que precisam saber é que Drayce é meu filho e membro deste clã.”

Ninguém ousou perguntar mais, aceitando silenciosamente as palavras da rainha.

Quando os membros do clã se dispersaram, Seren finalmente perguntou a Evanthe, “Mãe, não vejo a Dama Sierra.”

“Ah, ela? Ela tem estado um pouco ocupada, mas está ansiosa para encontrar ambos, Drayce e você. Vou levá-los até ela enquanto mostro vocês pelo território do clã.”

À medida que percorriam a área, eventualmente chegaram às câmaras de cura, e Evanthe explicou o que era aquele lugar: um santuário mágico onde seres sobrenaturais podiam se recuperar de ferimentos causados por forças superiores, especialmente quando as feridas eram demasiado graves para que se curassem rapidamente por conta própria. Ficar neste lugar nutria tanto o corpo quanto a alma.

“Mas por que a Dama Sierra está aqui?” Seren perguntou, preocupada. “Ela se machucou?”

“Não há nada com que se preocupar. Ela se machucou protegendo você daqueles anjos na noite do seu décimo oitavo aniversário. Os resquícios dessa lesão ainda estão presentes, e ela está trabalhando na recuperação aqui.”

“Eu… Eu quero encontrá-la.”

Evanthe os conduziu para dentro da câmara circular de cura, que tinha várias portas. Ela apontou para uma porta em particular. “Ela está lá dentro. Você pode ir encontrá-la.”

Seren se apressou, nem esperando pelos outros.

Evanthe se virou para Drayce. “Vamos sair e dar a ela tempo para conversar com sua mãe.”

Drayce concordou, e os dois saíram.