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- Capítulo 709 - 709 Uma Conversa com o Érebo 709 Uma Conversa com o Érebo O
709: Uma Conversa com o Érebo 709: Uma Conversa com o Érebo O corpo de Érebo congelou, seu rosto ainda enterrado em sua nuca, sua respiração quente roçando sua delicada pele.
“Você não pode fugir. Precisamos conversar,” ela insistiu, evitando usar o nome dele, já que ele frequentemente preferia evitá-la quando ela o fazia.
As mãos dele lentamente soltaram a pegada nela, e ele ouviu sua voz firme mais uma vez, “Solte-me e escute o que tenho a dizer.”
Na escuridão, a figura alta recuou, e Seren finalmente sentiu um certo alívio por poder respirar mais confortavelmente. Embora não pudesse vê-lo na ausência de luz, ela podia discernir sua silhueta escura na cama, sentado entre suas pernas amplamente separadas.
Na escuridão, ela não pode deixar de se perguntar se ele conseguia ver sua nudez. Não era Drayce, mas Érebo, uma presença completamente diferente, e isso a fazia se sentir vulnerável.
Seren moveu-se cautelosamente para trás e se acomodou contra a cabeceira da cama, puxando o lençol para se cobrir. Ela agora tinha certeza de que era Érebo; se fosse Drayce, ele a teria confortado e oferecido tranquilidade.
Com Érebo finalmente presente em vez de desaparecer nas sombras, Seren contemplava como abordar o assunto.
“Estou grata que você esteja aqui e disposto a me ouvir,” ela começou, suas palavras encontrando silêncio da parte dele. Mesmo na escuridão, ela sentia o olhar dele sobre ela, fazendo-a segurar o lençol firmemente contra o peito.
“Eu quero que você entenda que, assim como Drayce, você também é importante para mim. Desejo ser sua companheira; eu realmente desejo.”
Uma mudança sutil na energia ao redor dele sinalizou que suas palavras estavam tendo um impacto, como se ressoassem com seus próprios desejos.
“Mas você não precisa ser tão impaciente e tomar o que deseja sem o meu consentimento, como se eu fosse recusar você se soubesse que era você,” Seren continuou, sua voz suave e tranquilizadora. “Eu nunca rejeitaria você; não há necessidade de se esconder de mim.”
Uma vez mais, o silêncio pairou no ar, deixando Seren se perguntar se sua mensagem estava realmente sendo compreendida.
“Não tenho certeza se você entende completamente minhas palavras,” ela arriscou. “O que quero que você entenda é que desejo que Drayce consuma nosso casamento primeiro, sem sua interferência. Quero ser inteiramente sua esposa e experimentar seu amor em sua totalidade. Depois disso, consentirei voluntariamente em me tornar sua companheira. Quando você me marcar e me reivindicar como sua companheira, dou minha palavra de que Drayce não interferirá nem chamarei por ele. Eu pertencerei somente a você.”
Como esperado não houve resposta dele. Ele só reagiu quando ela disse que estava disposta a ser sua companheira. Isso mostrou o quanto isso importava para ele, mas ele precisava respeitar os desejos dela.
“Prometo tratar você exatamente como trataria Drayce,” Seren continuou, sua voz firme. “Estou amaldiçoada por não sentir amor por ninguém, e não consigo definir o que sinto por Drayce. Mas me comprometo a sentir da mesma forma por você. Eu cuidarei de você como sua companheira, assim como cuidaria de Drayce como sua esposa. Você é igualmente importante porque você é ele, e ele é você.”
Seren observou a silhueta escura diante dela, imóvel como uma estátua, deixando-a ponderar sobre os pensamentos dele. Ela sabia que ele era inteligente, evidenciado por sua manipulação de Drayce ao fazer um acordo que lhe permitia tê-la como sua companheira.
Embora ela tivesse decidido confrontar Érebo um dia que, se Drayce não tivesse feito aquele acordo, ele não iria ajudar Drayce a salvá-la quando ele a tinha escolhido como sua companheira. Mas ela percebeu que agora não era o momento de abordar sua amargura persistente. Era uma oportunidade para demonstrar sua sinceridade para com essa existência misteriosa do lado sombrio de Drayce. Ela estava determinada a conhecê-lo, a incentivá-lo a se abrir para que suas vidas pudessem se tornar mais harmoniosas e significativas.
Seren deixou o lençol cobrindo-a e moveu-se ousadamente para mais perto dele, posicionando-se de joelhos para enfrentar sua silhueta imponente. Sua mão pousou gentilmente em seu ombro nu, e ela sentiu a tensão em seus músculos sob seu toque. No entanto, ele permaneceu imóvel, suas mãos se abstendo de retribuir.
‘Ele é realmente tão obediente quando mencionei a necessidade de meu consentimento?’ Seren se perguntou, sua frustração crescendo por não poder ver seu rosto e ler suas expressões.
Suas mãos viajaram de seus ombros até o rosto dele, explorando ao longo do seu pescoço, e ela sentiu sua garganta apertar como se ele tivesse engolido pesadamente. Um sorriso satisfeito surgiu em seus lábios; ela estava assegurada que seu toque estava afetando-o, apesar de sua imobilidade.
“Eu quis dizer cada palavra que disse,” ela sussurrou, aproximando seu rosto do dele. “Quero ser sua companheira, e você não precisa competir com Dray pelo meu afeto. Posso aceitar ambos.”
Na escuridão, Seren esperou alguma resposta, desesperada para discernir os pensamentos e emoções de Érebo, na esperança de que suas palavras tivessem conseguido alcançar seu coração.
Ela sentiu a mudança em sua respiração à medida que ela se tornou pesada. Sem esperar por sua resposta, Seren deu um suave beijo em seus lábios e falou suavemente, “Mas você precisa aprender a me ouvir, a entender meus desejos e pensamentos. Assim, poderemos estar juntos de forma mais harmoniosa.”
Ela diminuiu a distância entre seus lábios mais uma vez, plantando um beijo que transmitia sua sinceridade, um testemunho de sua vontade de aceitá-lo sem medo.
Ele respondeu com entusiasmo, suas mãos envolvendo sua cintura, puxando seu corpo nu contra seu peitoral firme e nu. Sua outra mão encontrou seu caminho até a parte de trás de sua cabeça, aconchegando-a enquanto ele a envolvia em um beijo apaixonado e áspero que lembrava o encontro deles naquela noite memorável a bordo do navio.
Seren não recuou; pelo contrário, ela saboreou o fervor, permitindo que sua boca apaixonada lhe roubasse o fôlego, deixando sua língua dormente e sua mente incapaz de um pensamento coerente.
Quando ele finalmente a soltou, ela sentiu como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo, seu corpo mole encostado nele como se ela tivesse perdido toda a sua força.
“Érebo,” ela sussurrou fracamente, o desejo de dizer mais evidente em sua respiração irregular. “Você…”
Um par de mãos gentis a envolveu, acariciando as suas costas nuas com um toque calmante. O corpo de Seren enrijeceu assim que ela percebeu a distinção nesse contato mais gentil. Era Drayce, pois somente ele possuía a habilidade de proporcionar tal conforto.
“Dray?” Seren sussurrou contra o peito dele, sua voz mal audível.
“Você está bem, Seren?” Drayce perguntou, disfarçando o tumulto em sua voz.
Érebo havia roubado preciosos momentos com sua esposa e se aproveitado dela, e embora Drayce sentisse uma onda de raiva, ele conseguiu suprimi-la. Ambos estavam nus, e ele bem podia imaginar o que havia acontecido.
“Hmm, estou,” Seren respondeu fracamente, passando os braços ao redor da cintura dele num abraço apertado.
Drayce retribuiu o abraço, e um silêncio incomum os envolveu por um tempo. Eventualmente, Drayce rompeu a quietude com uma pergunta cautelosa, “Ele te machucou?”
Seren balançou a cabeça, sua voz ainda fraca mas cheia de determinação. “Não, mas eu consegui falar com ele.”
“Sobre o que vocês conversaram?” Drayce perguntou, mantendo seu tom o mais composto possível.
Seren prosseguiu explicando o que havia dito a Érebo, enfatizando seu desejo de ser primeiramente esposa dele e o resto da conversa que ele não estava autorizado a marcá-la sem seu consentimento.
O aperto de Drayce em torno dela se intensificou, como se quisesse fundi-la em seu corpo, para nunca mais deixá-la ir. Ela pertencia a ele, e essa realização trouxe um profundo senso de alívio e conforto.
Apesar da disposição de Seren em aceitar o lado sombrio dele e sua bravura em controlá-lo, Drayce encontrava-se perturbado com a ideia de compartilhá-la com essa fera interior. Suas emoções eram complicadas, divididas entre alívio e uma inquietação inexplicável.
“Dray, eu acho que ele me entendeu e não tentou se aproximar de mim,” Seren começou, sua voz tranquilizadora. “Ele não é tão assustador quanto eu achava. Na verdade, ele é bastante obediente a mim.”
“Isso é bom de saber,” Drayce respondeu, acariciando gentilmente a cabeça dela. “Você é verdadeiramente corajosa, minha Rainha. Eu nunca havia percebido isso.”
“Você não precisa se preocupar comigo quando se trata de Érebo,” ela o tranquilizou. “Você não precisa lutar contra ele também. Eu posso lidar com ele, e ele não vai me machucar, tenho certeza.”
As preocupações de Drayce permaneceram, e ele questionou a certeza dela. “Como você pode estar tão certa de que ele não vai te machucar só porque ele te escutou hoje? Não esqueça, ele é o meu lado bestial.”
“Eu já te falei antes,” Seren respondeu com convicção, “é porque o Érebo é uma parte de você. Minha confiança em você é ilimitada, como o vasto céu.”
Drayce se viu sem palavras, humilhado pela eloquência de sua esposa. Ele a liberou do seu abraço e inclinou-se para beijá-la, o quarto ainda mergulhado na escuridão.
Depois do beijo breve e carinhoso, Seren perguntou timidamente, “Então, nós vamos… continuar… o que nós…”
Drayce acariciou delicadamente a bochecha dela, arrumando o cabelo dela atrás da orelha de maneira gentil. “Não esta noite. Eu não quero que seja assim enquanto minha mente está perturbada.”
Seren entendeu que a súbita aparição do Érebo provavelmente havia perturbado Drayce.
Usando seus poderes, Drayce recuperou o véu dela e cuidadosamente o amarrou de volta sobre o rosto dela. As velas e as lamparinas do quarto foram reacesas, permitindo que finalmente pudessem se ver. Seren, apesar de estar nua, sentiu-se aliviada pela certeza da presença de Drayce. Ela precisava saber que ele estava bem.
Drayce ofereceu a ela um sorriso tranquilizador. “Eu vou te ajudar a colocar outro vestido.”
Ele se levantou da cama, e o olhar preocupado de Seren o seguiu. Ela podia sentir a agitação dentro dele. Drayce voltou pouco depois, agora vestido com suas próprias roupas, e ajudou Seren a vestir uma camisola fresca.
Uma vez que Seren estava confortavelmente acomodada na cama, ela se aninhou nos braços de Drayce.
“Dray.”
“Hmm?”
“Eu quero que você entenda que você, meu marido, é a pessoa mais importante na minha vida. Ninguém jamais poderá te substituir.”
“Eu sei,” Drayce respondeu, puxando-a para mais perto e depositando um beijo gentil em sua cabeça. A certeza das palavras dela trouxe uma sensação de conforto, e eles ficaram deitados juntos no caloroso abraço do amor deles.