704: Esposa Gananciosa 704: Esposa Gananciosa Seren, perplexa com a conversa, voltou seu olhar para Drayce. “Há algo sobre o Comandante Sanders do qual eu não esteja ciente? Ele não é humano?”

“Ele é de fato humano,” Drayce a tranquilizou.

“Com certeza, eu nunca senti nenhuma aura sobrenatural ao redor dele,” Seren afirmou confiante, suas próprias habilidades recém-descobertas auxiliando sua percepção. “A menos que sua existência seja ocultada, similar ao Príncipe Arlan.”

“Slayer é humano, abençoado com uma linhagem única que pertenceu a uma raça humana aniquilada por praticantes de magia negra no passado. Sua presença representa uma ameaça para aqueles que praticam magia negra, e eles tentariam eliminá-lo se sua identidade fosse revelada,” Drayce explicou.

“Aniquilada Significa que ele é o único sobrevivente de sua raça?” Seren indagou.

“Não temos certeza, mas pelo que sei, parece ser assim por agora,” Drayce respondeu. “Meu mestre o descobriu quando ele era uma criança e o manteve escondido do mundo.”

Ao começar a juntar as peças da situação, Seren fez outra pergunta. “Como ele representa uma ameaça para praticantes de magia negra?”

“Suas habilidades únicas tornam a magia negra deles ineficaz contra ele, e ele tem o poder de contrariar e derrotá-los, até mesmo matá-los facilmente. Se ele se mostra imune à magia deles, sem dúvida o veriam como um adversário formidável e procurariam eliminar tal ameaça,” Drayce detalhou.

Seren parecia um tanto perplexa. “Mas esses magos não deveriam ser mais fortes?”

“Bem, deixe-me esclarecer,” Drayce começou. “Imagine o praticante de magia negra mais poderoso, como o mago que você encontrou no templo hoje. Ele está lançando seu feitiço mais potente, dando tudo de si para atacar Slayer. No entanto, Slayer é imune à magia, avançando sem esforço com sua arma até que rapidamente abate o mago em um piscar de olhos. Não se trata apenas de imunidade; sua linhagem o permite matar esses magos com um esforço mínimo. O sangue em suas veias representa uma grave ameaça à existência deles.

“Esses magos dedicam suas vidas inteiras a dominar a magia negra, ainda assim, alguém como Slayer pode eliminá-los sem esforço, semelhante a pisar em formigas. Sua linhagem não apenas lhe confere imunidade, mas também o abençoa com uma força física formidável, permitindo que ele se destaque com qualquer arma em suas mãos. Há um motivo pelo qual ele é conhecido como Slayer no campo de batalha.”

“Entendido,” Seren respondeu, processando a informação. Então, após um momento de reflexão, ela fez outra pergunta, “Dray, você possui o poder das trevas. Isso significa que suas habilidades são ineficazes contra o Comandante Sanders, e ele pode potencialmente lhe prejudicar?”

Drayce riu baixinho de sua inferência. Sua mente astuta havia começado a trabalhar nos diferentes aspectos da informação.

“Os praticantes de magia negra que mencionei, como esses magos, são seres humanos que recorrem a meios malignos para exercer magia negra. Em contraste, indivíduos como eu, nascidos com atributos inatos das trevas e do sobrenatural por nascimento, enfrentam uma dinâmica diferente. Embora Slayer não tenha a habilidade de me ferir, é certo que até mesmo meu poder das trevas é ineficaz contra ele. Não é inexato dizer que ele é imune a qualquer ataque decorrente do atributo das trevas.”

“Isso é bastante intrigante,” Seren comentou, mas uma mudança sutil em sua expressão indicou um pensamento subjacente. “Isso significa que seu atributo divino pode feri-lo?”

Drayce assentiu. “Sim, o poder divino pode, mas não o atributo das trevas.”

Seren exibiu um sorriso satisfeito, seus olhos brilhando de curiosidade. “Então meu marido continua invencível.” Um tom de orgulho coloriu sua voz, relutante em aceitar a ideia de que seu formidável marido poderia ser impotente contra alguém.

Drayce riu. “Mesmo sem meu poder divino, você duvida da minha capacidade de derrotá-lo com uma espada?”

“Bem, você poderia, mas Senhor Sanders é formidável. Por que correr riscos desnecessários? Eu prefiro meu marido com poderes capazes de derrotar o mal num piscar de olhos,” Seren admitiu.

Drayce levantou uma sobrancelha. “Então, você não me quereria se eu fosse um mero humano?”

Seren soltou uma risada constrangida, “Oh, eu não quis dizer isso dessa forma.” Ela admitiu com um toque de culpa, “Eu te amaria mesmo como um humano comum, mas ter poderes não é ruim, certo?” Ela piscou inocentemente, tentando validar seu ponto. “Isso permite que você me proteja. Eu fico com medo daquelas pessoas más.” De repente, ela se transformou em uma garota jovem e inocente, acrescentando, “É errado esperar um pouco mais do meu marido?”

Drayce beliscou seu nariz brincalhão por cima do véu, seus olhos cheios de afeição. “Agir de forma fofa não vai esconder sua ganância, minha Rainha.”

Notando que ele não estava chateado, ela sorriu, “Sou gananciosa, mas só por você.”

“Vocês dois podem continuar. Não vou dar na vista,” Yorian declarou, levantando-se. Desconfortável com a troca afetuosa, ele acrescentou, “Estarei lá quando Oriana chegar,” e desapareceu do estudo.

Seren se sentiu um pouco envergonhada. “Eu esqueci que o Senhor Yorian estava aqui.”

“Ignore-o,” Drayce aconselhou, redirecionando sua atenção para ele. “Então, você é gananciosa por mim, minha Rainha?”

Ela pigarreou constrangida. “Não deveria?”

“Quão gananciosa você é?” ele provocou, seu olhar preenchido por desejo.

Seren gentilmente recuou, criando um pouco de distância entre eles. “Estamos no estudo,” ela lembrou a ele.

Drayce, não se deixando deter, puxou-a de volta para perto, sua mão envolvendo sua cintura. “E daí?” ele questionou, imperturbável.

Seren percebeu que tinha opções limitadas e tentou redirecionar a atenção dele, evitando que a situação escalasse sem nem mesmo ser noite ainda. “Dray, você passou bastante tempo com o Príncipe Arlan. Sobre o que vocês dois conversaram?”

Ele se inclinou para mais perto, seu rosto a centímetros de distância. “Esqueça-o.”

Seren, afastando-se um pouco mais, insistiu, “Não, eu quero saber. Vocês conversaram mais sobre ele e Oriana serem companheiros?”

Drayce levantou uma sobrancelha, um traço de brincadeira em seus olhos. “Tentando me distrair, minha Rainha.”

Ela ofereceu um sorriso constrangido. “Está funcionando?”

Ele suspirou, soltando-a do seu abraço para responder sua curiosidade. “Nós conversamos sobre os dois.”

“Sobre o que foi a conversa?” ela perguntou.

“Discutimos sobre o aroma único de nossos companheiros, que é específico para cada um de nós,” ele explicou.

“É?” Os olhos de Seren brilharam com interesse. O assunto de companheiros sempre a intrigou, especialmente na expectativa de seu encontro com Érebo. “Nós nunca falamos sobre isso. Conte-me mais, Dray.”

“Ele é afetado pelo aroma de Oriana, e eu tive que explicar para ele o porquê e como,” Drayce compartilhou.

“Eu também não sei sobre isso,” Seren admitiu. “Eu sou sua companheira, certo? Quero dizer, mesmo que não tenhamos um laço ainda, Érebo me considera sua companheira.”

Drayce assentiu. “Você é a única para nós, esposa e companheira.”

“Então, como eu cheiro… Quero dizer, meu aroma, como é?” Seus olhos brilharam com antecipação, ansiosa para ouvir algo mágico.