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Capítulo 787: Capítulo 787: Principal Suspeito
O cemitério estava quieto, exceto pelo suave farfalhar do vento sobre as lápides e o ocasional chilrear dos pássaros que soavam alegres demais para um lugar tão sombrio.
Sheng Yin sentava-se em frente ao túmulo de Yu Shuchang todos os dias.
Chuva ou sol.
Ela nunca faltou.
Ela não chorava mais. Seus olhos estavam sempre vermelhos, mas as lágrimas há muito secaram. Ela apenas sentava ali, às vezes por horas, sussurrando as mesmas palavras repetidamente.
“Sinto muito… Sinto muito por não ter ido embora quando você me disse. Eu deveria ter corrido. Você não deveria ter voltado por mim…”
Ela traçou o nome dele na lápide com dedos trêmulos. “Deveria ter sido eu.”
O vento frio soprou seu cabelo sobre o rosto. Ela não o afastou.
Atrás dela, passos ecoaram levemente. Susan estava ali, apoiada em uma muleta, seu rosto pálido mas seus olhos ardendo de amargura.
“Ele morreu por sua causa.”
Sheng Yin não se virou.
Susan se aproximou mancando. “Você deveria ter corrido. Ele te disse para correr. Mas você não correu. Você ficou. E ele morreu.”
Sheng Yin não disse nada.
“Por que você simplesmente não ouviu? Se você não tivesse — se você tivesse apenas corrido — ele teria conseguido sair. Ele teria me salvado.”
A voz de Susan quebrou. “Eu também o amava.”
Sheng Yin finalmente levantou o olhar para ela, os olhos opacos e sem vida.
“Eu sei,” ela sussurrou. “E eu sinto muito.”
Susan apertou os punhos em torno do cabo de sua muleta. Seus lábios tremeram, mas ela se virou e foi embora, seu mancar mais acentuado que antes.
Depois que ela partiu, Yu Holea chegou.
Ela se ajoelhou ao lado do túmulo do irmão, colocando um buquê fresco de lírios brancos.
“Você sempre gostou destes,” ela sussurrou. Sua voz se quebrou enquanto se virava para Sheng Yin. “Ele fez a escolha dele, Sheng Yin. Não se culpe.”
Sheng Yin não respondeu.
Yu Holea estendeu a mão e segurou sua mão fria. “Ele te amava. Ele não te salvou porque você pediu. Ele fez isso porque queria.”
Lágrimas escorriam pelas bochechas de Yu Holea.
“Por favor… por favor, pare de se punir. Eu perdi um irmão. Eu não quero perder você também.”
O presente Yu Shuchang gritou,
“Lea, não chore! Por favor!”
Ver Yu Holea chorar fez o coração de Sheng Yin se retorcer dolorosamente.
Ela não disse uma palavra.
Naquela noite, a cidade dormiu sob uma manta de névoa. Sheng Yin estava sozinha no alto de um prédio, o vento puxando seu casaco, seus olhos mirando no escuro infinito abaixo.
“Sinto muito, Shuchang,” ela sussurrou, sua voz mal sendo levada pelo vento. “Eu tentei continuar vivendo. Mas dói demais.”
Lá embaixo, invisível para ela, o presente Yu Shuchang estava, assistindo, gritando.
“Não! Não faça isso! Sheng Yin — por favor!”
Mas ela não podia ouvi-lo.
Ele correu para ela, estendendo a mão — mas suas mãos passaram direto por ela.
“Não me deixe! Por favor! Eu estou aqui — estou bem aqui!”
Ela deu um passo à frente.
“Não!” Yu Shuchang gritou, caindo de joelhos. “Por favor, não…”
E então — ela se foi.
Ele gritou o nome dela na noite silenciosa.
……………………….
Yu Shuchang acordou com um suspiro agudo, seu peito arfando como se ele tivesse acabado de correr uma maratona.
Sua camisa colava-se à pele, encharcada de suor, e suas mãos tremiam ao segurar o lençol.
“Shuchang?”
Uma voz suave cortou a névoa de pânico.
Ele virou a cabeça, e lá estava ela.
Sheng Yin.
Viva. Inteira. Linda.
Seu cabelo estava ligeiramente bagunçado, e seus olhos estavam cheios de preocupação. Ela estava envolta em um robe de seda, sentada ereta ao lado dele na cama — a mesma cama que tinham compartilhado na noite anterior, após o casamento.
“Você está bem?” ela perguntou suavemente, estendendo a mão para tocar seu rosto. “Você estava suando… teve um pesadelo?”
Ele não respondeu imediatamente. Seu peito doía, e não era do sonho — era da inundação de emoções que chegava agora que ele percebia que era um sonho.
Não. Não um sonho. Uma memória.
Sua vida passada.
E naquela vida… ele a tinha perdido.
Ele a puxou de repente, abraçando-a com tanta força que a fez arfar.
“Shuchang…?” ela sussurrou, pega de surpresa.
Ele a segurava como se ela pudesse desaparecer. Como se ela pudesse escapar dele novamente a qualquer momento.
“Por quê?” ele perguntou suavemente, sua voz grossa de emoção.
Sheng Yin piscou. “Por quê o quê?”
“Por quê?” ele repetiu, desta vez mais alto. Sua voz quebrou.
Ela inclinou-se ligeiramente para trás para olhá-lo. “Do que você está falando?”
Suas mãos tremiam enquanto seguravam o rosto dela.
“Por que você pulou?”
Sheng Yin congelou. Seus olhos se arregalaram.
O silêncio era pesado, sufocante.
“Você… você se lembra?” ela finalmente perguntou, a voz tremendo.
Ele assentiu lentamente.
“Eu vi tudo. O terremoto. O túmulo. Você… em cima do telhado…” Sua voz quebrou novamente.
“E eu não consegui te impedir. Eu tentei. Eu gritei. Mas eu não consegui te alcançar…”
Sheng Yin mordeu o lábio inferior com força, lágrimas se juntando aos seus olhos.
“Eu—eu não queria,” ela sussurrou. “Não realmente. Mas eu não podia viver com a culpa… sabendo que você morreu por minha causa.”
“Você não me matou,” ele disse, balançando a cabeça.
“Mas eu matei,” ela insistiu. “Eu fiquei quando você me disse para ir. Se eu tivesse apenas ouvido, você teria vivido. E eu…” Sua voz se quebrou.
“Eu não consegui suportar saber que nunca mais te veria. Eu não queria continuar acordando em um mundo sem você.”
Lágrimas rolavam silenciosamente por suas bochechas. Frias. Honestamente.
Yu Shuchang ergueu-se e as enxugou gentilmente com os polegares.
Ele beijou sua testa, seu toque suave, mas cheio de dor.
“Graças a Deus… acabamos juntos nesta vida…”
Sheng Yin fez uma pausa e perguntou cautelosamente,
“Shuchang… se você viu sua vida passada… você percebeu agora que ama Susan?”
Yu Shuchang a encarou, atônito.
“Sheng Yin…” ele disse suavemente.
Ela estava tremendo. Seus lábios estavam ligeiramente entreabertos, seus olhos arregalados de medo, mas não por ela mesma. Por ele. Pelo que ela pensava que ele poderia dizer.
E isso o quebrou um pouco mais por dentro.
“Eu não amo Susan,” ele disse imediatamente. “Nunca amei.”
Sheng Yin não parecia convencida. Seus ombros estavam tensos, sua respiração irregular.
Yu Shuchang pegou sua mão, segurando-a firmemente entre as suas.
“Eu preciso te contar tudo,” ele disse. “Tudo isso.”
Ela assentiu lentamente, preparando-se.
“Começou naquele dia—fora do seu camarim,” ele começou. “Eu vi Qi Bailu. Ele estava lá parado, e…”
Ele contou-lhe tudo. Ele contou-lhe sobre testá-la através da pergunta se ela tinha um namorado e ela ter negado, provando que Qi Bailu estava certo…
“Eu não quis dizer isso assim—” ela começou.
“Eu sei,” ele disse gentilmente. “Agora eu sei. Mas naquela época, eu não sabia. Eu pensei que Qi Bailu era a sua luz da lua branca—alguém que você sempre carregaria no coração, mesmo que não pudesse estar com ele.”
Ele soltou um suspiro trêmulo.
“E então Susan me mostrou seu chat com Qi Bailu. Ela disse que você tinha comprado chocolates e flores para enviar a Qi Bailu. Mas ele os rejeitou, então você os enviou para mim em vez disso.”
“O quê?” A voz de Sheng Yin estava afiada agora. “Isso não é verdade!”
“Eu sei disso agora,” Yu Shuchang disse novamente.
“Mas naquela época… eu já me sentia como a segunda opção. Isso mexeu com a minha cabeça. Eu me senti amargo. Com ciúmes. Com raiva.”
Ele olhou para baixo.
“Eu fui para um bar para esquecer tudo isso. Susan apareceu, disse que me entendia. Que ela poderia me fazer sentir melhor.
Eu não queria nada com ela, mas eu estava bêbado. Eu desmaiei depois de um copo. Quando acordei…” Sua voz se quebrou. “Ela estava ao meu lado. E disse que dormimos juntos.”
O rosto de Sheng Yin empalideceu.
“Vocês dois…”
“Não.” Yu Shuchang balançou a cabeça, “Nós não fizemos nada. Ela enviou fotos para você de nós juntos, mas… isso foi tudo.”
Os olhos de Sheng Yin brilharam de fúria.
“Ela mentiu,” ela rosnou.
Yu Shuchang assentiu.
“Algumas semanas depois, ela me disse que estava grávida. E que eu tinha que assumir a responsabilidade. Mas eu dei a ela duas opções: ou ela aborta ou eu a processo por estupro, ou ela pode dar à luz ao filho, e eu encontrarei pais adotivos, e ela acabará na cadeia.”
“Ela tentou te prender com um bebê?” O corpo inteiro de Sheng Yin estava tremendo agora, mas de raiva. “Aquela cobra manipuladora—!”
Ela começou a sair da cama, seu rosto cheio de fúria.
“Para onde você vai?” ele perguntou, alarmado.
“Encontrá-la,” Sheng Yin disparou. “Vou esmagar o rosto dela.”
Yu Shuchang agarrou seu pulso.
“Yinyin—espere. Por favor.”
Ela parou, respirando com dificuldade, mas não se sentou.
“Eu não consigo acreditar que ela distorceu tudo. Mentiu para nós dois. Usou sua dor assim…” A voz de Sheng Yin tremia agora com mais do que raiva. Havia dor nela também.
Yu Shuchang levantou-se e a puxou para seus braços novamente.
“Mas o principal problema está conosco. Nós não nos comunicamos adequadamente… e acabamos nos perdendo um do outro. Puxa vida, poderíamos ter nos perdido nesta vida também…”
‘Eu não posso deixá-la lidar com Susan agora. Eu vou fazer Susan morrer, se ela se envolver com Susan, então ela se tornaria a principal suspeita.’