215: Sam Ryans II 215: Sam Ryans II Lucas ainda não acredita em mim. Até agora, ele ainda pensa que estou tentando fingir o que sinto só para agradá-lo. O pensamento me causou dor e tristeza. Mas não posso culpá-lo. Causei isso a mim mesma e tenho que enfrentar as consequências de minhas ações. Tenho que aceitar que Lucas nunca mais vai confiar em mim, a menos que eu prove a ele que sou digna da confiança dele.

Incapaz de aguentar o silêncio no meu quarto, finalmente falei. “Estou cansada. Quero ficar sozinha agora, por favor.”

Lucas balançou a cabeça, compreensivo. “Você pode descansar agora.” Ele respondeu. Com passos rápidos e longos, ele alcançou a porta e fechou-a atrás de si. Então ele se foi, deixando o quarto quieto e imóvel.

Com um suspiro, deitei-me em cima da minha cama, tentando acalmar meu coração acelerado. Lucas nem mesmo me tocou, mas só de vê-lo, meu coração dispara e minhas pernas ficam bambas. Há algo nele que pode fazer o coração de uma mulher dar cambalhotas dentro do peito sem esforço.

Ainda estava tentando acalmar meu coração quando uma súbita percepção me atingiu.

‘Estou apaixonada por Lucas?’ As palavras soaram mais como uma afirmação na minha cabeça do que uma pergunta. Passei os dedos pelos cabelos em exasperação, dizendo a mim mesma que isso devia ser meu carma por ter traído enquanto ainda era casada.

Eu acabei de perceber que ainda estou apaixonada pelo meu marido quando ele não me quer mais. Que carma mais incrível para alguém como eu.

Em vez de ficar remoendo, levantei da cama e procurei um caderno. Tive sorte de encontrar um dentro de uma gaveta. Pegando a caneta que encontrei em cima da penteadeira, voltei a me sentar na cama para fazer uma lista de prioridades.

Após um longo momento de reflexão, finalmente decidi o que deveria estar no topo da minha lista.

FAZER LUCAS NICHOLAS SE APAIXONAR POR MIM NOVAMENTE. Escrevi as palavras em letras maiúsculas e negrito, com um sorriso doce nos lábios.

***
Três semanas depois, o gesso do meu pé foi finalmente removido. Foi um dos dias mais felizes da minha vida e quase pulei de alegria, mas me contive a tempo antes de fazer isso. A última coisa que eu precisava agora era de outro calcanhar quebrado.

Lucas estava em uma viagem de negócios. Sem perder tempo, desci as escadas usando uma camiseta branca e jeans uma hora depois que Lucas saiu de casa, apenas para ter certeza de que ele não voltaria. Passei despercebida pelas escadas, rezando para que ninguém me visse sair de casa. Mas parece que o céu não ouviu minhas preces. Assim que cheguei ao saguão, Thompson apareceu do nada.

“Sra. Alexander.” Ele disse de repente, me assustando.

“Olá Thompson.” Sorri inocentemente e passei por ele, esperando que ele apenas me ignorasse, como vinha fazendo com sucesso há semanas. Mas Thompson se recusou a me ignorar desta vez e me seguiu até chegar à porta.

“Posso perguntar para onde você está indo, Sra. Alexander?” Thompson perguntou. Ele parecia como se tivesse sido forçado a me encarar agora.

“Vou visitar uma amiga.” Menti, apressando meus passos. Saí rapidamente pela porta e me dirigi ao meu carro. Thompson não desistiu de mim e me seguiu até chegar à área onde meu carro estava estacionado.

“Quem é a amiga que você vai visitar? Se eu puder perguntar, Sra. Alexander? Sr. Alexander não ficará satisfeito quando souber que você saiu de casa, mas quero ter respostas quando ele me perguntar para onde você foi.” A voz de Thompson era suave e educada.

“Caso ele pergunte, diga a ele que encontrei alguém chamado Sam Ryans.” Eu disse a ele antes de entrar rapidamente no meu carro. Esperei que Thompson perguntasse algo de novo, mas ele não falou, então fechei a porta e liguei o motor.

Quando o carro saiu do portão, finalmente soltei um suspiro aliviado.

Demorei menos de uma hora dirigindo antes de finalmente chegar ao meu destino. Estacionei meu carro na área de estacionamento e saí imediatamente. Eu estava a caminho do prédio quando parei de repente ao sentir que alguém estava me olhando. Olhando em volta, não encontrei ninguém me observando.

Estou sendo paranóica? Perguntei a mim mesma, então apenas dei de ombros depois de examinar meus arredores e não encontrar nada suspeito. Entrei no prédio da prisão e um oficial uniformizado me cumprimentou educadamente antes de perguntar: “Como posso ajudá-la, senhora?”

“Estou aqui para visitar um homem chamado Sam Ryans.”

O oficial me levou a uma sala onde uma oficial mulher realizou uma revista para ter certeza de que eu não estava carregando nenhuma arma comigo. Quando fui liberada, fui levada a outra sala chamada área de visitas, onde só havia duas cadeiras e uma mesa.

O oficial me disse para esperar. Enquanto esperava por ele voltar, sentei-me na cadeira, pensando em como começar depois de encontrar Sam Ryan frente a frente. Ele também deve me odiar, como todos os outros. Disse a mim mesma com um suspiro, me arrependendo agora de ter vindo aqui despreparada.

Eu já estou aqui. É melhor encará-lo agora. Empurrei as dúvidas que tinha na cabeça quando a porta se abriu lentamente. Olhei para cima e me deparei com o rosto de uma mulher alta e esguia na casa dos vinte anos.

A mulher sentou-se na cadeira em frente a mim e me encarou em silêncio.

“Deve haver algum engano. Eu vim aqui para ver um homem chamado Sam Ryans.” Eu disse, olhando para o oficial. Minha expressão mostrava perplexidade. Mas antes que o oficial pudesse dizer algo, a mulher finalmente falou.

“Não há engano.” Ela me disse com seu tom rouco natural. “Sou Samantha Faye Ryans. Sam Ryans como abreviação.”