211: Humilhado 211: Humilhado Engoli em seco, enquanto assistia ódio e fúria numa guerra de puxões em seus olhos. “Amante, huh.” Emery repetiu as palavras, amargura brilhava em seus olhos. Lentamente, ela fez seu caminho em minha direção com o maxilar trancado e o punho cerrado ao seu lado.

Se olhares matassem, eu teria caído no chão, sangrando até a morte enquanto ela me olhava como se seus olhos fossem feitos de adagas.

“Emery, deixa eu explicar… por favor… Não é culpa da Alexandria. É completamente minha culpa. ” Clifford disse. O choque que ele sentiu finalmente passou. Quase que imediatamente, ele se jogou entre eu e Emery na tentativa de impedir que a situação piorasse antes que uma de nós terminasse com um ferimento.

“Para fazer o tango é preciso ser dois então cala a boca. Vamos lidar com isso depois, Clifford. Por agora, Alexandria e eu temos que resolver algo.” Emery disse-lhe firmemente, havia uma ameaça detectável em suas palavras enquanto ela as dizia em voz alta. O aviso palpável que ele ouviu em seu tom o fez hesitar por um momento, mas quando ele se recuperou Clifford tentou segurar Emery mas ela o afastou com força.

“Parece que meu marido não era o suficiente para você, é por isso que você está pegando o meu novo amante também.” Ela virou em minha direção, seus olhos brilhavam com desgosto. “Eu fechei os olhos quando você flertou com meu marido, mas agora que você tentou pegar meu novo amante também, eu não posso perdoar você. Alexandria. ”
Emery levantou a mão e ela aterrisou duro em minhas bochechas. O tapa deixou uma marca vermelha na minha pele pálida. O golpe físico deixou minha bochecha dormente e, no entanto, eu não fiz nada para me proteger, uma parte de mim me repreende e não para de dizer que eu mereço isso.

“Dói, certo? Mas a dor que você sente agora é um grão de poeira comparado à dor que você me causou quando tirou meu marido dos meus filhos.”

Houve uma súbita pontada de dor dentro do meu peito quando ela disse a palavra filhos. Pensar que eu fui capaz de roubar o pai de alguém e transformá-lo em meu amante me encheu de autoaversão e nojo.

Apertei meu punho ao meu lado e mordi meu lábio inferior enquanto segurava minhas lágrimas. Toda ação tem uma reação igual e oposta e agora eu tenho que pagar o preço das minhas ações vilãs no passado. Se isso ajudar a aliviar o peso no peito dela, então eu permitirei que ela me bata.

Clifford arrancou as mãos da Emery e a afastou de mim, mas ela lutou como um gato selvagem. Ela escapou de seu controle e se atirou em mim, puxando meu cabelo forte até que eu caísse no chão. Meus lábios atingiram a mesa de vidro e o gosto metálico de sangue chegou à minha língua.

A dor física e mental era demais para eu suportar, senti lágrimas queimando meus olhos.

Emery estava gritando a plenos pulmões enquanto Clifford a retirava de mim de forma bastante forçada e a arrastava para o canto do quarto onde ela não pudesse me alcançar.

Tentei me recompor, mas parece que minha força não foi suficiente para mover meus pés, então permaneci caída no chão carpete com os lábios sangrando
Lágrimas começaram a cair do meu rosto ao pensar na minha situação desesperadora, perguntando quantas pessoas mais eu tinha arruinado. Ao mesmo tempo, perguntei-me se não era tarde demais para salvar aquelas vidas.

Passos apressados ecoaram no corredor. Sem cerimônia, a porta de repente se abriu.

“Saia.” a voz do Lucas trovejou dentro do quarto.

Levei um susto, ouvindo sua voz pela primeira vez. Não sabia se ele estava gritando comigo.

Passos aceleraram para a porta. Em seguida, os gritos da Emery foram se esvaindo para a distância. Alguns segundos depois a porta fechou com um clique.

Os passos do Lucas não fizeram nenhum som enquanto ele cruzava a distância entre nós. Alguns segundos depois, ele estava agachado na minha frente antes que eu o notasse.

Ele não disse nada. Deixando o silêncio reinar entre nós.

Minha cabeça permaneceu curvada no chão, com medo de encontrar seu olhar e descobrir que ele estava furioso com a cena dentro de sua própria propriedade.

Lentamente, ele levantou meu rosto. Seu polegar limpou o sangue do meu lábio inferior. Ele estava franzindo tanto a testa que suas sobrancelhas quase se fundiram numa única linha.

“E-eu sinto muito Lucas…” As palavras saíram de meus lábios num sussurro quase inaudível. Lágrimas embaçaram meus olhos. Tentei me impedir de chorar, mas simplesmente não conseguia.

Lucas não me ridicularizou nem pronunciou uma palavra insultante, o que eu pensei que ele faria. Em vez disso, ele me levantou do chão e me levou para o quarto dele sem dizer uma palavra.

Enterrei meu rosto em seu peito e fechei meus olhos com força até pararem de fluir as lágrimas. Ele me deitou delicadamente na cama e me deixou lá por um curto período. Quando ele voltou, estava segurando uma toalha úmida.

Sentou-se ao meu lado na cama, tão perto que seu doce aroma almiscarado permaneceu em minhas narinas.

Meus olhos permaneceram grudados no chão, então ele levantou meu queixo até meus olhos estarem olhando para os dele.

Ainda assim, ele não disse nada. Levantou a toalha úmida e limpou o sangue dos meus lábios inchados. Doeu, mas não tanto quanto a humilhação que sofri nas mãos de Emery.

“Vou avisar Thompson para não receber visitantes sem minha aprovação. Não quero que o incidente de hoje se repita no futuro.” Ele falou as palavras de maneira calma. Não havia sinal de que ele estava bravo comigo. Me pergunto se eu deveria estar preocupada ou grata pela falta de reação.

Assenti com a cabeça em resposta, mas não disse uma palavra.

Ele limpou as lágrimas do canto dos meus olhos.

Como ele pode ser tão bom comigo mesmo depois de tudo que eu fiz. Eu não mereço nem um grão de sua bondade.