206: Não em Bons Termos 206: Não em Bons Termos A suavidade de seus dedos movendo-se contra minha pele quase me fez fechar os olhos. Seus dedos traçavam o contorno da tatuagem em minha carne nua, que eu não sabia que existia até ele me contar.

“Uma rosa linda e um rosário,” Ele murmurou distraído, sua respiração pesada contra minhas costas.

Ele estava tão perto de mim que de repente me senti consciente de minha nudez. Pressionei a camisa que ele acabara de entregar ao meu peito para cobrir os seios nus.

Tentei ignorar sua presença, mas era impossível. Era difícil ignorar um semideus de mais de seis pés de altura, repleto de músculos ondulantes e charme irresistível. E que estava acariciando minhas costas de uma forma suave que nunca imaginei que ele seria capaz.

“Se você não me amava, por que precisava colocar meu nome em sua pele?”

Antes que eu pudesse responder, ele me levantou do chão como se eu não pesasse mais do que uma pluma e virou meu corpo até que eu estivesse de frente para ele.

Seus olhos escuros de meia-noite prendiam os meus.

Pisquei rapidamente, chocada com a mudança repentina em seu tom. Um momento antes ele era gentil e no segundo seguinte estava me olhando como se quisesse arrancar minha cabeça do pescoço.

“O-o que você quer dizer?” Eu gaguejei alto enquanto olhava para ele com uma expressão horrorizada.

“Meu nome nas suas costas! Que droga, Alexandria!”

Ele estava furioso, mas não tentou me machucar.

Percebi por que ele estava com tanta raiva quando me virei para o espelho atrás de mim e vi que, sob o rosário e a tatuagem de rosa nas minhas costas, estava escrito o nome dele.

“Quando você fez essa tatuagem?” Ele perguntou. Seus olhos afiados como falcão nunca saíram dos meus.

“Eu não sei! Eu não me lembro de nada disso.” Respondi exasperada.

Tentar recuperar as memórias que eu nem mesmo conseguia lembrar estava doendo minha cabeça. Eu queria poder responder às perguntas que ele me fazia.

“Droga.” Ele murmurou em voz baixa. Passou a mão pelos cabelos em exasperação. “Eu não sei que jogo você está fazendo, Alexandria, mas eu juro que não vou deixar você me enganar de novo.” Depois de dizer as palavras, ele me lançou um olhar agudo que penetrou profundamente em minha alma e saiu em silêncio em direção à porta, fechando-a com força.

Ele se foi, mas eu ainda estava ali parada, encarando a porta, me perguntando por que ele estava furioso por causa de uma tatuagem.

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A mesa de jantar parecia que alguém tinha morrido, tamanho o silêncio. Exceto pelo barulho das colheres e garfos, não havia outro ruído que se pudesse ouvir.

Niall, como se percebesse a animosidade entre Lucas e eu, comia em silêncio enquanto eu o alimentava.

O menino manteve a cabeça baixa o tempo todo. Ele parecia obviamente triste e vê-lo assim partia meu coração. Seria a pior mãe do mundo se não conseguisse animá-lo.

O jantar, que deveria ter durado mais, terminou rapidamente como se fosse um concurso de comida e quem terminava primeiro ganhava.

Com um suspiro pesado, terminei a última garfada e decidi me aposentar mais cedo naquela noite. A viagem pela manhã foi tão cansativa e eu ansiava por uma boa noite de sono.

Niall subiu primeiro. Sua babá pessoal ajudou a prepará-lo para a noite, já que eu não pude fazer isso por causa de minha lesão.

Sem dizer uma palavra, Lucas me pegou na cadeira e me levou para o meu quarto no estilo noiva, já que eu não conseguia subir as escadas sozinha.

Ele me levou ao meu quarto e me colocou em cima da cama. Agradeci antes que ele saísse pela porta.

Quando finalmente fiquei sozinha, comecei a me preparar para dormir. Com a ajuda de minhas muletas, fui ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Quando terminei, sentei-me diante da penteadeira e desabotoei meu cabelo até que ele caísse através dos meus ombros até a minha cintura.

Comecei a domar o cabelo com a escova que encontrei em cima da penteadeira, até não haver mais nós.

O som do trovão rugindo quase me fez estremecer onde eu estava sentada. Em pouco tempo, raios afiados esculpiam o céu. Logo vai chover, pensei comigo mesma, e não me enganei, gotas de água do céu começaram a cair na terra. Vi isso pelas cortinas entreabertas da janela do chão ao teto.

Niall.

De repente meu filho veio aos meus pensamentos. Por alguma razão desconhecida, me senti preocupada. Talvez tenha sido o instinto materno que me fez pegar minhas muletas e rumar ao quarto dele.

Estava no meio do corredor quando vi Lucas saindo do quarto de Niall. Ele estava carregando o menino choroso em seus braços.

“O que aconteceu com ele?” Minha voz estava baixa, mas por dentro eu estava à beira do pânico.

“Ele tem medo de trovão.” Lucas respondeu e levou Niall direto para o quarto principal enquanto eu os seguia.

O menino não parou de chorar mesmo depois de Lucas colocá-lo na cama. Mordi o lábio inferior enquanto seus soluços se intensificavam. Lucas fez de tudo para consolá-lo, mas ele não parava de chorar.

Coloquei minhas muletas na parede e subi na cama king size.

“A mamãe está aqui, bebê.” Eu murmurei suavemente em seu ouvido enquanto me deitava ao lado dele. Niall enterrou a cabeça em meu pescoço. Cobri seus ouvidos com as palmas das mãos para que ele não ficasse perturbado pelo som ocasional de trovão.

Comecei a cantar uma canção de ninar para distraí-lo de seus medos. Lentamente, senti ele relaxando em meus braços. Ele até parou de chorar enquanto me ouvia cantando.

Alguns minutos depois, quando olhei para ele, descobri que já estava dormindo e Lucas me encarava atentamente.