195: Condição Crítica 195: Condição Crítica “Niall está perfeitamente bem.” Maxwell garantiu. Lucas sentiu como se um espinho tivesse sido tirado de seu peito. Estava tão aliviado que queria chorar.

“Onde ele está?” Ele perguntou. Saber que Niall estava bem não era suficiente. Ele queria ver a criança e constatar por si mesmo se ele estava realmente bem.

“Siga-me”, disse seu amigo, levando-o a um quarto ao lado do Pronto Socorro. Quando Maxwell abriu a porta, ele encontrou Niall deitado na cama. Dormindo.

Com a velocidade de um raio, Lucas já estava na cama, procurando na criança algum ferimento, mesmo que Maxwell o tivesse assegurado que o menino estava bem. Após um momento de inspeção, ele não encontrou nada, nem mesmo uma ferida. Ele checou os braços de Niall, então cuidadosamente, ele puxou o pijama que cobria suas pernas para ver se ele estava ferido ali, mas ainda assim não encontrou nada, nem mesmo o menor arranhão. Aliviado, o trovão em seu peito se acalmou.

Lucas estendeu a mão para pegar a criança em seus braços, mas parou. Ele não queria acordar Niall, que estava dormindo tão tranquilamente na cama. Ele deixou seus braços caírem ao lado ao se virar para Maxwell.

“Ele não tem nenhum ferimento. Nem mesmo um arranhão.” Lucas disse em voz alta seus pensamentos.

“Também estou bastante surpreso. Considerando a gravidade do acidente, foi um milagre Niall ter saído ileso.” Maxwell respondeu, pensativo. “Infelizmente, a situação foi bem oposta com o motorista do caminhão. Ele morreu na hora.” Seu amigo acrescentou com um suspiro.

Lucas sentiu pena do homem que morreu no acidente. Ele pensou na família dele esperando por ele em casa. Talvez seus filhos e sua esposa estivessem ansiosos por seu retorno, apenas para saber do acidente e perceber que ele não voltaria.

O egoísmo de Alexandria tinha destruído outra vida novamente.

“Como ela está?” Lucas forçou as palavras para fora de sua boca. Ele não se importa com sua esposa agora. Mas era certo que ele perguntasse sobre sua condição, mesmo que eles não estivessem em bons termos.

Sabendo a quem ele se referia, Maxwell respondeu. “Ela está no Pronto Socorro. Estou voltando para o quarto dela agora.”

Lucas depositou um beijo suave nas têmporas de Niall. Certificando-se de que seu filho estava seguro e salvo, ele finalmente se dirigiu à porta.

Eles entraram no Pronto Socorro. Lucas encontrou sua esposa deitada na cama de hospital com vários aparelhos presos ao seu corpo. Sua cabeça estava fortemente enfaixada, mas seu rosto estava bem, exceto por alguns hematomas que cicatrizarão com o tempo.

Ele escaneou a pele exposta em seus braços que o longo vestido de hospital não era capaz de cobrir e viu feridas profundas cortadas em sua pele. Descendo para as pernas, ele encontrou seu delicado pé esquerdo também envolto com uma atadura pesada.

Alexandria nunca mais vai se apresentar no balé com aquele pé ferido. Lucas pensou e pela primeira vez, ele realmente sentiu uma pontada de pena dela.

“Alexandria protegeu seu corpo para proteger Niall. É por isso que ela recebeu a maior parte dos danos.” Maxwell falou, quebrando o silêncio.

Virando-se para seu amigo, ele olhou para ele com tristeza. “Alexandria não é uma heroína. Se bem me lembro, ela é quem começou isso.” Lucas retrucou irritado.

“Não estou te pedindo para elogiá-la. Eu quero que você pelo menos aprecie os esforços dela. Quase custou a vida dela, sabe?”

“Você está do lado dela.” Lucas rosnou. “Você ainda sente algo por ela, não é?”

Maxwell arquejou. Surpreso que Lucas havia mudado o assunto tão rapidamente. “Não, claro que não.” Ele negou, uma expressão atordoada cruzou seu rosto enquanto balançava a cabeça.

“Você sente.” Lucas afirmou, tão certo de si.

“Por que você está trazendo isso à tona?” Max suspirou pesadamente. “Eu admito que costumava sentir por ela, mas isso mudou quando você casou com ela.” Ele acrescentou. Seu rosto mostrava o quanto ele estava chateado.

“Eu não pedi para você explicar.”

“Eu quero esclarecer as coisas.”

Silêncio invadiu o quarto enquanto se afastavam para seus próprios mundos particulares. O bip do monitor e o zumbido do aparelho de ar condicionado eram os únicos sons que podiam ouvir.

“Escute-me, Lucas — não como seu melhor amigo, mas como médico.” Incapaz de suportar o silêncio, Max começou. “Quando Alexandria acordar, a vida nunca mais será a mesma para ela. Ela nunca mais vai dançar balé. A sociedade vai virar as costas para ela. Apenas a trate bem, mas se você não puder, pelo menos seja educado com ela quando ela acordar.”

Lucas apertou os punhos ao seu lado em crescente exasperação. Ele não veio aqui para receber uma lição de um homem que nunca soube como era se casar com uma mulher como Alexandria.

Maxwell não fazia ideia de quão malvada e manipuladora essa mulher podia ser. Ela era a definição perfeita de um lobo em pele de cordeiro. Não importa o que seu amigo diga, ele não tem simpatia pela mulher que uma vez ameaçou abortar seu filho se ele insistisse no divórcio e quase matou o menino naquela noite.

“Eu já tive o suficiente disso.” Ele disse exausto, voltando-se para a porta. “Você disse o que tinha a dizer, Maxwell”, disse Lucas, sabendo que seu amigo o observava com seus profundos olhos azuis. “Suas palavras não mudarão minhas decisões, nem o que sinto por ela. Eu ainda odeio Alexandria. Cada parte de mim a detesta.”

Max deve ter percebido o quão furioso ele estava que ele manteve a boca fechada. Lucas apreciou o silêncio de seu amigo. Isso o encorajou a continuar. “Quando Alexandria se recuperar, terei que entrar com o pedido de divórcio e vou garantir que obtenha a custódia exclusiva de Niall. Ela já sabia disso.” Ele fez uma pausa novamente e inspirou profundamente para manter suas emoções sob controle. “Se você ainda a quer, vá em frente. Ela é toda sua.”

Lucas saiu pela porta sem olhar para trás, sabendo que se ficasse mais tempo, diria algo ruim que se arrependeria depois. Ele sentiu o olhar de seu amigo acompanhá-lo até ele desaparecer de vista.

Ele não se importa com o que Maxwell pensa dele agora. Ele só queria Alexandria fora de sua vida.

Quanto antes ela se for, melhor