185: Tempo Sozinho 185: Tempo Sozinho A lua radiante brilhava lindamente em um céu maravilhoso repleto de estrelas. O vento suave do jardim acariciava minha pele, mas não sentia frio algum. O calor de um braço envolto em minha cintura proporcionava o calor de que eu precisava.

O jardim parecia magnífico sob o brilho pálido da luz da lua. Parecia uma cena diretamente extraída de uma pintura. Além do som ocasional de insetos noturnos e do som de vozes abafadas à distância, o jardim estava tranquilo.

Após uma série interminável de Parabéns dos convidados alegres, Ace e eu conseguimos nos esgueirar para fora do jardim sem sermos notados para um momento a sós juntos.

“Você está com frio, meu amor?” Ele murmurou em meus ouvidos, meus pensamentos desapareceram. O calor de seus lábios em minha pele mandava uma sensação de cócegas por todo o meu corpo.

“Não estou com frio, meu amor.” Eu respondi e virei-me para encará-lo. Meus braços, como se tivessem vontade própria, envolveram seu pescoço. Em troca, seus braços envolveram minha cintura e me puxaram para mais perto de seu corpo até que o meu estava colado ao dele de modo que nem o ar pudesse passar entre nós.

Ele sorriu. Era um sorriso doce, sedutor, que instantaneamente derreteu meus joelhos e os transformou em gelatina. “Senti sua falta… Palavras não são suficientes para expressar o quanto eu queria estar com você.” Ele falou as palavras com tanto amor e ternura que achei meu peito se enchendo de alegria.

As piscinas de seus requintados olhos azuis brilhavam. Ele parecia um semideus no momento em que a luz pálida da lua iluminava seu rosto, dando-lhe uma aparência misteriosa e sedutora.

Por um momento, meus olhos se fecharam. Saboreando o céu noturno tranquilo enquanto ele me abraça forte. Eu imaginei essa mesma cena exata em minha mente várias vezes. Nunca me passou pela cabeça que isso aconteceria agora. E agora que está acontecendo, meu coração continua batendo erraticamente dentro do meu peito. Eu o amo tanto que me despedaçou quando pensei que o tinha perdido. Mas agora que ele está aqui comigo, minha ansiedade e medos desapareceram como se nunca tivessem existido.

“Também sinto a sua falta, Ace…” Murmurei, abrindo lentamente os olhos. “Eu também não consigo expressar o quanto senti sua falta. Os meses que estivemos separados pareceram anos para mim. Quando você foi embora, levou uma parte de mim consigo e nunca mais me senti completa desde então. Mas hoje à noite, quando vi seu rosto, todos os vazios e a sensação de falta que incomodavam dentro de mim foram preenchidos com calor. E, depois de muito tempo, me sinto inteira novamente.” Minha mão foi até seu rosto e apoiou seu queixo em minhas mãos. “Por favor… não vá embora de novo. Isso partiria meu coração se eu visse você se afastar.” Lágrimas turvaram minha visão, e quando pisquei os olhos, elas caíam em minhas bochechas.

“Calma… não chore, meu amor. Parte meu coração vê-la em lágrimas. Eu lhe dei minha palavra, nunca vou te deixar de novo. Nunca. Mesmo se alguém apontasse uma espingarda para minha cabeça, eu ainda ficaria ao seu lado mesmo que isso significasse a morte.” Ele tomou um suspiro profundo e angustiante e enxugou a umidade das minhas bochechas com os dedos. “Perdi você algumas vezes antes, mas agora que nossas vidas estão finalmente em paz, nunca mais vou perdê-la. Eu te amo, amor. Eu te amo tanto que, se eu tivesse que escolher entre te amar e respirar, usaria meu último suspiro para dizer que te amo.”

Ele me envolveu mais firmemente em seus braços. O calor de seu corpo pressionado contra o meu me proporcionou conforto e sensação de paz interior. Por um momento, o mundo parou de se mover. Todos ao nosso redor desapareceram em uma dimensão diferente. Estávamos apenas nós dois.

Quando seus lábios reivindicaram os meus, as emoções que eu tentava suprimir se soltaram. Um gemido escapou dos meus lábios. Minhas mãos se agarraram ao seu pescoço em busca de apoio. Meus joelhos pareciam macarrão, se eu não estivesse segurando nele, já teria desabado no chão de cimento com a bunda primeiro.

Movi meus lábios no ritmo dos dele. Ele estava se movendo devagar, mas parecia que eu estava correndo quilômetros e quilômetros, pelo jeito que meu coração batia rápido dentro do meu peito. O som de seu coração batendo, eu também quase podia ouvir, e era tão errático quanto o meu.

Quanto mais nos beijávamos, mais sedenta e gananciosa eu ficava. Simplesmente não conseguia ter o suficiente do beijo do qual fora privada por meses. Quando ele finalmente me soltou, eu estava sem fôlego e ele também. Mesmo que eu estivesse tentando recuperar o fôlego, me sentia perfeitamente realizada por dentro.

Deitei minha cabeça em seu peito com um suspiro satisfeito. Eu poderia passar a noite inteira com ele assim e não me sentir cansada. Ter somente ele comigo é como estar no céu para mim.

“Amor?” Ele chamou depois de um momento de silêncio.

“Sim?” Eu resmunguei sonolenta contra seu peito. O doce perfume que se apegava à sua roupa inundava minhas narinas e me deixava sonolenta.

“Quando você apagou a vela, qual foi o seu desejo?” Ele perguntou, acariciando meu cabelo com as palmas das mãos.

A pergunta imediatamente fez um sorriso brotar em meus lábios. Eu olhei para ele com olhos cintilantes de alegria. “O que você acha que eu desejei?” Devolvi a ele a mesma pergunta que ele me fez.

“Uma carreira bem-sucedida?”

Balancei a cabeça.

“A segurança e a prosperidade da família?”

“Isso foi apenas o meu segundo desejo.”

Ele suspirou. “Desisto… Então me fala, qual foi o seu desejo?”

“Eu desejei um filho.” Eu contei a ele.

Seus olhos se arregalaram. Um sorriso largo surgiu em seus lábios. Haviam lágrimas nos cantos de seus olhos. “Eu também quero um filho.” Ele sussurrou, consumido de alegria.

Ele me envolveu em seus braços e enterrou o rosto em meu cabelo, inalando o aroma do meu shampoo favorito. “Vamos fazer um filho hoje à noite, amor.” Ele sugeriu.

“Eu adoraria.” Eu respondi.

Ace caiu na risada.