180: A Dança 2 180: A Dança 2 Pois não foi em
meu ouvido que você sussurrou,
mas no meu coração.

Não foram meus lábios
que você beijou,
mas minha alma.

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A próxima dança que tive foi com Skye
Ele pegou minha mão na dele e me levou para a pista de dança enquanto a música suave e sutil tocava na orquestra.

O som maravilhoso preenchia agradavelmente meus ouvidos e fechei os olhos, permitindo-me ser levada.

Apenas este momento eu queria aproveitar e ser feliz para poder adicionar esta noite a um dos dias mais memoráveis da minha vida.

“Feliz aniversário, Beatrix, minha querida irmã encantadora.” ele disse e meus olhos se abriram rapidamente.

“Obrigada, Skye.” Eu respondi, mostrando um sorriso agradecido.

Continuei ouvindo o som da orquestra tocando quando de repente senti o peso de um olhar no meu ombro. É verdade, todo mundo estava olhando para nós na pista de dança, mas essa sensação era diferente.

Nesse momento, meus olhos deslizaram para a porta onde eu sentia que alguém estava me encarando, um homem entrou pela porta e tinha sua atenção voltada para mim. Seu rosto estava escondido atrás da máscara e isso escondia completamente suas características.

Meu pulso acelerou e eu suspirei. Ele era alto e musculoso. O smoking preto que ele usava se ajustava ao seu corpo, dando-lhe uma postura bem digna. Era difícil não vê-lo no mar de pessoas, ele era notável demais para não ser notado.

Olhar para ele me deu a sensação de estar olhando para Ace. Meu coração acelerou ao pensar nisso.

“Algum problema, Beatrix?” Skye perguntou e quando ele tocou nos meus braços eu percebi que não estava mais dançando.

“Desculpa, achei que vi alguém conhecido.” Eu disse a ele, colocando minha mão de volta em seus ombros para continuar a dança.

“Tem certeza?” Ele perguntou, ainda não convencido.

“Sim, claro! Estou bem.” Eu respondi alegremente.

Não tenho certeza se ele acreditou em mim, mas fiquei grata quando ele deu de ombros e não disse mais nada.

O homem que estava na porta tinha ido embora e uma parte de mim ficou surpreendentemente desapontada e triste ao mesmo tempo. Desapontada por não ter tido uma chance de olhá-lo mais de perto e triste, sabendo que ele não poderia ser o homem que eu estava rezando para aparecer milagrosamente no meu aniversário e me levar para dançar.

Um suspiro suave escapou dos meus lábios. Skye parou de se mover. Se ele não soltasse minha mão e desse um beijo nas minhas bochechas, eu não perceberia que a vez dele tinha acabado.

A próxima dança que compartilhei foi com Troy. Ele me cumprimentou com um feliz aniversário e eu agradeci.

Eu já estava tão distraída que quase perdi um passo enquanto dançávamos. Felizmente, Troy é um dançarino especialista e um bom parceiro também. Ele me guiou bem depois de perder um passo.

Deixando escapar um suspiro interior, forcei-me a me concentrar e não pensar repetidamente no homem que vi parado na entrada. Eu entendo que uma parte de mim estava silenciosamente desejando que fosse meu marido, apesar de saber que seria impossível.

Quando me senti calma o suficiente e o batimento do meu coração se normalizou, levantei a cabeça e, quando o fiz, vi o homem novamente no canto dos meus olhos.

Eu engoli em seco e virei a cabeça na direção em que o vi, mas ele havia desaparecido.

Piscando várias vezes, perguntei-me se era apenas minha imaginação. Meus olhos devem estar me enganando.

A dança acabou tão rápido ou talvez porque eu não estava prestando muita atenção nela. Troy me deu um beijo na bochecha antes de se juntar à multidão.

Keith se colocou na minha frente e me ofereceu a mão, que peguei de bom grado, e deixei que ele me puxasse para o centro do salão, onde começamos a valsar.

Enquanto dançamos, o som errático do meu coração continua. Eu não conseguia entender bem o que sentia. É como se eu estivesse nervosa e animada por algo que nem mesmo entendo.

“Feliz aniversário, irmã mais velha.” Keith falou, acordando-me e me afastando de meus pensamentos crescentes.

“Obrigada, Keith.” Eu respondi.

“Tem algo incomodando você?” Ele perguntou. Fiquei surpresa que ele percebeu facilmente que eu estava inquieta.

“Desculpe, fui tão óbvia assim?” Eu perguntei. Assombrada.

“Foi minha intuição me dizendo.” Ele respondeu. Preocupado.

Um sorriso se esticou nos meus lábios. “Estou bem, Keith.” Eu disse a ele. “Não se preocupe comigo.”

Continuamos dançando em silêncio. Meus olhos vasculharam a multidão em busca do misterioso homem mascarado, mas ele não estava lá.

“Aproveite esta noite, irmã. Eu prometo, este será o aniversário mais memorável de todos.” Keith disse, garantindo. Um brilho misterioso brincando em seus olhos que a máscara que ele usava não conseguiu esconder.

E antes que eu pudesse perguntar o que ele queria dizer, a orquestra parou e a dança também. Ele soltou minha mão e eu o observei com pesar enquanto ele se afastava. Eu ainda estava tão consumida pela curiosidade que senti pena de não ter perguntado a ele o que sua declaração deveria significar.

Calix chegou e me ofereceu a mão. Eu a peguei e começamos a dançar enquanto a orquestra tocava outra música.

Ele não disse nada enquanto dançávamos. Calix, dentre meus oito irmãos, era do tipo silencioso, muito diferente da personalidade de Ethan. Mas ele era a pessoa mais gentil que já conheci. Sua mãe morreu quando ele era criança e ele cresceu dependendo de ninguém além de si mesmo.

Calix era o mais novo e não tinha muito em comum com o resto de seus irmãos mais velhos, mesmo que fossem todos próximos, e talvez por isso ele fosse tão tímido e introvertido.

Dançamos em silêncio, ouvindo a música ao fundo, a mão dele na minha cintura enquanto a minha estava no ombro dele.

Mais uma vez, senti o olhar pesado de alguém nas minhas costas e, sem eu mesmo virar para ver, sabia que o homem que vi entrar pela porta mais cedo estava olhando para mim agora.