173: Jantar em Família 173: Jantar em Família O jantar realizado no amplo salão da Mansão Crawford foi simples, mas muito íntimo. Foi realizado em comemoração ao casamento de Elisa e Ethan e ao próximo nascimento de seu primeiro filho. Além disso, a operação bem-sucedida de Ace também foi incluída na celebração.

A longa mesa retangular coberta com um imaculado pano branco estava no centro do salão. Uma enorme variedade de comidas deliciosas estava disposta em cima dela.

As cadeiras ao redor da longa mesa estavam completamente ocupadas. Pela primeira vez depois de mais de um mês de separação, eu consegui compartilhar um jantar com toda a minha família novamente. Eu sentia falta desse tipo de ligação e me deleitava ao ver toda a minha família junta enquanto conversavam alegremente em seus assentos.

Estava faltando apenas uma pessoa para mim — era Ace. Mas saber que ele estava fora de perigo aliviou muito as minhas preocupações e eu, contente, comecei a comer enquanto escutava o reconfortante som das vozes ao fundo.

Uma mão macia pousou em minha bochecha. Olhei para o lado e sorri incentivamente para Vien quando ela apontou para uma comida que estava fora de seu alcance. Eu peguei para ela e servi seu prato. Fui recompensada com um sorriso vibrante de seus pequenos lábios. “O-obrigada mamãe,” Ela murmurou e voltou sua atenção para a comida à sua frente.

Olhei para o lado, para o berço próximo
onde Faith estava deitada e a vi dormindo tranquilamente. Pelo menos ela não foi acordada pelo som das vozes. Voltei minha atenção para meu prato e continuei comendo.

Depois que todos haviam comido e os pratos foram retirados da mesa, todos nós adultos compartilhamos uma garrafa de vinho vintage das seleções favoritas do pai, que ele guardava adega para ocasiões raras como essa.

Eu só experimentei um pouco de vinho, então não preciso me preocupar quando precisar amamentar Faith esta noite.

A Vien recebeu um shake de frutas frescas e estava felizmente sorvendo-o pelo canudo quando eu olhei para ela. Peguei uma fatia de bolo floresta negra e servi seu prato.

“O-obrigada mamãe.” Ouvi ela dizer novamente enquanto saboreava os bolos. Fiquei feliz que sua fala melhorou muito. Ela não gaguejava tanto. A terapia a ajudou bastante.

Meus dedos acariciaram seu cabelo mel e a observei comer com meus olhos cheios de carinho.

Vien é uma criança adorável e se parece muito com Ace.

Mais tarde naquela noite, me peguei encarando o alto teto do meu quarto enquanto estava deitada na minha cama. Não conseguia dormir mesmo tentando.

Vien já estava dormindo profundamente com seu pijama rosa. Ela até roncava suavemente ao meu lado.

Levantei-me da cama e me apoiei na cabeceira e afastei os cabelos que cobriam o rosto dela e prendi-os atrás das orelhas.

Um suspiro escapou dos meus lábios. Vien realmente se parecia com a versão feminina de seu pai, então era difícil para mim não pensar em Ace quando olhava para ela.

Os choros suaves vindos do berço rapidamente chamaram minha atenção. Saí cuidadosamente da cama e corri até o berço onde Faith estava. No instante em que a levantei em meus braços, ela parou de chorar. A balancei em meus braços e cantei uma canção até que ela adormecesse. Depois, coloquei-a com cuidado no berço e sentei-me na beira da cama.

Era quase meia-noite, mas meu corpo não sentia o menor sinal de sono. Até meus olhos, eles ainda estavam bem abertos.

Suspirando, desisti de me forçar a dormir e abandonei a cama para pegar uma caixa selada debaixo da mesa. Dirigi-me até a parede para ajustar a luz do teto — não muito forte para não acordar meus filhos — apenas o suficiente para iluminar o quarto.

Peguei uma cadeira pequena e um estilete e cortei a fita que selava a caixa até que ela se abrisse. Deixando o estilete de lado, minha atenção voltou-se para a caixa à minha frente.

A entrega havia chegado por volta das 15h da tarde. Fiquei surpresa com a chegada dela, pois ninguém me informou sobre o pacote. E então percebi que o pacote era de Lucas, já que seu nome estava escrito no remetente.

Quando o entregador partiu, liguei imediatamente para ele e perguntei do que se tratava a caixa. Ele se desculpou e disse que havia se esquecido de me informar sobre o pacote. Ele disse que eram os poucos pertences restantes de Ace e que o melhor amigo dele pediu que os itens fossem enviados de volta para mim.

Voltei minha atenção novamente para o presente e puxei a primeira coisa que minhas mãos tocaram. Um porta-retrato. Quando virei a foto para poder olhar, uma onda de nostalgia me atingiu quando vi nossa foto de casamento.

Levou uma quantidade incrível de autocontrole para não desabar em lágrimas.

A data do nosso casamento estava impressa logo abaixo. Fiquei surpresa que Ace conseguiu guardar essa lembrança tão importante.

Na foto, eu estava vestida com um deslumbrante vestido branco, decorado com brilhantes contas de Swarovski. Meu cabelo extremamente comprido naquela época foi preso em um coque no final da minha nuca, enquanto no topo da minha cabeça havia uma tiara com pedras preciosas coloridas.

Um largo sorriso estava estampado nos meus lábios vermelhos ao lado do meu noivo.

Ace estava ao meu lado, com os braços envoltos possessivamente ao redor de minha cintura fina. Ele estava usando um terno branco. Seu cabelo castanho elegante estava cuidadosamente pentado para trás. Seus olhos azuis extremamente brilhantes olhavam para a câmera com um sorriso dourado nos lábios.

Eu funguei.

Meus dedos foram lentamente às minhas bochechas e descobriram que estavam úmidas. Não percebi que estava chorando.