Ex-Esposa Grávida do Sr. CEO - Capítulo 165

165: Não está bem 165: Não está bem Acordei com o som de uma mulher chorando. Meus olhos se abriram lentamente. A princípio, não conseguia ver nada. A luz repentina deixou minha visão embaçada. Pisquei várias vezes até que minha vista finalmente se ajustou ao ambiente. Quando meu olhar se aclarou, vi Claire sentada na cadeira ao lado da minha cama de hospital. Seus ombros tremiam violentamente enquanto ela soluçava. Ao lado dela, meu pai a consolava enquanto ela despejava todo o seu coração.

No momento em que meus olhos se voltaram para o impecável teto branco e as paredes lisas e brancas, eu sabia exatamente que estava dentro de um quarto de hospital particular. E esse fato por si só já foi o suficiente para me apavorar.

Meus olhos voltaram-se para o rosto vermelho como beterraba de Claire. Seus olhos estavam inchados e ela parecia ter chorado por horas. Ela estava tão preocupada com suas lágrimas que nem percebeu que eu estava acordada. Até mesmo meu pai, que estava ao lado da mãe de Ace e a consolava, acariciando suas costas, não percebeu que eu estava me mexendo.

No momento em que eu queria perguntar o que estava acontecendo, movi meus lábios para fazer as perguntas em voz alta, mas nenhuma palavra saiu dos meus lábios. O medo começou a se acumular dentro de mim e percebi que não estava preparada para ouvir a resposta deles. Pois, se eles me dissessem que o homem que eu amo havia partido ou que algo terrível havia acontecido com ele, a notícia certamente partiria meu coração ao ponto de ser irreparável.

Uma sensação de calor se espalhou pelos meus olhos até minha visão começar a embaçar com as lágrimas. Eu queria chorar, mas sabia que devia ser forte, pois Ace não queria que eu desanimasse. Não posso perder a esperança em momentos como esse, então pisquei para trás as lágrimas e encontrei a coragem para fazer as perguntas que eu temia.

“Pai… Claire…” comecei a chamar a atenção deles. O tremor na minha voz não passou despercebido aos meus ouvidos.

Meu pai olhou para mim. Seus olhos escuros como tinta transmitiam uma tristeza indescritível. Não sei por que, mas olhar para seus olhos me deu uma sensação ameaçadora e me vi mergulhando
no abismo escuro da depressão.

Meu pai não disse nada. Ele apenas continuou a me olhar como se não fosse me contar nada. Seus olhos se voltaram para Claire, como se estivesse pedindo permissão dela. Mas Claire apenas olhou para ele e não disse uma única palavra.

O medo que roía dentro de mim cresceu até se tornar um monstro. Os dois estavam agindo de forma estranha, e isso estava me fazendo sentir cada vez pior a cada segundo. Eles poderiam simplesmente me contar a má notícia agora. Estão me deixando tensa, e sinto que o suspense está me matando.

“Pai? Claire? Por favor, me digam o que está acontecendo. O Ace está bem?” perguntei, com minha voz aumentando várias oitavas por causa do pânico. Eu me disse que precisava manter a calma, mas como posso controlar minhas emoções se estamos falando de Ace? Eles estariam mentindo se dissessem que ele estava bem. Ele levou um tiro na cabeça, e tudo por minha causa.

Ace salvou minha vida. Ele protegeu meu corpo com o dele, e a bala que era para mim o atingiu. Como devo ficar calma?

Forcei-me a levantar, mas assim que o fiz a dor excruciante me atingiu na cabeça. Eu quase esqueci que estava machucada lá. Se não estivesse com dor, esqueceria que Vincd me atingiu com o vaso naquele lugar.

Meu pai me disse para ficar parada na cama, mas teimosamente balancei minha cabeça. Ele suspirou, derrotado, e me ajudou a levantar meu corpo da cama até que minhas costas encostassem na cabeceira.

Automaticamente, minhas mãos foram para a atadura na cabeça depois que eu estava sentada em uma posição confortável. A dor que martelava minha cabeça diminuiu lentamente. Quando a dor sumiu por completo, voltei minha atenção para meu pai. “Por favor me diga… o que aconteceu com o Ace? Eu ficaria mais angustiada se não soubesse o que aconteceu com ele… por favor.” implorei miseravelmente. Se pudesse me ajoelhar no momento para que me contassem a verdade, faria isso. Infelizmente, eu ainda não tinha recuperado toda minha força, então não pude.

Meu pai desviou o olhar. Frustrada, cerrei meus punhos e voltei minha atenção para a mãe de Ace. “Claire…” sussurrei, e desta vez ela relutantemente levantou seu rosto para mim. Seus olhos inchados encontraram os meus.

Engoli um grande nó na garganta. Pude sentir a intensa dor que dançava pelos olhos de safira expressivos dela. Pude ver a verdade através de seus olhos. Agora seus olhos estavam me dizendo que as coisas estavam além do pior.

Respirei fundo e me preparei para suas palavras quando seus lábios começaram a se mover. “Ace está em coma. O médico diz que ele tem pouca chance de acordar.” Ela disse, e senti como se tivesse sido dolorosamente atingida por um raio afiado, e percebi que nada poderia ter me preparado para essa notícia.

Empalideci sob minha pele. Meus lábios se abriram para dizer algo, mas fiquei surpresa quando nada saiu deles.

Meu peito se apertou e mil facas pareciam atravessar meu coração. A dor que senti ao saber da condição de Ace era indescritivelmente dolorosa. Uma parte de mim morreu… E essa parte era cheia de esperança… Então agora não tenho nada além de desespero.

Eu me disse que precisava ser forte por ele e por nossos filhos, mas naquele momento meu mundo desabou. A compostura que tentei manter com todas as minhas forças se esfarelou no chão, e comecei a soluçar.

Está tudo bem chorar. Eu me disse, enquanto enterrava meu rosto nas mãos. Precisava desabafar para aliviar o peso no peito.

Está tudo bem não estar bem… Um dia meus olhos também ficarão secos.