Eu transmigrei e ganhei um marido e um filho! - Capítulo 799
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799: Ponto de partida 799: Ponto de partida [PENITENCIÁRIA MÁXIMA]
Silas abriu lentamente os olhos, avistando imediatamente o teto sujo. Um suspiro raso escapou de seus lábios antes de ele se sentar, com a cabeça quase tocando o teto de concreto. Dobrou os joelhos, respirou fundo e fechou os olhos, como se fosse meditar.
‘Quem diria?’ ele refletiu, lentamente reabrindo os olhos.
Ele apertou os lábios em uma linha fina, esticando as pernas até que seus pés ficassem pendurados na beliche de cima. Silas pulou rapidamente da cama de cima e aterrizou em segurança. Virando a cabeça para a beliche de baixo, outro suspiro afiado escapou dele.
Normalmente, em um momento como este, Primo estaria fazendo seu rosário. Sempre que Silas fazia até o menor ruído, Primo fazia uma grande confusão a respeito, como se realmente estivesse se voltando para o Deus a quem rezava.
Havia muitas coisas sobre Primo que irritavam Silas. Estar trancado na mesma cela que aquele homem era um inferno. Primo tratava Silas como seu lacaio, alguém abaixo dele. Ele roubava descaradamente a ração de comida de Silas. Não havia um dia na vida de Silas que ele não tivesse rezado para que Primo engasgasse com sua comida.
Mas agora, a beliche de baixo estava vazia, e não havia nenhum traço de Primo, exceto as memórias que ele deixou neste lugar.
“Sortudo desgraçado,” Silas sibilou enquanto balançava a cabeça, caminhando em direção à beliche de baixo para sentar na beirada. Ele apoiou os braços nas pernas abertas, com os olhos vasculhando os quatro cantos deste pequeno espaço em que estava trancado sozinho.
Outro suspiro profundo escapou de seus lábios. “Agora estou completamente sozinho aqui. Que vida pacífica eu tenho agora,” ele murmurou, dobrando os joelhos enquanto se deitava na beliche de baixo. “Ou talvez não. Este lugar de alguma forma parece muito mais morto e entediante do que o habitual.”
Até mesmo Silas se surpreendeu ao perceber que, embora não houvesse um dia em que não desejasse que Primo morresse miseravelmente, sua ausência teria tanto impacto. Agora que estava completamente sozinho neste pequeno espaço sem qualquer liberdade para sair e fazer outra coisa sem ninguém com quem conversar, o silêncio de alguma forma parecia muito mais profundo. Antes, Silas não percebia que ter companhia era uma distração de tudo que levou à sua prisão. Mas agora que estava sozinho neste lugar, tudo voltou para ele — desta vez, muito mais profundo do que nunca.
O processo de sair da prisão era tão exaustivo quanto quando foi levado sob custódia. Levou muitas horas para passar por diferentes estágios de liberação, fazendo-o pensar que o Céu não lhe deu tratamento especial para sair. Não que esta fosse a primeira vez que ele passava por tal transtorno no passado.
Parado do lado de fora sob o sol escaldante do meio-dia, Primo olhou para cima e apertou os olhos. Normalmente, pessoas que estavam presas mesmo por apenas alguns meses apreciariam seu primeiro gosto de liberdade. Mas sua expressão irritada mostrava sua falta de apreço pela libertação.
Primo correu em direção ao abrigo, ficando embaixo dele esperando alguém vem buscá-lo. Seu rosto estava naturalmente contraído, e ele virou a cabeça para o som alto de aplausos em seu ouvido. Lá, correndo pela via lateral, estava um sedan preto de luxo, que parou pontualmente bem na sua frente.
Quando o banco do passageiro da frente baixou, ele inclinou a cabeça para ver a pessoa no banco do motorista.
“Parabéns por recuperar sua liberdade!” Céu sorriu, mas sua expressão desinteressada não mudou.
“Você vai abrir a porta?” ele perguntou, mão na maçaneta. “Vou ter um golpe de calor se continuar parado aqui.”
Céu riu e destravou a porta, e Primo não perdeu tempo em se instalar no banco do passageiro da frente. Olhando para ele, que já estava ajustando o ar-condicionado para si, Céu sorriu ironicamente.
“Eu estava pensando em quanto tempo você aguentaria nesse tempo, mas aí lembrei que ainda preciso de você,” ela brincou, recebendo um olhar frio dele. “Anime-se, Ninguém. Este é um dia feliz para você.”
“Bem, acho que você está certa,” Primo respondeu sarcástico. “Que dia bom para sair da prisão só para ir para o inferno.”
Ele inclinou a cabeça para trás enquanto seus olhos deslizavam para o canto. “Se isso não é chamado de sair da frigideira direto pro fogo, eu não sei o que é.”
“Você está tão mal-humorado. Vamos, Ninguém. Eu estou aqui por você.” Céu piscou de forma brincalhona. “Eu estou na sua retaguarda. Você não confia em mim? Eu tirei você da prisão mesmo depois de você ter tentado acabar com minha família toda, inclusive com meu menino inocente.”
Primo com expressão vazia, olhando para ela diretamente nos olhos. “É essa mesma razão que não confio em você. Eu tentei matar sua família uma vez e sequestrar seu garotinho. Não espero que você encontre alguma simpatia em você e simplesmente não me deixe morrer pateticamente.”
Céu manteve um sorriso brincalhão. “Você julga muito rápido.”
“Você me perdoou pelo que fiz?” ele perguntou sem entusiasmo.
“Você não estaria aqui se eu não tivesse encontrado perdão no meu coração,” ela respondeu enquanto olhava para frente, mãos no volante, pronta para dirigir.
Primo levantou uma sobrancelha, apertando os olhos desconfiado. “Você esqueceu disso agora? E está pronta para começar com um novo começo?”
“Heh.” Céu inclinou a cabeça para trás, os lábios se esticando mais enquanto um brilho brincalhão cintilava em seus olhos. Ela balançou a cabeça ao dizer, “Jamais.”
Sua expressão morreu instantaneamente enquanto ela ria. Céu desviou o olhar dele, colocando-os à frente, com sorrisos completos.
“Não estamos começando com um novo começo, Alexander,” ela disse, sua voz se tornando sóbria. “Estamos começando com experiência. Ao contrário de quando você e eu começamos nesta vida patética, já sabemos o que realmente queremos.”
Ela olhou para ele de novo e sorriu ironicamente. “Estou certa?” seus olhos brilharam com sabedoria antes de ela acelerar, levando-o para um lugar que todos chamariam de ponto de partida.
*****
“Então, qual é o plano?” Primo perguntou enquanto dirigiam pela rodovia. “Eu saí da prisão, todos os meus homens estão mortos ou viraram as costas para mim, e se meus inimigos ouvirem que ainda estou vivo, vão fazer de tudo para me matar.”
Ele respirou fundo e bufou silenciosamente, olhos na estrada. “Não me entenda mal. Se eu puder ser útil, então não me importo de aproveitar uma liberdade efêmera em vez de desperdiçar minha juventude e passar o resto da minha vida dentro daquela maldita sala de dezoito metros quadrados.”
“Não se preocupe com isso. Eu já comecei antes da sua libertação,” ela explicou com um sorriso, fazendo-o virar a cabeça para o assento do motorista. “O mundo subterrâneo está em caos e Dragão perderá a Cidade Y hoje à noite.”
“O que você fez?” ele perguntou por pura curiosidade.
“Eu te conto mais tarde. Por agora, limpe sua mente e durma um pouco. Será uma longa viagem.”
“Não vou dormir em um lugar onde você pode me acessar.”
“Não preciso fazer nada de ruim com você quando já está a caminho da sua morte.”
“Você não disse que tem minha retaguarda?”
“Eu disse, mas não posso prometer.”
Primo abriu a boca, mas no final, guardou seus pensamentos para si. Ele balançou a cabeça e suspirou.
“Por que estou decepcionado?” ele murmurou displicentemente, olhando para o lado oposto a ela. “De qualquer forma, já que aceitei que minha sorte pode ter se esgotado, não vou esperar nada de você. Mas então, de novo, isso não vai me impedir de querer saber por que Dragão?”
Ele reclinou a cadeira e observou o perfil dela. “É estranho, Senhora Liu. Já que estamos começando com experiência, devo deixar você saber que conheço sua história de vida. Sei qual escola você frequentou, conheci alguns colegas de classe e até sei onde estão os restos do seu pai.”
“Eu também sei que você teve um começo difícil com Dominic Zhu e que você não queria aquela criança inicialmente,” ele continuou, encolhendo os ombros displicentemente, já que não sentia necessidade de esconder o passado dela. “A razão pela qual me aproximei de Paula Shen é porque pensei que poderia ser seu ombro para chorar.”
“Agora que você mencionou isso, por que estava tentando se aproximar de mim? Por causa de Dom? Por que você mirou em Dom? Eu tenho minhas suspeitas, mas ainda não confirmei. ”
“Eu perguntei primeiro, Senhora Zhu.” Ele revirou os olhos. “Vou responder tudo já que não me importo, mas não tenho tanta certeza sobre você. Não confio em você.”
Céu lançou-lhe brevemente um olhar de soslaio antes de voltar os olhos para a estrada. “Sua pergunta era, por que Dragão, certo?” ela repetiu, cantarolando uma longa melodia enquanto pensava.
“É porque ele ultrapassou um limite que não deveria. Mas eu não posso revidar abertamente, mesmo querendo, porque tenho crianças para proteger. Mesmo confiante de que posso protegê-las, não quero arriscar as vidas delas por minha decisão,” ela explicou honestamente, mas guardando os detalhes para si. “Não tenho medo de me ferir ou de lutar contra o Dragão do Subterrâneo. O que me assusta é que meus filhos possam pagar o preço.”
Primo a observou em silêncio por um momento antes de desviar o olhar. “Entendi,” ele sussurrou, compreendendo a profundidade de sua explicação porque, uma vez na vida, ele estava na mesma posição que ela.