Eu transmigrei e ganhei um marido e um filho! - Capítulo 64
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64: [Capítulo bônus] Karma é real. 64: [Capítulo bônus] Karma é real. “Hah…” Uma névoa se formou na frente dos lábios desfigurados do homem, ofegante por ar enquanto lutava para manter a consciência. Seus olhos inchados dificultavam a manutenção de um olho aberto.
A brisa gelada deixava hematomas em sua pele, ajoelhado sobre a camada de geada sem nada sobre si. Sem roupas, sem acessórios, nem mesmo uma gravata para mantê-lo preso. Mesmo assim, ele não se movia do seu lugar, nem tentava fugir apesar de ter tal liberdade.
Por quê?
Por que ele não fugiria?
A resposta era a pessoa — não, aquele demônio diante dele.
O homem lentamente ergueu sua visão embaçada, captando imediatamente a silhueta de uma mulher parada a alguns passos dele. Diferente dele que não tinha nada sobre si, a mulher estava vestida com um casaco grosso e longo de pele preta. Seus cabelos encaracolados flutuavam para trás com a brisa, mas a temperatura não era nada comparada ao frio de seus olhos de fênix. Alguns homens a rodeavam, vestindo roupas grossas que os mantinham aquecidos.
“Ele — Hera.” A voz do homem era trêmula enquanto seus lábios desfigurados tremiam.
A mulher arqueou uma sobrancelha ao chamado do homem. Ela inclinou a cabeça para o lado, erguendo as sobrancelhas enquanto esperava pelo que ele queria lhe dizer.
“Você, maldito pagão.” O homem riu fracamente como se amaldiçoá-la bem na sua cara fosse uma conquista.
Hera sorriu ironicamente. “Aposto que xingar aliviou muita frustração reprimida no seu coração, Bispo.”
“Eu não tenho medo de morrer. Eu não fiz nada de errado, Hera.” O homem balançou a cabeça, forçando um sorriso em seu rosto quase paralisado. “No entanto, você deveria estar muito aterrorizada com a morte. Porque uma vez que você morrer, irá direto para os fossos do inferno.”
“Eu sei disso.” Confiança exalava dela conforme caminhava em direção ao homem nu, agachando-se à sua frente. “Acredito que mencionei isso ao confessar meus pecados. Até participei da missa, pedindo perdão e sinais se o que eu ia fazer era certo.”
“Hah! Você veio fazer sua confissão… mas você não consegue viver com o fato de que alguém conhecia seu desejo mais profundo?”
“Isso mesmo. Bispo, talvez você esteja sendo punido. De todos os padres que existem, eu fui até você.” Seu sorriso era o suficiente para arrepiar alguém. “Se seu Deus realmente ouve suas preces e protege você, então por que você, de todas as pessoas?”
Hera riu com os lábios fechados, os olhos se fechando ameaçadoramente. “Se você não sabe, então eu lhe direi com prazer. É porque Deus despreza aqueles que se chamam homens de Deus, mas não conseguem aplicar os ensinamentos sagrados a si mesmos.”
“Qual é mesmo? Não usarás o nome de Deus em vão,” ela acrescentou em um tom conhecedor. “Meus pecados e os seus… não são diferentes. A única diferença entre nós é que eu admito minhas maldades enquanto você usa sua posição para saciar aquela carne pecaminosa.”
“As pessoas sabem que sou má quando me veem, mas você… elas te veem como encarnação da esperança, só para perceberem que é o inferno atroz que as aguarda.” Hera pegou seu maxilar, pressionando os dedos em ambos os lados de sua bochecha. “Agradeça por eu estar usando uma luva. Eu adoraria cravar minhas garras naquela cara. Gente como você é do tipo que eu gosto de desossar. Você tem sorte, no entanto. Estou um pouco ocupada no momento. Por isso, não posso ficar com você até o fim.”
“Chefe.”
Hera desviou o olhar rapidamente, percebendo seu soldado mais leal se aproximando. “O negócio está prestes a começar. Todos estão apenas esperando por você.”
“Okay, Bear.” Hera jogou o rosto do homem para o lado, aceitando o lenço que Bear lhe entregou para limpar a luva de couro. “Garanta os bens primeiro. Veja que todas aquelas pessoas vão morrer esta noite.”
“Chefe, não é isso que o cliente queria.”
“O cliente… Eu quero a cabeça dele esta noite. E seu dinheiro.” Hera lançou um olhar rápido para Bear. “Vou usá-lo como exemplo para quem tentar usar minha organização com seus negócios sujos.”
Bear manteve uma expressão estoica antes de inclinar levemente a cabeça para baixo. “Me dê três horas. Eu trarei a cabeça dele para você.”
“Não.” Hera olhou para o homem nu ajoelhado diante dela. “Seu limite de tempo é baseado em quanto tempo ele aguentar.”
Bear deu uma olhada no Bispo e suspirou. Aquele homem não duraria muito, mas era tempo suficiente para ele. Alguns indivíduos do submundo tinham ficado arrogantes, envolvendo seu grupo nesses negócios desonrosos. Eles se mantiveram quietos por bastante tempo, então era hora de colocar todos em seu lugar.
“Fique de olho nele.” Hera virou-se nos calcanhares, jogando o lenço indiferentemente. “Se ele morrer antes de Bear terminar sua tarefa, garanta que cavará três covas para você e Bear.”
“Sim, Chefe.”
Os outros dois se curvaram, já acostumados com as ameaças casuais de sua chefe, que não eram vazias. Hera nunca falava de coisas tão levianamente. Se ela disse que os mataria, ela o faria, e eles aceitariam de bom grado. Por mais distorcido que possa parecer, esse era um dos maiores fatores que faziam todos na organização respeitá-la. Sua personalidade filtrava incompetentes e inspirava os membros a se destacarem.
“Karma é real.”
Os passos de Hera pararam quando a voz trêmula do Bispo acariciou seus ouvidos. Ela olhou para trás, apenas para ver o escárnio no rosto do Bispo.
“Hera, karma é verdade. Pode demorar, mas virá para você na hora certa,” zombou o Bispo. “Você pode pensar que está no topo deste mundo agora, mas um dia você se arrependerá de tudo. Talvez não te pegue, mas pegará seu amante ou seus filhos. Você não disse que seu maior desejo é ter uma família sua? Você pode alegar que isso não é verdade, mas eu lidei com pessoas diferentes. Eu posso dizer que isso não é mentira.”
“Obrigada por pensar em mim, Bispo,” Hera sorriu ironicamente. “Não se preocupe. Eu não tenho nem um amante nem um filho. Nem agora, nem nunca.”
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GASP!
Heaven pulou assim que abriu os olhos, encontrando-se na cadeira ao lado da cama de Sebastian. Gotas de suor cobriam sua testa enquanto a cor de seus lábios empalidecia.
“Você está bem?” A voz de Sebastian a trouxe de volta à realidade, observando-a olhar para ele. “Você teve um pesadelo?”
Heaven engoliu, acalmando a garganta seca enquanto forçava um sorriso.
“Sim — Quer dizer, não.” Ela soltou o ar, relaxando os ombros tensos ao perceber que agora era Heaven Liu, não Hera. “Eu tive um sonho ruim, mas estou bem agora que vejo você. Você dormiu bem?”
Sua vida como Hera era algo do qual ela não se orgulhava nem se envergonhava. Naquela época, a vida que ela tinha nunca a assustou, nem por um momento. Mas agora, olhando para Sebastian, seu coração estava cheio de um medo que ela nunca sentiu antes.