Eu transmigrei e ganhei um marido e um filho! - Capítulo 1222
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Capítulo 1222: Ao seu lado
Hera e Dominic encontraram-se deitados de lado, encarando um ao outro. Eles não haviam dito uma palavra desde que chegaram à enfermaria dela. Mas seus olhos brilhavam com contentamento, seus sorrisos estavam fixos em seus rostos. Suas mãos entrelaçadas entre eles.
Eles imaginavam fazer todo tipo de coisa quando tudo estivesse terminado. Contudo, ali estavam, apenas deitados e se encarando sem dizer nenhuma palavra.
“Pfft —” Hera não conseguiu evitar dar uma risada, fazendo os olhos dele se estreitarem como se ele entendesse o motivo da risada dela. Ela mordeu os lábios, tentando parar de sorrir.
“Achei que você fosse me despir quando trancou a porta,” ela riu.
“Eu também pensei,” ele admitiu com uma risada suave. “Mas não estamos mais com pressa, estamos?”
“Não, não estamos.”
“Quero olhar para você mais.”
“O que você vê no meu rosto?”
“Beleza.”
Os cantos dos olhos dela enrugaram, enquanto ela passava a língua pela parte interna da bochecha. “Quão bonita?”
Dominic ponderou. “Imensurável.”
“Eu gosto disso. Me diga mais.”
“Seus olhos são muito profundos, mas há como fogo dentro deles.” Dominic estendeu a mão, traçando as feições do rosto dela com a ponta dos dedos. “Suas sobrancelhas são mais grossas do que eu pensava. Seu nariz é muito bonito. Eu não sabia que você tinha a bochecha macia — elas pareciam bastante magras.”
Os olhos dela suavizaram com afeto. A voz grave dele soava como uma canção de ninar, convidando-a ao sono tranquilo.
“Ah. Você tem cílios grossos. Não é à toa que seus olhos parecem escuros e em evidência,” ele percebeu com diversão. Seus olhos escanearam cada poro no rosto dela como se estivesse gravando cada detalhe. “Hera, você tem um rosto muito pequeno.”
Os lábios dele se curvaram com diversão à medida que ele espalhou a mão ao lado dela. Suas mãos eram muito maiores que o rosto dela. Isso era divertido para ele.
Piscando os cílios de volta para ela, o olhar dele relaxou.
“Quando eu estava lendo sobre Hera Cruel, eles a descreviam como um monstro horrendo,” ele comentou suavemente. “E sempre que vejo você lutar, como você conduz cada conversa com pessoas com quem ninguém ousaria discutir, e simplesmente sua presença sozinha… ninguém jamais pensaria que você tem feições tão delicadas.”
Não era apenas o nome, mas a maneira como ela se comportava que fazia com que Hera sempre parecesse uma gigante.
Sua presença era muito forte, quase sufocante. As pessoas ficavam ocupadas demais tentando adivinhar qual seria seu próximo movimento. Eles sempre esperavam ansiosos. Mas, olhando mais de perto, ela realmente tinha uma beleza delicada.
Uma beleza que encantava quanto mais se olhava. Um rosto que poderia deixar qualquer um em transe.
“Estou dividido entre ficar feliz porque ninguém viu o que estou vendo ainda ou sentir frustração por ninguém ter sido corajoso o suficiente para olhar mais de perto.” Um leve tom de amargura permeava sua voz, enquanto ele olhava para ela como se o mundo tivesse a injustiçado. “Você não é um monstro.”
Hera lentamente entrelaçou a mão dele, descansando-a em sua bochecha. “Eu não me importo,” ela disse. “Apenas uma pessoa é o suficiente.”
Mesmo que o mundo inteiro a olhasse com desprezo, contanto que ele a olhasse dessa maneira, já era mais do que suficiente para ela.
Ser olhada da forma como ele a olharia, como se ela fosse a pessoa mais bonita, mais preciosa do mundo, dava a ela um senso de realização. Por que pedir mais quando aquilo era tudo que ela sempre quis?
Com ele, Hera era apenas Hera.
Ela não era Hera Cruel, não era a mente por trás dos Ceifadores, não era uma pessoa implacável a ser temida.
Aqueles olhos sempre a faziam sentir que ela era como qualquer mulher que merecia ser amada sinceramente e completamente, e que ela também era apenas uma pessoa que podia amar livremente.
Ao pensar nisso, lágrimas já escorriam pela ponte de seu nariz.
“Por que?” ele perguntou, enxugando as lágrimas dela com o polegar. “Não fique triste.”
“Eu não estou.” Ela sorriu mesmo sem conseguir conter as lágrimas que continuavam a escorrer. “Estou feliz, e nunca pensei que estar tão feliz pudesse também te fazer chorar.”
Seu sorriso se ampliou, apertando a mão dele e pressionando-a contra sua bochecha. “Estou tão feliz, Dom. Estou tão feliz que não consigo parar de chorar.”
Dominic sorriu sem jeito, sentindo os olhos se umedecerem.
Não havia peso em seu coração. Na verdade, ele se sentia leve e tranquilo. Mas, ainda assim, seus olhos ardiam.
Isso era mesmo possível?
Estar tão feliz a ponto de acabar chorando?
Ambos eram novatos nesse conceito. Contudo, ao olhar para trás, para tudo que passaram, eles vieram de longe. Desde o início quando ela havia acabado de despertar no corpo do Paraíso, o divórcio, a reparação do casamento, os pequenos e grandes incidentes, e até o momento em que ela voltou para seu corpo original.
Muita coisa aconteceu.
Além das boas memórias e simples alegrias, lágrimas foram derramadas vez ou outra, dores no coração foram sentidas, saudades permaneceram, e preocupações constantes frequentemente dilaceraram seus corações. Durante esses momentos, eles sempre mantinham esperança por este dia.
O dia em que finalmente poderiam ver a luz melhor. O dia em que não apenas teriam esperanças, mas teriam certeza de que tinham um futuro brilhante. Um futuro que viveriam tão feliz que não se importariam de apodrecer um ao lado do outro.
“Vem cá.” Dominic cuidadosamente puxou-a para seu abraço, seu corpo pequeno envolvido pelo calor dele. Sua boca abriu e fechou, e quando sua voz saiu, suas palavras estavam entrecortadas.
“Nós conseguimos, Hera.”
Hera derreteu em seu abraço, fungando enquanto apertava o peito dele. “Conseguimos mesmo?”
“Sim… conseguimos.”
Um sorriso surgiu em seus rostos apesar das lágrimas que escorriam de seus olhos.
Eles conseguiram.
Eles fizeram isso.
“Para o pior…” Sua voz tremia, mas havia alívio nela. “… e agora, para o melhor.”
Hera fechou os olhos, se apertando contra os braços dele como se desejasse estar dentro dele.
“Obrigada,” ela sussurrou. “Obrigada por me dar um motivo.”
Dominic sorriu, abaixando a cabeça até que seu nariz tocasse o topo da cabeça dela. “Obrigado por… ser você.”
Hera apenas sorriu. “Isso é bom, não é?”
“Sim, é.” Dominic fechou os olhos e relaxou o corpo. “Senti sua falta.”
“Eu sei.”
“E você?”
“Mais do que palavras podem dizer.”
O sorriso dele se ampliou. “Eu te amo, Hera.”
Dessa vez, Hera riu. Lentamente, ela afastou a cabeça e olhou para ele.
“Diga de novo,” ela pediu no momento em que seus olhos se prenderam um no outro.
“Eu te amo.”
“Não.” Os lábios dela se curvaram ainda mais. “Meu nome. Diga de novo.”
Dominic segurou o rosto dela e aproximou seu rosto. “Hera,” ele disse com sinceridade. “Essa é a dona do meu coração.”
“Lembre-se do nome dela.”
“E lembre-se do meu. Zhu.” Dominic hesitou. “Estará bem ao lado do seu.”
Seus olhos se estreitaram enquanto suavizavam, brilhando com afeto e admiração imensuráveis. Lentamente, seus rostos se aproximaram. Seus corações batiam alto, mas não em ritmo acelerado. À medida que suas respirações quentes acariciavam os lábios superiores um do outro, eles fecharam os olhos e compartilharam um beijo longo, apaixonado e sincero.
Eu te amo.
Sinto sua falta.
Essas palavras eram simplesmente insuficientes para expressar seu amor e saudade. Contudo, ser chamada pelo mesmo nome que assustava todos com tamanha sinceridade valia mais do que mil palavras.
Eles finalmente estavam em casa.