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Escravo das Sombras - Capítulo 2001

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Capítulo 2001: Caminhos Sinuosos

A batalha entre Sid e Felise era como uma pequena calamidade… acontecendo no terror de um cataclismo muito mais vasto.

O campo de batalha onde centenas de milhares de Despertos buscavam destruir uns aos outros se estendia de um horizonte a outro, sobrecarregado pelas grandes e violentas forças que eles convocavam para o mundo. Acima deles estava o véu de nuvens radiantes; abaixo deles estavam os ossos de uma divindade morta.

Sid e Felise tinham percorrido um longo caminho desde a Costa Esquecida. Hoje, porém, seus caminhos sinuosos se cruzaram mais uma vez… apenas para um caminho pôr um fim ao outro.

Sid sentiu o gosto de sangue na boca enquanto Felise a empurrava para trás. Elas se moviam com velocidade suficiente para fazer seu confronto furioso parecer um borrão — de vez em quando, grupos de Soldados Despertos em combate cruzavam seu caminho, apenas para serem violentamente jogados de lado.

Alguns sobreviviam… alguns eram menos afortunados.

‘Maldição!’

Ela recorreu a toda sua experiência de combate — poucos no mundo tinham mais disso do que ela — e a toda sua habilidade. Sua espada se movia como se fosse uma coisa viva, desviando golpe após golpe após golpe. Não havia contenção nesta batalha, então Sid abandonou toda a restrição, alternando entre explosões curtas de incrível poder, incrível resistência e incrível velocidade — suas Habilidades Adormecidas, Despertas e Ascendidas.

Ainda assim, tudo isso não era suficiente para resistir a Felise, que era como um espectro escarlate.

Sua ex-amiga era terrivelmente forte e surpreendentemente rápida. Seu kris era como uma maldição, aparentemente existindo em vários lugares ao mesmo tempo. Sua técnica era insidiosa e impecável, e sua intenção de matar era absoluta.

Sid conseguiu bloquear um golpe que a cegaria, recorrendo a sua força. Ela evitou outro ao saltar para trás com a velocidade de um raio. O terceiro penetrou uma rachadura em sua armadura, mas apenas arranhou sua pele adamantina, sem conseguir perfurá-la.

Um momento depois, Felise deu um chute esmagador em seu abdômen, fazendo Sid gemer de dor.

Ela cambaleou para trás.

“Elly… se você não parar… Eu vou ficar séria…”

A Criada zombou.

“Nós não somos mais crianças, Sid. Pare de fingir.”

Sid sorriu, seus dentes pintados de vermelho pelo sangue.

Era verdade… elas não eram mais crianças.

Felise havia se tornado incrivelmente poderosa. A garota doce que ela conhecia havia desaparecido. Em vez disso, uma guerreira orgulhosa e mortal agora estava diante dela — alguém que havia alcançado o auge do que os mortais aspiravam.

Uma Irmã de Sangue do Domínio Song.

Mas…

Sid cerrou os dentes e se endireitou, agarrando o cabo de sua espada com ambas as mãos.

Lá na Costa Esquecida, a vida não era fácil para as Aias. A maioria das pessoas do assentamento externo imaginava o Castelo Brilhante como algum tipo de paraíso, mas Sid sabia melhor — na realidade, as pessoas que viviam lá tinham que enfrentar seus próprios pesadelos.

Felise não teria sobrevivido lá se fosse fraca.

Mas ainda assim…

Ela não tinha sido uma caçadora do assentamento externo.

Avançando, Sid ativou sua Habilidade Ascendente e passou rapidamente pelo osso ensanguentado.

E daí se Felise fosse mais forte? E daí se ela fosse mais rápida? E daí se ela fosse mais poderosa em todos os aspectos?

Sid havia ganhado a vida matando criaturas muito mais poderosas do que ela.

Desviando o veloz kris, ela colidiu violentamente com a Criada e a agarrou, soltando a espada.

Se alguém não tinha espaço para se mover, a velocidade não importava muito.

Ela empurrou Felise para trás, colocando um pé atrás do dela e a fazendo tropeçar.

Se alguém não tinha uma base firme, era difícil exercer força. Toda ação tem uma reação igual e oposta, afinal, e sem chão para empurrar, até mesmo a mais poderosa das criaturas estaria limitada no que poderia fazer.

Para cada poder, havia uma fraqueza.

Havia uma falha.

Enquanto ambas caíam, Felise arranhou o rosto de Sid, deixando cortes profundos nele. Sid inclinou a cabeça e mordeu a mão da Criada, sentindo ossos quebradiços se partirem sob seus dentes.

Caçadores eram pessoas que matavam Bestas. No entanto…

Antes disso, os caçadores eram próprios Bestas.

Eles só eram mais astutos, ferozes e letais do que sua presa.

Felise soltou um grito abafado, sem conseguir cravar seu kris no lado de Sid.

Um momento depois, elas atingiram o chão, e Sid esmagou sua testa na ponte do nariz da Criada com toda a força.

Felise foi cegada pela dor, e um segundo depois, a parte de trás de sua cabeça bateu na superfície dura do antigo osso com terrível força.

Seu belo cabelo negro se tornou encharcado de sangue.

Segurando o kris da mão momentaneamente fraca dela, Sid agarrou seu cabo, preparada para cravar sua ponta na carne inimiga.

No entanto, então… ela hesitou.

Mesmo sabendo que Felise poderia dissipar a adaga encantada a qualquer momento, ela ainda não conseguia se obrigar a dar um golpe fatal.

‘Que estúpido…’

Sua mão não se movia.

Então, em vez disso, ela cravou o kris no lado da Criada, causando uma ferida debilitante… mas não mortal.

Felise soltou um gritinho de dor e lutou desesperadamente, tentando afastar Sid.

Ela dissipou o kris… mas nesse momento, a própria adaga de Sid já havia se manifestado em sua mão livre.

Não era fácil manter a terrivelmente poderosa Criada pressionada. Sangue escorria pelo rosto rasgado de Sid, e as mãos de sua ex-amiga estavam explorando-o, procurando seus olhos para arrancá-los.

Seu esforço desesperado era tanto violento quanto estranhamente íntimo, como se elas tivessem sido transportadas de volta para a Costa Esquecida.

Sentadas lado a lado em uma cabana fria e improvisada, compartilhando seu calor, e contando histórias uma para a outra.

Pressionando a ponta de sua adaga contra o abdômen inimigo, Sid rosnou roucamente:

“Fique quieta!”

Mas Felise apenas lutou mais desesperadamente, relutante em admitir a derrota. Havia faíscas de luz girando ao redor dela, prestes a se manifestar em outra Memória.

Os olhos de Sid estavam queimando.

Era suor que havia entrado neles, ou sangue.

Ou lágrimas.

Ela permitiu que sua adaga descesse alguns centímetros, fazendo o sangue correr, e disse em um tom sufocado, quase suplicante:

“Fique quieta, Elly… apenas fique quieta. Ou eu vou te matar…”

‘Por favor, deuses…’

Mas Felise ainda lutava.

As faíscas de luz dançavam, lentamente se manifestando em uma arma.

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