Ler Romance
  • Todos os romances
  • Em curso
  • Concluídas
Avançado
Entrar Cadastrar-se
  • Todos os romances
  • Em curso
  • Concluídas
  • Romântico
  • Fantaisie
  • Urbano
  • MAIS
    • MISTÉRIO
    • Geral
    • Ação
    • Comédia
    • Magia
    • Histórico
Entrar Cadastrar-se
Anterior
Próximo

Escravo das Sombras - Capítulo 1990

  1. Home
  2. Escravo das Sombras
  3. Capítulo 1990 - Capítulo 1990: Iron Maiden
Anterior
Próximo

Capítulo 1990: Iron Maiden

Morgan sabia o quão ardiloso e monstruoso seu irmão era.

Na Antártica, ele tinha sido mais fraco que ela. Ele tinha sido mais lento que ela. Mesmo sua técnica, embora estelar, tinha sido inferior à dela.

Ele não tinha comandado um exército ou possuído uma força de poderosos Ecos, tampouco.

E ainda assim, ele havia transformado sua vitória quase certa em uma derrota.

Mesmo que parecesse que as forças do Valor teriam prevalecido antes do descenso dos Portões do Pesadelo, no fim, a própria Morgan não teria vivido o suficiente para ver seu triunfo — ela teria morrido, assassinada por aquele demônio.

Então, ela sabia o quão temível seu irmão era.

Porém…

Ela também percebeu como ele tinha mudado depois de chegar às margens do Domínio da Espada.

Até mesmo sua máscara de cordialidade agradável tinha desaparecido, substituída pelo vazio desumano que Mordret costumava manter escondido no passado.

Ele deve ter sonhado com sua vingança por muito, muito tempo… por muitos anos, trancado em um quarto escuro no Templo da Noite, esperando e sonhando com trazer morte e ruína àqueles que o trancaram ali. Sua família.

Então, agora que seu objetivo estava ao alcance, o Príncipe do Nada havia perdido um pouco de sua compostura impecavelmente mantida.

Ele estava sendo impaciente.

E, sendo também monstruosamente forte, Morgan sabia como usar sua impaciência e transformá-la em arrogância.

Desde aquela primeira batalha no Portão do Rio, ela vinha cuidadosamente escondendo sua verdadeira força.

Ela não a tinha revelado mesmo quando sua vida estava em perigo… e quando as vidas de seus Santos estavam em perigo, tampouco.

Isso porque, mesmo enquanto liberava sua sede de vingança, seu irmão ainda era extremamente cauteloso.

Então, Morgan teve que esperar.

Ela esperou por muitas semanas, reforçando metodicamente a ideia de sua falta de força em sua mente.

Mordret era um monstro, mas ainda havia pedaços remanescentes de humanidade nas profundezas de sua alma abominável.

Ele já desprezava Valor, e, portanto, tinha desdém por sua irmã mais nova. Bem no fundo, ele queria provar que era melhor que ela. Mais forte que ela. Mais inteligente que ela… que seu pai estava errado ao rejeitá-lo e escolher elevar Morgan em vez disso.

Era por essa razão, e pelo fato de já ter derrotado ela uma vez, que Mordret tinha de ser propenso a subestimar Morgan. Ele já queria acreditar que ela estava abaixo dele em todos os aspectos, afinal — então, mostrar-lhe fraqueza repetidamente só reforçaria esse viés subconsciente.

Porém, Morgan não era fraca.

Ela estava apenas esperando.

E agora, finalmente, o dia que ela vinha esperando havia chegado.

…Concedido, a situação ainda era terrível. Ela tinha esperado dizimar as forças de Mordret em um único golpe, mas ele havia provado ser monstruosamente, irracionalmente poderoso.

Tinha um gosto amargo admitir… que ele era de fato muito mais forte que ela.

Como resultado, Morgan só podia esperar equilibrar as condições e garantir que o cerco durasse por mais um tempo com sua armadilha cuidadosamente preparada.

Mas não havia como escapar disso. Seus Santos já estavam exaustos e desgastados, perdendo mais de sua força a cada dia. Se ela continuasse ganhando tempo, seriam suas forças que sofreriam baixas fatais, não as dele.

‘…Uma pena.’

Morgan desviou um golpe de raspão da espada do inimigo, de alguma forma conseguiu afastar outro com o pomo de sua própria espada, e então arfou quando o tridente da torre reptil roçou em seu lado.

Sua armadura cedeu um pouco, e ela foi arremessada para trás, chocando-se contra o parapeito das ameias. Uma rede de fraturas se espalhou pela pedra antiga, e uma chuva de destroços caiu… ela gemeu e se endireitou lentamente, saboreando sangue na língua.

Sentindo-se derrotada e cansada, Morgan olhou para o leste, vislumbrou Athena, e sentiu nova força inundar suas veias.

Seu capacete rachado colapsou em uma chuva de faíscas.

Sentindo o ar fresco em seu rosto aquecido, Morgan sorriu torto, olhou além da cabeça horrenda do reptil humanóide — um dos vasos mais fortes da possessão de Mordret depois de Typhaon e Knossos — e perfurou seu irmão com um olhar sombrio.

O demônio ainda se recusava a entrar na briga…

Ou melhor, recusava-se a arriscar seu corpo original. Na verdade, todos esses vasos eram ele, e ele já estava envolvido na batalha.

Por que ele estava tão cauteloso? Ela esperava destruir aquele corpo original hoje…

Mas o crocodilo gigantesco teria que servir.

“Ei, irmão…”

De pé a uma certa distância, Mordret olhou para ela sem nenhuma emoção particular.

Seus lábios se retorceram em um sorriso falso.

“Está pronta para se render, irmã? Ou, espere. Vai fugir novamente? Quem sabe pedir ajuda ao nosso pai? Tenho certeza de que ele pode ceder alguns Ecos…”

Morgan soltou uma risada oca e observou enquanto o réptil gigante levantava seu tridente para desferir outro golpe. Os outros dois vasos Transcendentes não estavam ociosos enquanto Mordret falava, já tendo flanqueado-a.

Ela permaneceu por um momento e sorriu.

“…Por que você o chama de nosso pai, afinal? Seu bastardo.”

A expressão de Mordret finalmente mudou, trazendo-lhe grande satisfação.

No momento seguinte, o sorriso de Morgan desapareceu, substituído por uma expressão fria e implacável.

E seu corpo tornou-se aço líquido.

A torrente disso engoliu a armadura negra e avançou como um dilúvio. No passado, Morgan só usava essa Habilidade Transcendente para transformar partes de seu corpo em lâminas ou crescer em tamanho, tornando-se um gigante de aço de cerca de dez metros de altura. Algumas vezes, ela até imitava as formas de outras criaturas… mas isso não era tudo que ela podia fazer.

Ela havia retido a extensão verdadeira de seu poder até agora.

Transformar-se em uma espada?

Quem queria isso…

Uma espada podia cortar carne, e na mão certa, até cortar almas.

Mas não podia cortar o mundo.

Não podia empunhar a si mesma e impor sua própria vontade à existência.

Morgan estava prestes a fazer exatamente isso.

Uma torrente de metal líquido avançou, expandindo-se em tamanho até parecer um rio. Ela engoliu instantaneamente os dois vasos Transcendentes que estavam correndo para atacá-la desde os lados, cortando seus corpos e extinguindo as falsas faíscas de vida que queimavam em seus peitos mortos.

Então, mergulhou fora da muralha e envolveu o réptil colossal como uma cobra feita de mercúrio.

O crocodilo humanóide era verdadeiramente gigantesco, tão alto quanto a muralha da fortaleza. Mas, finalmente liberada, Morgan foi capaz de envolvê-lo quase completamente.

E não havia como escapar de seu abraço de ferro… ela havia absorvido bastante aço místico nos últimos quatro anos, afinal. As espadas que seu pai havia forjado, assim como os fragmentos das destruidas Espadas Sentinelas, tinham reforçado sua Forma Transcendente especialmente bem.

Prisioneiro, o enorme réptil cambaleou para trás.

Mas era tarde demais.

Porque o rio de metal líquido que Morgan havia se tornado retinha a maldição de seu Defeito. Amplificada pelo poder de seu Aspecto, sua forma fluida estava cortando a carne do poderoso vaso, dilacerando-o e deixando torrentes de sangue escorrerem sobre os escombros.

Era muito lento, porém.

A concha de metal líquido girando ao redor do corpo do Santo possuído ondulou, e inúmeras longas e terrivelmente afiadas pontas dispararam de sua superfície interna em direção à carne dele, crivando-o de buracos e destruindo todos os seus órgãos.

Assim, três vasos Transcendentes do Príncipe do Nada foram destruídos.

Mesmo sabendo que sua retaliação seguiria poucos momentos depois, Morgan não conseguiu evitar rir.

É claro que ela só ria dentro de sua mente, já que sua forma atual não tinha boca nem pulmões para produzir som.

‘Três a menos…’

Será que isso seria um gesto grande o suficiente para convidar Mordret para dentro de sua alma?

Se sim… um deles iria morrer nos próximos minutos.

Ou ambos.

Se não, o cerco ao Bastião continuaria por muito tempo — a perda desses vasos diminuiria o ímpeto de Mordret, afinal.

Dois dos três possíveis resultados terminavam em sua vitória.

Essas… não eram probabilidades ruins…

Ao leste da fortaleza desmoronando, um lindo colosso de aço combatia um monstro horrendo na água rasa.

A oeste dela, um dragão gracioso lutava ferozmente contra um horror titânico das profundezas, suas canções assombradas viajando pelo lago agitado.

Dentro da fortaleza, as paredes antigas estavam desmoronando, e um homem com olhos como espelhos observava curiosamente enquanto um rio de metal vivo era lentamente pintado de vermelho.

A lua fragmentada brilhava friamente no céu partido.

Anterior
Próximo
  • Início
  • 📖 Sobre Nós
  • Contacto
  • Privacidade e Termos de Uso

2025 LER ROMANCE. Todos os direitos reservados

Entrar

Esqueceu sua senha?

← Voltar paraLer Romance

Cadastrar-se

Cadastre-se neste site.

Entrar | Esqueceu sua senha?

← Voltar paraLer Romance

Esqueceu sua senha?

Por favor, insira seu nome de usuário ou endereço de e-mail. Você receberá um link para criar uma nova senha por e-mail.

← Voltar paraLer Romance

Report Chapter