Escravo das Sombras - Capítulo 1953

Capítulo 1953: Um Pequeno Passo para Shadow

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Sunny definitivamente sabia qual seria a decisão inteligente.

A decisão inteligente seria se concentrar em tecer por agora, considerar lentamente os perigos potenciais de se aventurar no Reino das Sombras, e fazer preparações minuciosas antes de entrar na Lanterna.

Por exemplo, ele tinha que decidir qual de suas encarnações exploraria o Reino das Sombras. Ele enviaria o Senhor das Sombras e suas três companheiras sombras, para ter o máximo de poder realisticamente possível na situação atual à sua disposição lá? Ou enviaria uma única encarnação como escoteiro, para reduzir ao mínimo os danos caso ela fosse destruída por uma ameaça esmagadora?

Também seria melhor considerar muitas coisas, fazer uma pesquisa extensiva, consolidar seus avanços recentes e preparar-se antes de passar pelos Portões das Sombras.

Dito isso…

‘Ah, ao inferno com isso.’

A atração de um Reino Divino inexplorado — o Reino das Sombras — era simplesmente irresistível. Embora Sunny soubesse que seria mais sábio ser paciente, ele não conseguia imaginar mergulhar no processo lento e meticuloso de criar Memórias sem saciar sua curiosidade e fascinação primeiro.

Como ele deveria se concentrar em tecer padrões intrincados de cordas etéreas quando havia um portal para um Reino Divino literal descansando basicamente em seu bolso? E não apenas para qualquer Reino Divino, mas um que pertencia ao próprio deus de quem os poderes de Sunny haviam se originado.

Seria muito difícil.

Concedido, ele não tinha ambições de embarcar em uma verdadeira expedição ainda. Na verdade, o que Sunny queria fazer era dar uma primeira olhada no Reino das Sombras e explorá-lo brevemente, simplesmente para saber o que o aguardava lá e do que ele teria que se proteger.

Com esse conhecimento, ele seria capaz de se preparar melhor para a expedição real. Ele talvez até desejasse criar algumas Memórias específicas para ajudá-lo a enfrentar os perigos do Reino das Sombras, então isso tinha que ser feito antes de ele mergulhar na tecelagem.

Isso tinha que ser feito agora.

Sunny se virou, caminhou até o centro do porão, e esticou a mão. A Lanterna das Sombras pendia livremente de seus dedos. Seguindo um comando mental, o pequeno portão de morion abriu-se, revelando uma entrada escura.

Ele permaneceu imóvel por alguns momentos, absorvido em um silêncio solene.

Então, ele olhou para baixo, para sua sombra.

“…Bem, o que está esperando? Anda logo! Entre.”

A sombra sombria o encarou em choque, então apontou para si mesma com um dedo, como se perguntasse…

“Quem? Eu?”

Sunny ergueu uma sobrancelha.

“Ora, é claro. Quero dizer, quem mais? O que, achou que eu baniria meu corpo original para o Reino das Sombras?”

Ele zombou.

“Claro que não. Aquilo é a Terra da Morte, sabia!”

A sombra sombria ficou atônita por alguns momentos, então baixou as mãos… e lentamente cerrou os punhos, encarando Sunny com um olhar assassino.

Sunny ignorou suas birras e ativou Encarnação das Sombras, assumindo controle direto de sua sombra.

‘Aqui vamos nós.’

Ele subiu deslizando pela sua perna, pelo seu braço, e em direção ao portão aberto da Lanterna das Sombras.

‘Reino das Sombras…’

Naquele breve momento antes de entrar na escuridão, Sunny considerou o que sabia sobre isso.

Na verdade, não era muito, e a maior parte do que ele sabia vinha da descrição do Fragmento.

[Quando Sombra fez a morte, ele tornou-se morte. Tudo o que a Sombra engoliu morreu, e tudo o que morreu foi engolido pela Sombra. A morte era uma lei absoluta, e assim, aquilo que estava em constante mudança não mudava mais. O Tempo era uma lei absoluta, e assim, aquilo que era eterno não era eterno mais. O Espaço era uma lei absoluta, e assim, aquilo que era infinito não era infinito mais. Manipulando tempo, espaço e morte, os deuses derrotaram e prenderam seus inimigos.

No entanto, havia aqueles que desafiam até mesmo as leis absolutas. Uma dessas entidades libertou-se do Reino das Sombras após ser engolida por ele e, ao fazer isso, fragmentou vários pequenos pedaços dele. Este é um dos fragmentos.]

Isso era estranho, realmente. A Magia do Pesadelo parecia não fazer distinção entre o Deus das Sombras, seu Domínio, seu Reino e a própria morte. Quase soava como se o Reino das Sombras estivesse localizado… dentro do Deus das Sombras.

Morrer e ser engolido pelo Deus da Morte era usado alternadamente. Tudo o que ele engolia morria, e tudo o que morria era engolido por ele, terminando assim no Domínio das Sombras… no Reino das Sombras.

Então…

‘O Reino das Sombras é… o mar de almas do Deus das Sombras?’

A ideia não parecia tão absurda, mas também não era totalmente plausível — principalmente porque Sunny não sabia muito sobre os deuses, que eram insondáveis.

Os deuses sequer possuíam almas próprias?

Possuíam corpos físicos? Se sim, como eram?

Todos sabiam que os deuses estavam mortos, mas onde estavam seus cadáveres?

Godgrave era chamada assim porque as pessoas assumiam que o esqueleto titânico pertencia a um deus, mas Sunny não compartilhava dessa crença…

Um momento antes de sua encarnação entrar na Lanterna, Sunny de repente teve um calafrio.

Se ele assumisse que o Reino das Sombras era de fato o mar de almas do Deus das Sombras, ou pelo menos um equivalente divino…

Então, isso não soava assustadoramente similar a sua própria alma sem luz?

Afinal, as sombras de tudo que Sunny matava terminavam em seu mar de almas. Em certo sentido, aqueles que ele matava eram engolidos por ele, também.

Ele se lembrava da descrição do Reino das Sombras, também.

‘Tudo o que você valoriza, tudo o que você nutre, tudo o que começa com você um dia será meu, será acolhido por mim, engolido por mim, e encontrará paz em mim. Esta é a misericórdia da Sombra…’

As sombras silenciosas contidas dentro da escuridão tranquila da alma de Sunny eram, de fato… bastante pacíficas.

Seus olhos se arregalaram um pouco, e uma semente de pensamento surgiu em sua mente.

Mas antes que pudesse florescer e brotar, sua encarnação passou pelos Portões das Sombras…

E encontrou-se em outro lugar.

Sunny arquejou.

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