Escapei do Meu Ex, Fui Sequestrada pelo Seu Rival - Capítulo 188

188: A repressão constante leva à explosão 188: A repressão constante leva à explosão “Gostaria de saber o que há de errado comigo, Doutor Stoll,” afirmou Ariana com firmeza.

“Eu não sou contra lhe dizer a verdade. Esta é a sua condição, é claro, você tem o direito de saber a verdade mas,” Doutor Stoll entrelaçou os dedos e apoiou os cotovelos de seus braços na superfície polida de sua mesa. “Eu tenho um pequeno pedido.”

Ariana perguntou ao Doutor, “Pedido? Que tipo de pedido?”

“Tratamento. Em troca, quero que você continue com seu tratamento, o que é absolutamente necessário,” respondeu o Doutor Stoll. “Você sabe como as áreas da saúde mental e psicológica são ignoradas pelas pessoas. Enquanto for algo relacionado à mente de alguém, elas tentarão rejeitar a realidade a todo custo.”

Ele estendeu a mão esquerda para o lado e declarou, “Nessas condições, acontecem duas coisas — Ou o paciente recusa e rejeita o tratamento, pois se recusa a admitir que há algo de errado com sua mente.”

Então ele levantou a outra mão para o lado e continuou, “Ou o paciente tentará suprimir sua condição até que uma explosão aconteça. Uma ocorrência comum de aceitar a verdade, mas fingir estar bem.”

Doutor Stoll olhou pesadamente para Ariana e disse-lhe, “Você é estagiária, Senhorita Harlow. Você deveria entender quão importante é a paz e a saúde mental para os médicos. Sua condição não é grave e pode ser tratada, e é por isso que espero sua total cooperação.”

“No entanto, isso só é possível se você estiver disposta a fazer o tratamento. Você, como estagiária, deve saber melhor do que ninguém que os médicos não são deuses, se você não contar a verdade para eles e esconder sua condição, não há muito que possamos fazer.”

“Eu… entendo,” Ari apertou seus dedos em seu colo. Embora estivesse um pouco surpresa ao descobrir que havia algo de errado com seu estado mental, mais ou menos já esperava isso. “Não se preocupe Doutor Stoll, o motivo pelo qual vim à ala psiquiátrica foi para descobrir se há algo de errado comigo. Já que escolhi dar esse passo, irei até o fim.”

“Hah, esse é o espírito,” Doutor Stoll assentiu enquanto deixava cair as mãos sobre a mesa. Ele pegou os óculos de leitura e os colocou sobre o nariz.

Ele leu algumas linhas que foram escritas no bloco de notas por sua assistente e balançou a cabeça. Após uma breve pausa, ele começou, “Senhorita Harlow, você me disse e à minha assistente que começou a pintar para lidar com sua raiva e fúria, isso é correto?”

“Isso é correto,” respondeu Ariana. Ela sentia que havia algo de errado com ela, já que sentia que sua raiva era demasiadamente alta e enraivecida do que a dos demais.

“Você já considerou o fato de que pode não haver problema com suas emoções, mas com sua aceitação?” Doutor Stoll questionou, fazendo com que Ari virasse a cabeça rapidamente e o olhasse com confusão em seus olhos.

O homem sorriu para ela gentilmente. Ele colocou os documentos que tinha em mãos sobre a mesa e descansou as mãos ao lado dos documentos.

“Senhorita Harlow, você não é a primeira pessoa que enfrenta algo assim, então, por favor, relaxe e me escute com atenção, certo? Não há necessidade de se preocupar instintivamente,” Doutor Stoll deve ter notado que havia algo de errado com suas emoções, pois imediatamente encorajou Ariana.

Então ele explicou para ela, “Acredito que, em vez de ter ataques extremamente agressivos, o que você está tendo devem ser episódios. Provavelmente, suas emoções nunca foram aceitas quando criança. Há uma grande probabilidade de que seus pais tenham pedido a você ou até mesmo dito coisas como que você estava reagindo exageradamente a algumas coisas completamente normais.”

“Alguém deve ter feito você se sentir como se suas reações fossem próximas do extremo, mas eu asseguro que essas reações devem ter sido calmas e aceitáveis,” Doutor Stoll prosseguiu enquanto empurrava seus óculos para o alto do nariz, pois eles haviam deslizado um pouco. “O que levou você a suprimir inconscientemente suas emoções em toda situação em que deveria ter perdido sua paciência ou tornado suas emoções conhecidas para os outros.”

Ele ergueu a cabeça e acrescentou com um sorriso simpático, “Em resumo, você suprimiu suas emoções demais. Você se sente culpada por se expressar ou quando deixa seu temperamento se sobrepor, o que leva a descontar isso de maneira passiva, onde ninguém sairia machucado.”

Ari não sabia quando seus dedos se soltaram inconscientemente, ela olhou para o homem à sua frente, e por um bom tempo, sentiu como se estivesse ouvindo outra língua.

Suas reações eram normais? Ela estava suprimindo suas emoções?

Ari pensou nas inúmeras vezes em que sua mãe havia dito o oposto do Doutor Stoll.

‘Você … ficou louca? E daí se eu dei ovos para sua irmã e você só recebeu pão com manteiga? Ariana, você está sendo muito barulhenta e rude. Você sabe quantas pessoas dormem sem comer nada? Você deveria se considerar sortuda por estar recebendo alguma coisa.’
Senhora Nelson era a mesma. Assim como aquela mulher tinha afastado suas emoções e frequentemente dizia,
‘O que você quer dizer com isso? Você acha que meu filho está tendo vida fácil? E daí se ele está atrasado? Quem gostaria de voltar para uma casa e para uma esposa que só sabe fazer cara feia o tempo todo.’
Ari sempre achou que tinha feito um bom trabalho ao suprimir sua raiva e frustração, mas nunca era o suficiente de acordo com os outros.

Para eles, ela era como uma pirraça que não sabia o que era certo ou errado.

Mas agora as crenças que Ariana tinha começaram a ruir. Ela sempre acreditou que havia algo de errado com ela, mas e se não houvesse nada de errado?

Em algum lugar dentro de sua cabeça, Ariana sentiu algo quebrar e se estilhaçar em pedaços, e ela não tinha ideia se deveria juntá-los e remendar ou deixá-los como estavam.

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