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Capítulo 445: Lisa: O que aconteceu?

LISA

Todo mundo está agindo de forma estranha, mas não posso culpá-los—minha mente está girando, tentando entender como saí lá fora sem nenhuma lembrança disso. É claro que perdi um bom pedaço de tempo, porque a última coisa que lembro é que Lucas ainda não tinha voltado.

“Tome um banho,” Ava sugere, a preocupação marcada nas linhas de sua testa. Seus olhos azul-claros parecem mais escuros do que o normal, e está claro que ela não está me contando algo.

Meus dedos se embaraçam nos meus cabelos emaranhados. Os fios estão rígidos de frio, e meu couro cabeludo protesta com o tratamento bruto. Meus dedos dos pés parecem blocos de gelo nos sapatos, então um banho quente soa perfeito agora.

Mas Kellan não me olha. Sua mandíbula está travada, os ombros rígidos, e seus olhos fixos em algum ponto acima da minha cabeça. Meu estômago se revira. O que eu fiz? O que aconteceu nesse vazio de tempo que não consigo lembrar?

Lucas e Ava pairam por perto, e o constrangimento se intensifica a cada segundo que passa. O rosto de Ava faz aquela expressão que surge quando ela está tendo uma conversa com outra pessoa—provavelmente Selene ou seu amigo mágico do livro. Ninguém vai embora, apesar da sugestão do banho, e me pergunto onde Selene foi. Ela estava conosco até chegarmos em casa.

Os olhos de Ava se movem entre mim e Lucas, e um entendimento surge em seu rosto. “Lucas, volte. Vamos esperar por Vanessa.”

Há mais alguém vindo? “Hum, por que a Vanessa…?”

“Precisamos verificar se há sinais de congelamento.” A voz de Kellan é áspera, soando quase… irritada, talvez. Ele ainda não me olha.

Uma risada nervosa escapa. “Eu não estou com congelamento. Meus dedos dos pés estão apenas frios.”

Silêncio. Um silêncio pesado e opressivo. A mandíbula de Kellan se move, mas nenhuma palavra sai.

Tudo bem. Tanto faz. Viro em direção ao banheiro, meus movimentos rígidos e desajeitados. Perguntas giram na minha cabeça—o que aconteceu lá fora? Por que ninguém me conta diretamente? Por que eles estão agindo como se eu pudesse quebrar?

A porta do banheiro se fecha com um clique atrás de mim, e eu me encosto nela com um suspiro, só para pular quando Ava bate na porta e enfia a cabeça para dentro. “Aqui estão algumas roupas. Não se preocupe, Lucas foi embora.”

Minhas mãos agarram as roupas que ela me entrega, mas antes que Ava possa sair, seguro suas mãos. O tecido fica amassado entre nossas palmas. “Espere. Por favor. O que está acontecendo comigo?”

As linhas afiadas de preocupação em seu rosto derretem em algo mais suave, mais triste. Sem dizer uma palavra, ela entra e fecha a porta atrás dela. Seus braços me envolvem, apertando tanto que mal consigo respirar.

“Ave?”

“Não se preocupe. Estou trabalhando para descobrir. Tenho conversado com o Grimório, e—”

Meu coração falha uma batida. Grimório? Se ele está envolvido, não tenho certeza se quero saber o que está errado comigo. Será que há um estranho parasita mágico na minha cabeça? Perdi metade da minha vida porque estive usando magitec?

“Por que o Grimório está preocupado?” As palavras arranham ao passar pela minha garganta.

“Ei.” Ava recua, suas mãos firmes nos meus ombros. “Eu disse para não se preocupar. Estamos resolvendo isso.”

Mas seus olhos contam uma história diferente. Há medo ali, escondido sob determinação.

Meu estômago dá um nó. “O que você não está me contando?”

“Tente relaxar por enquanto, ok? Vanessa está vindo para te examinar—”

“Me examinar para quê?” As palavras saem mais afiadas do que o pretendido. “Ava, por favor. Eu perdi tempo. De alguma forma acabei lá fora. Kellan nem consegue olhar para mim. O que aconteceu?”

Ela hesita, e essa hesitação fala muito. “O Grimório acha que tem a ver com o vampiro que te sequestrou.”

Por um minúsculo microsegundo, sinto algum alívio por não haver nenhuma ameba que devora cérebros ou tendências de magitec que sugam a vida com que me preocupar. Mas meus joelhos fraquejam, e Ava solta um guincho ao me impedir de cair de bunda. “Lise, você está bem?”

Não. Não estou bem. Nem um pouco. Mas aceno mecanicamente. “Sim, estou bem.”

Ela enfia o rosto no meu, seus olhos azuis afiados enquanto me encara. Então, suspira. “Me desculpe. Eu estava tentando evitar te contar para que o banho fosse mais relaxante, mas acho que isso saiu pela culatra.”

“Mm. Não, eu entendo.” Esfregando o rosto, recuo, minhas pernas mais uma vez firmes sob mim. “Tudo bem. Eu vou ficar bem. Só vou tomar banho e… vamos descobrir isso, acho.”

Descobrir o quê? Não sei. Minha coxa lateja de repente.

O som suave de tecido caindo no azulejo me faz olhar para baixo. Quando eu soltei as roupas? Meus dedos estão dormentes e vazios, e não consigo lembrar de tê-las soltado.

Ava as recolhe, colocando-as na bancada com movimentos cuidadosos. Suas mãos tremem, só um pouco. Ela está tentando disfarçar, mas eu percebo.

“Eu falhei com você antes.” Sua voz falha na última palavra. Ela me envolve de novo, e desta vez o abraço é diferente. Desesperado. Como se ela estivesse tentando me proteger de algo que nenhuma de nós consegue ver. “Não vou deixar que isso aconteça novamente. Eu juro, Lisa. Não importa o que custe, vou te manter segura desta vez.”

Seu sussurro feroz me atinge bem no peito. Meus olhos ardem, e eu pisco rápido para impedir que as lágrimas caiam. Um nó se forma em minha garganta, tornando impossível falar. Tudo o que posso fazer é acenar com a cabeça contra o ombro dela.

Minha coxa volta a latejar, uma dor fantasma que me faz querer arrancar minha pele. O rosto do Príncipe Louco passa pela minha mente—aquele sorriso cruel, aqueles olhos frios. A memória de seu toque faz o bile subir na minha garganta.

Mas Ava está aqui. Ela é real, e quente, e segura. Ela cheira a segurança e lar. Nada como aquele lugar horrível que bloqueei nas minhas memórias.

“Estou bem,” digo, mantendo minha voz o mais leve possível. “Estou com você. O Kellan está aqui. Tenho guardas o tempo todo. Tudo vai ficar bem, Ava.”

Seu rosto sobe de repente, sua preocupação se transformando em uma carranca. “Eu devo estar te confortando, Lise. Não o contrário.”

Uma risada escapa, me surpreendendo com o quão genuína parece. O nó de preocupação no meu peito afrouxa, só um pouco. “Saia daqui antes que acabemos tomando banho juntas. Acho que Kellan não apreciaria isso. Nem Lucas.”

A risada de Ava ilumina o ambiente. Sua cabeça se inclina para o lado, me lembrando de Selene quando ouve algo interessante. “Vanessa chegou.”

“Oh? Eu não ouvi—” As palavras morrem na minha garganta. Ava tem percebido sons impossíveis de ouvir, cheirado coisas que eu não consigo. Ela está se tornando mais lobo a cada dia. Menos humana.

O pensamento se acomoda desconfortavelmente no meu estômago. Eu o afasto, forçando um sorriso. “Vai falar com a Vanessa. Preciso descongelar esses pés antes que eles caiam.”

“Tem certeza que está bem?”

“Sim, mãe.” Faço um movimento para expulsá-la da porta. “Planejo usar toda a água quente de Wolf’s Landing. Avise ao Kellan que ele pode querer tomar banho em outro lugar hoje à noite.”

“Lisa—”

“Sério, Ave. Estou bem. Vai lá fazer sua coisa de Luna enquanto eu viro uma ameixa.”

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