Enredado ao Luar: Inalterado - Capítulo 34

34: Ava: Superar (I) 34: Ava: Superar (I) [AVISO: Conteúdo adulto.]
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Ter Selene de volta torna tudo mais fácil. É como se a névoa mental se dissipasse do meu cérebro. Até a perda do colar não parece tão grave, embora a questão do meu cio me preocupe.

Tenho muitas perguntas sobre isso, mas a loba enigmática transformada em husky não gosta de responder perguntas, então já me conformei em esperar.

Quando o Alfa Clayton finalmente aparece, estou de bom humor, beliscando uma gelatina e assistindo a um dos poucos canais que tenho acesso, vendo um documentário sobre crimes reais.

Ele entra descrevendo a morte horrível de uma mulher nas mãos de um agressor desconhecido.

Eu olho para a TV. Sua presença imediatamente comanda minha atenção, exalando poder e autoridade em ondas.

“Boa tarde, Ava.”

“Oi, Alfa Clayton”, digo, sorrindo de volta apesar das borboletas no meu estômago. Estou muito consciente do aviso de Selene para mantê-lo longe da minha cicatriz. Não é como se eu quisesse alguém perto dela de qualquer forma, mas sua cautela me faz ficar extra alerta.

Ele entra no quarto, sua presença preenchendo o pequeno espaço. “Por favor, apenas Clayton está ótimo.” Sua voz é calorosa, como mel e pão recém-assado, todas as coisas que estimulam meu apetite – provavelmente um efeito colateral por só poder comer copinhos de gelatina. “Como você está se sentindo? Peço desculpas por não poder vir te ver antes.”

Eu desconsidero suas desculpas, colocando o copo de gelatina de lado. “Estou melhorando, obrigada. A enfermeira disse que ainda falta um pouco para o auge do meu cio chegar.”

Clayton traz uma cadeira para o lado da minha cama, sentando-se com a elegância que a maioria dos transformistas lobo consegue sem pensar.

Eu não tenho esse nível de elegância, provavelmente porque não fui criada com meu lobo dentro de mim como o resto deles.

“Sobre isso”, diz Clayton, soando hesitante. “Os médicos têm certeza de que você é, de fato, uma verdadeira ômega.”

Eu assento lentamente, esperando que ele continue. Já havíamos estabelecido isso.

“Os cios de uma verdadeira ômega são…” Ele bate palmas, desfaz o gesto e finalmente apoia as mãos na beira da minha cama enquanto coloca os cotovelos nos joelhos. Seus dedos roçam suavemente o lado da minha mão, e me surpreendo ao sentir fogos de artifício explodirem ao contato. “Diferentes.”

“Diferentes como?” pergunto, distraída por quanto desejo agarrar suas mãos, entrelaçar nossos dedos.

“Eles são mais fortes. Os lobos sabem quando uma está por perto, mesmo que não possam senti-la diretamente. Então, os lobos não acasalados tendem a ficar um tanto obsessivos na busca.”

“Hmm.” Estou prestando atenção, ou tentando, mas também tentando não estuprar sua mão com um indesejado aperto de mãos.

“Mesmo eu terei dificuldade em me controlar, então faremos o nosso melhor para manter apenas funcionárias mulheres uma vez que for confirmado que você está entrando no seu auge. ”
Ele parece entender o que está acontecendo na minha cabeça, provavelmente porque estou olhando para sua mão sem piscar. Ele estende a mão e eu entrelaço meus dedos nos dele com um suspiro satisfeito.

Sua voz fica um pouco mais áspera, e eu pisquei para ele enquanto ele fala, me perguntando por que sua voz soa tão agradável.

“Uma verdadeira ômega procura um alfa quando está no cio, embora um beta forte também possa chamar sua atenção”, diz ele, e percebo que agora ele está sentado na beira da minha cama.

E estamos nos encarando, enquanto seu polegar acaricia o dorso da minha mão de uma maneira que está me deixando louca.

Eu inclino meu queixo um pouco e Clayton se inclina para cheirar minha mandíbula. “Você precisa de um alfa, Ava?” ele pergunta com aquela voz áspera que faz tudo dentro de mim formigar.

Eu assinto, ofegando um pouco enquanto ele arrasta nossas mãos entrelaçadas até minha coxa, pressionando suavemente no topo da minha pelve. Eu me mexo um pouco e ele morde minha orelha.

“Você cheira divinamente.”

Eu suspiro enquanto ele solta minha mão, puxando meu cobertor para baixo. Ele cheira o lado do meu pescoço, lambendo a cicatriz em forma de crescente que é… realmente… importante?

Importante.

Minha cicatriz é importante.

Por quê?

Porque é bom quando ele a beija. Sim.

E a lambe.

E a morde.

E morde.

E—
Merda.

Parte da função do meu cérebro retorna, e eu empurro o peito de Clayton fracamente. “Espera. Alfa—”
“Sim”, ele respira, antes de se prender no meu pescoço e chupar com força de uma forma que faz meu corpo inteiro saltar da cama. Eu seguro sua cabeça, querendo afastá-lo, mas em vez disso o empurro para mais perto.

Sinos de aviso estão tocando em algum lugar, mas eu não me importo. “Mais forte”, eu imploro a ele, e ele morde.

Eu gemo em deleite tonto, e sua mão é áspera quando puxa a parte de baixo do meu vestido de hospital, levantando-o enquanto sua mão mergulha entre as minhas pernas com precisão infalível. Eu consigo sentir seus dedos deslizando, separando-me, e—
“ALFA CLAYTON!” Alguém está gritando.

Clayton está rosnando enquanto enfia os dedos em mim, e eu estou tentando desesperadamente mantê-lo lá, empurrando contra sua mão. Eu estou implorando, ele está rosnando, e de repente ele se foi.

Eu irrompo em lágrimas quando a frustração me queima, apenas para sentir alguém me segurando gentilmente. Alguém está rosnando e grunhindo, e quero ir até eles, mas—
“Shh, Ava. Shh.”

Algo belisca minha coxa, mas eu não consigo afastá-lo porque há algo em cima delas, pesando-as para baixo.

Eu estou tonta.

“Eu sinto—estranho…”
“Eu sei, querida. Você só precisa aguentar um pouco mais. Te demos um remédio para ajudar, tá bom?”

“Eu preciso do alfa”, eu sussurro. “Eu preciso dele.”

“Eu sei, amor, mas acho que você não sabe o que está fazendo agora.”

Eu me lembro do nome dela agora, a que está me segurando e acariciando meu cabelo. A que fez meus braços parecerem pesar uma tonelada.

Jenna.

Eu pisquei confusa, percebendo que minha visão está embaçada. Eu arranco meus óculos do rosto, aliviada por ver que tudo finalmente está claro novamente.

Jogando meus óculos pelo quarto, tento me desvencilhar da Jenna. “Alfa Clayton. Eu preciso do Alfa Clayton.”

“Não, você não precisa. Seu corpo está se acalmando. Você está bem.”

Não está se acalmando.

Estou quente. Dói. Eu preciso dele, mas ele não está aqui. Ele me rejeitou. Depois pediu desculpas. E então desapareceu. Eu não sei onde ele está.

“Alfa Clayton não te rejeitou”, diz Jenna, sua voz calorosa como um bálsamo calmante para o comichão dentro de mim. “Ele só precisava voltar a si, mesmo que não quisesse. Ele está lá fora agora, e não voltará até o seu cio acabar. Tá bom?”

Eu balanço a cabeça. “Não Clayton. Lucas. Eu preciso de Lucas.”

“Oh. Bom, Lucas não está aqui agora, e estamos todos aqui para te ajudar a superar isso juntos, tá bom? Ei, Nance – você pode me dar outra dose? Ela já deveria estar apagada agora, mas está resistindo.”

“O pulso dela está uma loucura”, reclama outra voz. “Isso não está funcionando, e o Alfa está pirando lá fora. Estou com medo de abrir a porta. Ele pode entrar a qualquer momento.”

O Alfa está lá fora?

Lucas.

Meu alfa.

Eu empurro a Jenna de mim e corro até a porta, abrindo-a logo antes da Jenna me puxar de volta. “Alfa!”