Ler Romance
  • Todos os romances
  • Em curso
  • Concluídas
Avançado
Entrar Cadastrar-se
  • Todos os romances
  • Em curso
  • Concluídas
  • Romântico
  • Fantaisie
  • Urbano
  • MAIS
    • MISTÉRIO
    • Geral
    • Ação
    • Comédia
    • Magia
    • Histórico
Entrar Cadastrar-se
Anterior
Próximo

Enredado ao Luar: Inalterado - Capítulo 16

  1. Home
  2. Enredado ao Luar: Inalterado
  3. Capítulo 16 - 16 Ava Adaptando-se (II) 16 Ava Adaptando-se (II) Thunk
Anterior
Próximo

16: Ava: Adaptando-se (II) 16: Ava: Adaptando-se (II) Thunk.

É isso. É o último livro, jogado em cima de uma pilha de romances policiais. Quinze caixas agora estão vazias, e embora possa parecer que meu apartamento não é nada mais do que uma pilha desordenada de caixas vazias e pilhas de livros organizados, meu coração respira com o espaço que criei ao enfrentar o monstro que é tudo que a Sra. Elkins guardou neste apartamento por Deus sabe quanto tempo.

O sofá é macio e elástico quando eu me jogo nele, tirando um descanso mais do que merecido. As orelhas de Selene ficam em pé com minha súbita demonstração de entusiasmo, mas ela não se move, contente em descansar perto da porta de entrada, que por acaso é um dos poucos lugares na sala que não está coberto por alguma coisa.

“Conseguimos, Selene! Enfrentamos o monstro e desempacotamos tudo!”

Bem, tudo que estava na sala. A cozinha ainda tem algumas caixas, e nem vamos falar sobre o quarto. Mas a sala? A sala está pronta, e isso é o que importa.

Eu observo as pilhas de livros espalhadas pelo cômodo, separadas por gênero. Há uma pilha de clássicos, um monte de ficção contemporânea, algumas biografias e até uma pequena coleção de poesia. A maior pilha de longe, contudo, é a que tem um lugar especial no meu coração. Romance. Pequenas histórias de paixão com peitos masculinos nus me sussurrando, me tentando a abri-los e me perder em um mundo de homens mágicos, místicos e perfeitos.

Eu costumava lê-los sempre que tinha chance. A biblioteca de Pico Branco estava cheia deles, e eu estava desesperada por qualquer final feliz que pudesse conseguir.

Eles são bem menos atraentes hoje em dia.

Eu esfrego meu peito, frustrada com a dor que gosta de mostrar sua cara nos meus momentos de fraqueza, e tiro uma foto rápida das pilhas para enviar à Sra. Elkins.

[AVA: O que devo fazer com todos esses livros?]
Selene parece perceber que terminei de me mover por um tempo e se arrasta nas suas patas silenciosas, pulando do meu lado. Ela dá uma volta, duas, e se acomoda, com a cabeça descansando na minha coxa. Eu arranho atrás das suas orelhas macias enquanto espero pela resposta da Sra. Elkins.

Meu telefone vibra.

[SRA. ELKINS: Guarde-os, querida. Comece sua própria biblioteca. Eles já estavam acumulando poeira por uma década de qualquer forma.]
Eu olho para os livros com uma nova apreciação. Minha própria biblioteca? A ideia nunca tinha me ocorrido. Na Matilha Blackwood, livros eram um luxo. Livros eram dispensáveis, e Mãe e Pai não estavam interessados em alimentar meu vício por mundos de fantasia e vidas que pudessem me levar para longe da minha, pelo menos por um tempo.

Mas agora, cercada pelo cheiro de mofo das páginas antigas, a ideia não parece tão absurda.

O nariz frio de Selene fareja contra minha mão, e eu percebo que parei de acariciá-la. “O que você acha, Selene? Deveríamos guardar todos eles?”

Que pergunta boba. Como se alguma vez fosse uma opção se livrar deles. Quem joga fora livros?

Ela solta um suspiro satisfeito, que escolho interpretar como um sim.

Meus dedos demoram-se nas lombadas dos livros, suas texturas tão variadas quanto seus títulos. Alguns são lisos, outros sulcados, alguns até rachados pela idade. Cada um carrega uma história, um mundo à espera de ser explorado. E agora, eles são meus.

Meus para ler, meus para adorar, meus para exibir.

Mas onde?

Eu me levanto, ignorando o resmungo de Selene incomodada por ser perturbada, e examino a sala com um olhar crítico. As paredes estão nuas, exceto por algumas pinturas genéricas que vieram com o apartamento. Elas terão que sair, substituídas por prateleiras.

Prateleiras que vão abrigar minha nova biblioteca.

Eu caminho pelo espaço, medindo com meus passos. A parede oposta ao sofá poderia acomodar uma estante alta, perfeita para os livros de capa dura. Os paperbacks menores poderiam ficar em uma prateleira mais baixa, talvez debaixo da janela. E os romances? Eles merecem um lugar especial, talvez um canto aconchegante onde eu possa me enrolar e me perder em suas páginas novamente um dia.

Sim, isso poderia funcionar.

Mas a sala é só o começo. Meu quarto tem uma parede que está praticamente implorando por uma estante. Eu poderia acordar toda manhã e ver meus amados livros, prontos e esperando para serem lidos. E talvez, só talvez, eu consiga espremer uma pequena prateleira no banheiro. Para aqueles longos banhos na banheira, quando eu não quero nada mais do que fugir para uma boa história.

As possibilidades são intermináveis, limitadas apenas pelo espaço que tenho e pela resistência das prateleiras. Mas estou determinada. Esses livros esperaram tempo suficiente para serem lidos, para serem amados. Eles merecem um lar, e eu vou dar um a eles.

Selene me observa de seu lugar no sofá, seus olhos azuis curiosos. “O que você acha, menina? Deveríamos ir às compras por prateleiras amanhã?”

Ela inclina a cabeça, considerando, e então dá um latido baixo.

Interpreto isso como um sim enquanto minha mente dispara pelo buraco do coelho das compras, por estantes brancas e frescas e as lombadas coloridas dos livros que as animariam. Talvez eu até faça algo um pouco louco e organize todos os meus livros por cor. Seria impraticável, sim, mas divertido.

E esses pequenos sonhos dançam e giram pela minha mente até que param com um tranco e um frio na barriga enquanto a realidade se impõe. Prateleiras custam dinheiro. Dinheiro que eu não tenho em abundância, não com meus salários de barista. Não com quanto gastei apenas para me estabelecer aqui.

Eu afundo de volta no sofá, meu entusiasmo desaparecido. A Ava feliz se foi, e a Ava regular voltou. Selene sente a mudança do meu humor e cutuca minha mão em silencioso conforto.

“Tudo bem. Comer e economizar para a escola é mais importante do que prateleiras. Uma vez que eu tenha um carro, uma vez que eu esteja acomodada nas aulas, as coisas mudarão.”

Mas a ideia desses livros, essas histórias preciosas, jogados em pilhas no chão é quase dolorosa. Eles merecem melhor. Eles merecem um lar adequado.

E eu penso em todos aqueles vídeos populares de DIY que assisti sonhando em construir uma vida melhor. Pessoas transformando caixotes velhos em prateleiras rústicas, reutilizando escadas em estantes excêntricas, até construindo prateleiras do zero com nada mais do que algumas tábuas de madeira e uma furadeira confiável.

“Aposto que eu consigo fazer isso.” Eu me sento de novo, olhando para as minhas paredes. Não pode ser tão difícil, pode? Eu posso construir sozinha, certo?

As orelhas de Selene ficam em pé com a empolgação na minha voz.

“Eu só preciso de madeira, uma furadeira, talvez uma serra, se eu conseguir evitar cortar meus dedos…” Eu paro, a lista de ferramentas crescendo em minha mente. Ferramentas que também não tenho.

Mas a ideia enraizou seus tentáculos grudentos na minha mente, e não consigo me desvencilhar. Prateleiras toscas, feitas por mim, segurando meus livros. Um trabalho de amor. Um passo para a independência.

Eu caminho pela sala. Eu quero tanto isso, minha pele está formigando com toda a energia fervendo dentro de mim. O caminhar ajuda. “Eu posso perguntar ao Carlos se ele tem ferramentas que eu possa pedir emprestadas. Ou talvez a Sra. Elkins tenha um amigo que possa me ajudar.”

As possibilidades estão girando na minha cabeça, meu apartamento desaparecendo enquanto eu sonho em operar ferramentas elétricas como uma valentona. Mas aí, como um arranhão no disco, a realidade se impõe.

Eu nunca construí nada na minha vida. Eu não sei nada sobre marcenaria ou carpintaria. E se eu estragar tudo? E se eu arruinar a madeira, ou pior, me machucar no processo? E se ficar horrível? E se o peso dos livros fizer com que tudo desabe depois de todo o trabalho duro que eu coloquei?

As dúvidas se infiltram, insidiosas e persistentes. Quem eu estou enganando? Eu não sou uma marceneira. Sou uma transformista com defeito que fugiu de casa. Sem talentos, sem habilidades, nada. Apenas uma dor no peito que não me deixa, sonhos de um homem que partiu meu coração e zero perspectivas para o meu futuro.

Eu afundo de novo no sofá, desanimada mais uma vez. Selene geme, e eu enterro meu rosto em seu pelo macio, me perguntando o que eu preciso fazer para mudar. Para me transformar em uma adulta real que pode se sustentar com os próprios pés.

Você é patética, Ava. Levante-se. Você se afastou da sua família de babacas. Você é mais forte do que isso. Pare de agir como a defeituosa que eles acham que você é, e cresça.

Sim. É hora de parar de se afogar nas mágoas.

Eu respiro fundo e me sento. “Não. Se eu quiser construir prateleiras, eu vou. Eu posso descobrir essa merda. Não pode ser tão difícil.”

Anterior
Próximo
  • Início
  • 📖 Sobre Nós
  • Contacto
  • Privacidade e Termos de Uso

2025 LER ROMANCE. Todos os direitos reservados

Entrar

Esqueceu sua senha?

← Voltar paraLer Romance

Cadastrar-se

Cadastre-se neste site.

Entrar | Esqueceu sua senha?

← Voltar paraLer Romance

Esqueceu sua senha?

Por favor, insira seu nome de usuário ou endereço de e-mail. Você receberá um link para criar uma nova senha por e-mail.

← Voltar paraLer Romance

Report Chapter