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Enredado ao Luar: Inalterado - Capítulo 13

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  3. Capítulo 13 - 13 Ava Husky (II) 13 Ava Husky (II) As palavras do Carlos me
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13: Ava: Husky (II) 13: Ava: Husky (II) As palavras do Carlos me tiram do meu pequeno baixo-astral, e eu concordo com a cabeça. “Preciso fazer o máximo de dinheiro antes do semestre de verão. Vou precisar de grana para a matrícula, livros, taxas diversas e, quem sabe, um carro. Entre o aluguel e as necessidades básicas da vida, eu realmente preciso fazer hora extra. Tenho sorte de a Dona Elkins até me deixar trabalhar tanto.”

Ele concorda, limpando o balcão enquanto eu reabasteço o porta-guardanapos. “Ela tem seu jeitinho. Cuida de todos nós. Às vezes me pergunto se ela está mesmo fazendo dinheiro com a loja. Vendemos muito café, mas nem tantos livros assim.”

Ele não está errado; eu pensei o mesmo. Meus ombros sobem num encolher de ombros vago, e começo a limpar as mesas do fundo, tirando jornais, revistas e livros.

“Não faço ideia, mas não posso imaginar que ela tocaria um negócio só para perder dinheiro.” Eu faço uma pausa, pensando na doce senhora e como ela trata cada cliente que entra na loja como se fosse da família. “Será que ela faria isso?”

“Não duvidaria dela.” Carlos prepara uma tentadora xícara de mocha caramelado com toffee com uma quantidade obscena de chantilly e desliza para mim com uma piscadela. “Aqui, do jeito que você gosta. Vá fazer uma pausa com aquela cadela lá fora. Você já checou se ela tem coleira?”

Assinto, tomando um gole da bebida ultra doce e suspirando de alegria. “Sem coleira,” eu confirmo com um encolher de ombros. “Huskies são famosos por fugirem. Tenho certeza de que ela vai voltar pra casa quando acabarem os cafunés grátis por aí.”

O dia passa de maneira lenta e ziguezagueante. As pessoas vão e vêm num padrão familiar, e estou cercado pelo cheiro de livros e café. Acho que nunca senti tanta paz quanto aqui, trabalhando no Novel Grind.

Quando o movimento está fraco, Carlos me entretém com histórias esdrúxulas e dramas que lê nas notícias das redes sociais. Ele fica me enchendo para criar meu próprio perfil, mas sempre recuso.

Não quero que ninguém me encontre aqui, neste último reduto de paz na Terra. O que, sim, é um nível de dramático que dá vergonha, mas é o que eu sinto no fundo da alma.

Bem depois do sol se pôr, é finalmente hora de fechar, e a husky ainda está lá, dormindo na calçada em frente à nossa porta. Não demora muito para limpar as últimas mesas, juntar copos e guardanapos perdidos e jogá-los no lixo. Estou exausta do turno duplo, mas é aquele tipo de cansaço que invade seus ossos e diz que você trabalhou duro. Como se seu corpo estivesse orgulhoso de você pelo que fez.

Ou talvez eu seja um pouco masoquista por pensar dessa maneira.

Carlos me faz virar a placa na porta para ‘Fechado’ enquanto ele conta o caixa, com os dedos mais rápidos do que eu jamais imaginaria ser possível ao mexer em tanto dinheiro.

“Sua amiga peluda ainda está lá fora?”

Olho pela janela e, claro, a husky está lá, sentada, me olhando, com o focinho contra o vidro, deixando uma névoa embaçada. Mais uma vez sou atingida por aqueles olhos tão estranhamente parecidos com os meus, e sinto um estranho puxão no peito. Quero levá-la para casa, mas isso não parece inteligente. Moro num apartamento pequeno em cima de uma loja. Nem sei onde ela passou o dia para fazer suas necessidades, já que não tem um quintal por perto, só uma praça minúscula com uma árvore bem cuidada brotando do meio da calçada.

“Ainda lá.” Eu jogo o pano na pia e penso nas caixas por todo meu apartamento. Avancei pouco na tentativa de limpar e organizar tudo, principalmente porque estou pegando todos os turnos que a Dona Elkins me deixa trabalhar.

Carlos assobia uma musiquinha cativante enquanto termina de contar o dinheiro. “Ela está esperando por você.”

Reviro os olhos. “Por que ela estaria esperando por mim?”

“Talvez porque você ficou passando petiscos escondidos o dia todo? Provavelmente acha que vocês vão para casa juntos.”

Não consigo evitar de rir. É verdade, ela esteve devorando pedaços de muffin e croissant sempre que eu podia jogar para ela. O que posso dizer? Sou mole para animais.

“Bem, não podemos deixá-la lá fora a noite inteira. Acho que é meio tarde para dizer isso, mas devemos chamar o controle de animais?”

Carlos concorda, fechando o caixa com um ‘ding’. Ele pega a bolsa do depósito e olha para a porta, pensativo. “Eles estão fechados. Tenho certeza de que ela vai ficar bem durante a noite com todo aquele pelo a protegendo. Se ainda estiver por aqui pela manhã, podemos ligar então. Eles podem verificar se tem um microchip e contatar o dono dela.”

Suspiro, olhando para a husky novamente. Ela ainda está me olhando, o focinho todo esmagado contra o vidro. “É, você tem razão. Só que—eu não sei. Tem algo nela.”

“Tem sempre algo. Você sabe quantos gatos tentaram morar nesta loja ao longo dos anos?” Carlos dá um tapinha na minha cabeça de um jeito que me lembra o Phoenix. O Phoenix de antes. Fraternal. Gentil. “Você não pode adotar todo animal abandonado que aparece. Vamos, hora de ir.”

Sei que ele está certo. Ainda estou tentando organizar minha vida. Não sei quase nada sobre a cidade onde moro, e nem saí do meu apartamento ou da loja desde que me mudei para cá. Tenho que pedir entrega dos supermercados porque não sei como ir e voltar sem um carro.

Mas ainda assim, enquanto olho para a husky, não consigo afastar a sensação de que há algo diferente nela. Algo que sussurra no fundo do meu ser que ela pertence aqui, que ela me encontrou por uma razão—que vou me perder sem ela.

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