690: Humanos 690: Humanos No coração de Crescia havia um majestoso castelo. Ele brilhava com um cintilante azul-branco que nunca se apagava nem se tornava opaco, não importava a hora do dia. Havia múltiplas torres de alturas variadas nos quatro cantos do castelo, com belos turrets azulados sobre elas. No próprio edifício principal, havia uma torre extremamente alta com uma fina agulha apontando para o alto céu, brilhando com um brilho sobrenatural. Era feita de um cristal especial encontrado apenas em Crescia, capaz de emitir sua própria luz mesmo na mais profunda escuridão – funcionando de maneira semelhante a um farol, guiando embarcações de volta ao porto – servindo como uma luz guia para os dragões e fadas luminosas, tanto na luz quanto na escuridão. Dentro do próprio castelo, parecia haver uma luz emanando de dentro – um amarelo dourado que nunca diminuía – a luz mágica da própria Rainha da Luz.

Não foi tão difícil para Evie cumprir seu objetivo de reunir a totalidade de Lirea. Após dar à luz seu filho, Evie não perdeu tempo e começou a trabalhar em seu novo objetivo – e isso era reunir os reinos dos Humanos, Vampiros e Fae para criar uma Lirea melhor e mais pacífica para todos – o objetivo que Gav, seu amado, tinha prometido a ela antes. E já que seu amado agora não estava mais apto para isso, o que a impedia de fazer por si mesma? Nada! Assim, ela assumiu a responsabilidade e trabalhou nisso. Foi necessário muita organização, mão de obra, poder vampírico e poder das fadas, bem como a força dos dragões para que essa aliança se concretizasse.

Evie fez o seu melhor para realizar o trabalho sem derramamento de sangue. E ela teve sucesso. Ela voltou primeiro aos Reinos Humanos e se encontrou com os três imperadores humanos. Inicialmente, ela pretendia manter sua fachada apenas como a nova guardiã dos dragões e uma descendente distante das fadas luminosas para chegar a uma negociação pacífica com eles sobre a aliança. Assim, a princípio, Evie tentou não mostrar seus reais poderes. Mas como de costume, os imperadores eram arrogantes e não tinham o hábito de ouvir mulheres falando, ela acabou não tendo escolha e teve que mostrar alguns de seus poderes que ela sabia que os havia assustado até os ossos. Era uma pena que ela não pudesse ter uma discussão totalmente pacífica com os imperadores humanos para chegar a esse acordo. No entanto, após pensar sobre isso, resolver as coisas dessa maneira não era algo ruim afinal de contas.

Evie percebeu que os governantes precisavam do empurrão do medo para serem conquistados. Eles eram presunçosos e cheios de si e nunca baixariam suas cabeças para alguém que pensassem não ser suficientemente poderoso. E Evie entendia isso. Então, ela simplesmente levantou a restrição que havia colocado em seus próprios poderes e os liberou, mostrando a eles que ela não era alguém com quem qualquer um deles pudesse facilmente mexer. Na verdade, seria justo dizer que não havia ninguém na superfície que pudesse mexer com Evie.

E com isso, com a ajuda de seus braços direitos, Zolan e Zanya, Evie lidou com sucesso com a política dos humanos. Ela então decidiu transformar os três impérios humanos anteriores em três Reinos. Uma vez decidido e acordado pelos imperadores e sua corte, anúncios foram feitos e a palavra se espalhou pelos Reinos Humanos.

Os humanos nos três Reinos também foram rápidos em aceitar Evie como a nova mais alta soberana das terras. Talvez porque os humanos sempre acreditaram em seus corações que os Ylvias eram seus heróis mesmo nos tempos em que havia apenas um único guardião dos dragões do sexo masculino.

Evie havia se preparado mentalmente para aceitar o pior, pois pensou que levaria mais tempo para as pessoas aceitarem o quão drasticamente as coisas haviam mudado. Mas, felizmente para ela, estava enganada. Ela não esperava a reação dos humanos quando visitou os três Reinos montada em seu dragão – Ônix. Eles aplaudiram e comemoraram, e ela pôde ver a aceitação genuína e a empolgação nos olhos deles ao olharem para cima enquanto ela voava. Claro, ajudava o fato de ela estar montada no Ônix, que era tão grande e mais massivo do que qualquer outro dragão que as pessoas tinham visto antes. E Evie também trouxe Silver e Carmesim como garantia adicional, que flanquearam Ônix enquanto voavam em formação em V. E para os humanos, ver mais de um dragão de uma vez já era um milagre que nunca sonhariam em viver em outra vida.

Contudo, não foi isso que aconteceu do lado dos Vampiros.

Com a ajuda de sua elite forte de vampiros, Evie rapidamente derrubou os falsos governantes que haviam tomado novamente o trono dos vampiros após o desaparecimento do Gav. Depois de eliminar os traidores e suas facções, Evie teve uma reunião com os altos escalões da sociedade vampírica e falou com eles. Mas apesar das promessas de Evie, ela podia sentir que os vampiros não estavam dispostos a confiar plenamente nela. Eles não podiam confiar nela, que era meio-fada e meio-humana, seria capaz de tratar os vampiros com a mesma justiça que os humanos e as fadas.

Muitos deles começaram a discutir e até a reagir, incapazes de aceitar que seriam governados por uma não-vampira, mesmo sabendo que ela era a esposa do último rei vampiro. Eles não se importavam se ela era a esposa do Rei Gavriel porque ela não tinha nem um pingo de sangue vampiro em suas veias.

Nos anos seguintes, Evie fez o seu melhor para tranquilizar os vampiros e, de alguma forma, as coisas finalmente se acalmaram. Tudo porque Evie não teve escolha a não ser mostrar a eles o quão inútil era tentarem lutar contra ela. Ela mostrou que, não importa como, mesmo sem ter sangue de vampiro dentro dela, o poder ainda falava mais alto nessas questões.

Embora soubesse que o que ela fez não era uma solução de longo prazo, era tudo o que ela poderia fazer por enquanto para estabilizar a situação.

Mas por ora eles fizeram a maior rebelião desde o dia em que ela derrubou o falso governante vampiro. Resultando no derramamento de sangue desnecessário que ela havia tentado tanto evitar todo esse tempo.