ENFEITIÇADA - Capítulo 634

634: Minha palavra 634: Minha palavra “Deixa pra lá isso. Não temos o luxo de perder tempo agora.” Evie respondeu a Klauz, desconsiderando o assunto por enquanto. Eles tinham coisas maiores com que lidar no momento presente.

Ela queria ver a visão rabiscada sobre a qual ele estava falando. Que Festival Emeriano ele estava mencionando? Ela não tinha ideia do que era e como isso afetaria o laço de acasalamento deles. Mas, nesse ponto, parecia não importar mais tanto assim. Mesmo que ela corresse para vê-lo agora, isso não mudaria mais nada do que havia acontecido. Gavrael ainda estaria congelado naquele enorme cristal dela e não sairia tão cedo. No entanto, ela ainda iria procurá-lo pessoalmente, na esperança de que pudesse resolver toda essa confusão. Talvez mais tarde. Mas não agora.

A guerra era a coisa mais importante na qual ela tinha que se concentrar agora. E já havia chegado aos portões da frente – onde o Rei Belial, suas tropas e aliados estavam agora.

“A guerra no abismo já eclodiu.” Ela acrescentou, olhando para ele de sua posição elevada. “Então eu preciso que você se levante e me leve ao seu exército agora. Eu preciso de você e de todo o seu exército para se juntar à guerra.” Sua voz soou forte e autoritária. Seu tom indicava que ela não estava pedindo, mas ordenando que ele obedecesse às suas palavras.

Klauz sorriu sarcasticamente. “Então você vai apenas usar a mim e meus homens para salvar a pele desses reais?”

“Os reais não precisam de você para salvar suas peles, Klauz. Eles podem salvar as próprias. Eles são capazes o suficiente e podem lutar suas próprias batalhas. No entanto, quando eu peço a você, os que precisam da sua proteção são seus companheiros fadas sombrias.” Evie lhe disse em um tom sério e sem rodeios. “Isso é guerra, Klauz. Eu quero que você escolha agora, levante e me siga ou eu vou te matar. Aqui. Agora mesmo.” Seu tom se tornou violento e frio. Era duro como pedra e sua postura e linguagem corporal diziam a Klauz que ela não estava aberta a compromissos nem aceitaria reféns. Seria apenas aqueles que seguissem sob sua liderança, ou ela deixaria corpos mortos em seu rastro.

Seu sorriso zombeteiro se alargou enquanto seus olhos refletiam a emoção. “Eu nunca pensaria que você realmente me pediria para se juntar à guerra desta maneira, Rainha da Luz. Você deveria ter –”
“O quê. Eu deveria implorar pela ajuda de você e seu exército? Não me faça rir.” Evie o interrompeu com um riso cortante e áspero. Depois um sorriso maldoso se delineou em seus lábios. “Escute-me, Klauz. Esta terra não é minha, portanto eu não tenho nenhum afeto prolongado por ela. Além disso, você tem que saber que eu odeio você até o fundo dos meus ossos. Meu ódio por você agora é tão intenso quanto o seu ódio pelos reais – não, talvez até mais do que o seu. A única e exclusiva razão de eu ainda manter você vivo agora é porque os habitantes das Terras Inferiores precisam de você e do seu exército para lutar por eles. Agora escolha. Eu não tenho mais tempo para perder batendo papo com você.” ela lhe disse, com um olhar e tom de voz despreocupados. Depois de dizer o que tinha a dizer, Evie ficou em silêncio e esperou pela decisão de Klauz.

Klauz a encarou com um olhar calculista. Mas não havia hostilidade nem ódio em seus olhos. Ele a olhou por mais alguns segundos, refletindo sobre suas escolhas e os resultados de suas ações na cabeça.

Então ele finalmente se levantou.

“Certo. Concordo com seus termos. Eu e meus homens vamos segui-la. Mas… você tem que me dar sua palavra, Rainha da Luz.” Ele disse, desta vez sua expressão totalmente séria. “Apenas isso. Que não importa o que aconteça… você não vai sacrificar as Terras Inferiores e todos os fadas sombrias pelo bem do homem que você ama. Não… não apenas nós e nossa terra. Dê-me sua palavra que você não vai sacrificar toda a Lirea por ele.”

As palavras dele silenciaram Evie. A cena que ela viu no futuro relampejou em sua mente – a destruição não apenas das Terras Inferiores mas da totalidade de Lirea. Klauz estava tentando dizer que a destruição era toda culpa dela? Porque ela falhou em acabar com o Rei da escuridão a tempo antes que tudo fosse quase aniquilado? Estava ele tentando dizer que ela sacrificou a terra inteira porque não podia suportar matar o homem que ela amava mais do que a própria vida?

Isso fez suas entranhas tremerem e seu estômago se torcer em nós apertados. Ela negou os pensamentos que acabaram de correr por sua mente, forçando-os a desligar e apagando-os de sua memória com tudo o que tinha.

“Eu lhe dou minha palavra, Klauz.” Ela finalmente respondeu e quando Klauz se ajoelhou em um joelho diante dela, Evie levantou a cabeça e lentamente permitiu que seus olhos se fechassem. ‘Gav…’ ela proferiu em sua mente.

Depois disso, Klauz levou Evie aos campos de treinamento secretos e no instante em que Klauz anunciou que agora estavam sob o comando da Rainha da Luz, o exército rugiu com vigor. Eles eram como bestas enjauladas que agora não podiam esperar para serem soltas e causar estragos.

Evie podia sentir o poder avassalador de todos os exércitos combinados. Eles seriam um reforço formidável para destruir aqueles milhares de monstros poderosos.

“Tudo está preparado agora, Vossa Majestade.” Klauz disse e depois que Evie simplesmente lhe deu um aceno de cabeça, o exército começou a deixar os vastos campos de treinamento em uma marcha bem coordenada. Sem dúvida, Klauz havia treinado bem suas tropas.

“Antes de irmos, preciso que você me leve até Ônix primeiro.” Evie lhe disse, seus olhos reluzindo. “Eu preciso do meu dragão de volta.”