ENFEITIÇADA - Capítulo 567

567: Luz e escuridão 567: Luz e escuridão A boca de Evie se entreabriu enquanto seu olhar estava fixo no homem. Seu pulso de repente começou a martelar erraticamente dentro de seu peito, e seu sangue parecia estar correndo em suas veias e ela podia sentir seu coração agora doendo mais forte do que nunca, desde o momento em que começou a ver esse futuro.

A negação atingiu Evie não apenas quando ela viu aqueles olhos azuis flamejantes, mas também no instante em que sentiu aquela aura de escuridão muito familiar – tão familiar que ela poderia identificá-la até mesmo em seu sono. Evie apenas balançou a cabeça enquanto mantinha seu olhar nele, internamente tentando se convencer de que seus olhos poderiam estar enganando-a.

Seu rosto estava escondido em sua própria escuridão. A tempestade de fumaça negra que se movia como serpentes escuras ao redor dele era incrivelmente forte. Se ‘ela’ era a deusa da luz, então ele seria o deus das trevas.

À medida que ele se aproximava, sua escuridão parecia estar pressionando contra a luz que saía dela, sem que ele sequer levantasse um dedo. A névoa negra que o cercava parecia ter sua própria consciência e podia ser vista empurrando a luz intencionalmente para trás. Ver isso estava causando em Evie arrepios que não podiam ser suprimidos.

Evie forçou seu olhar a se voltar para ‘ela’ novamente. E seu coração parou quando percebeu como os olhos de ‘ela’ pareciam enquanto miravam nele.

Os olhos de ‘ela’… eles brilhavam com tantas emoções que Evie não conseguia capturar todas. E as emoções eram tão fortes que era simplesmente de partir o coração até mesmo olhar para ‘ela’. A dor extrema e o olhar atormentado daqueles olhos âmbar agora estavam tão vívidos. Tão vívidos e extremos que todo o ser de Evie começou a tremer e seus olhos automaticamente se encheram de lágrimas e ela chorou… como se estivesse tremendo e chorando por ‘ela’. Por essa rainha que já não podia nem mesmo se permitir o privilégio de derramar sequer uma única lágrima naquele momento crucial.

O tempo passava e ‘ela’ mantinha a sua postura, como se estivesse esperando por algo acontecer… por um sinal para que ‘ela’ agisse. Os olhos de ‘ela’ nunca piscaram e mantiveram seu olhar fixo enquanto olhava para ele através do seu arco.

Então, abruptamente, sem nenhum aviso, ‘ela’ soltou a flecha e Evie se viu gritando após o fato. “Não!!!”

A cabeça de Evie virou-se em direção a ele e viu que a flecha brilhante havia sido parada! Ele usara a escuridão como seu escudo. Ela não sabia se deveria se sentir aliviada ou consternada com a facilidade com que a flecha dela havia sido capturada. Por um lado, ela ficou aliviada por a flecha não ter sido poderosa o suficiente para imediatamente trespassar o escudo e atingir a pessoa para quem a flecha estava destinada. No entanto, por outro lado, ela se sentiu abalada e até mesmo um pouco decepcionada ao pensar por que a flecha dela parecia não ser suficientemente poderosa.

No entanto, à medida que Evie continuava observando, a flecha estava incessantemente avançando, lentamente, mas com certeza perfurando a barreira espessa e poderosa que o protegia atrás dela.

Naquele momento, era como se a própria essência da luz e da escuridão tivesse entrado em conflito. E, por fim, uma das duas seria destruída. Esses dois poderes criaram um fenômeno inexplicável que, de repente, tudo atrás da flecha ficou brilhante. A escuridão que havia inicialmente engolido a terra tinha desaparecido, como se o sol tivesse subido repentinamente em um flash e agora estivesse em sua posição zenital no céu, brilhando com todo o seu esplendor.

O tempo pareceu parar.

O exército unido e os dragões, que agora estavam sendo completamente sobrecarregados pelos números intermináveis de monstros que continuavam a surgir do abismo e agora estavam morrendo, largaram suas armas e caíram de joelhos exaustos enquanto olhavam para a sua rainha acima deles. Os monstros agora começaram a ser incinerados pelo poder da luz do sol, transformando-se em cinzas, um após o outro.

Agora era como se a terra tivesse sido dividida ao meio. Uma metade era como o dia e a outra metade estava envolta pela noite. E em breve… todos sabiam que apenas um dos dois emergiria vitorioso no final. Ou a luz ou a escuridão.

A flecha de luz continuou avançando. As palmas da rainha da Luz estavam agora ambas voltadas para frente, um poderoso feixe de luz surgindo de suas palmas e empurrando a flecha para frente.

Um grito de batalha alto surgiu dela e seu poder subitamente aumentou, ficando mais forte. O sol brilhou ainda mais forte, e era como se ela estivesse retirando energia dele.

Quando a escuridão empurrou a flecha ligeiramente para trás, outro grito surgiu dela, e seus poderes pareceram ter irrompido de dentro dela. O feixe de luz tornou-se maior e mais largo, e a flecha avançou ainda mais. Sangue começou a escorrer das laterais da boca dela, mas seus olhos continuaram brilhando como o sol, fortes e poderosos.

Mais à frente… e mais à frente… a flecha perfurou a escuridão e quando ela gritou pela última vez, algo pareceu se quebrar.

A barreira de escuridão finalmente foi perfurada, e a escuridão começou a se dissipar.

Mas enquanto a escuridão era gradualmente engolida pela luz, ‘ela’ colocou a palma sobre seu coração e voou para frente com uma velocidade impossível.

Ele… seu semblante agora estava visível… a escuridão que o envolvia agora havia desaparecido. Mas no meio de seu peito, havia um buraco negro que parecia estar girando com alguma magia negra.

À medida que ‘ela’ se movia em direção a ele tão rápida quanto uma flecha, uma luz brilhante apareceu sobre seu peito. E no segundo seguinte, ‘ela’ puxou uma adaga dele. Uma adaga feita puramente de luz.

Lágrimas caíram dos olhos dela enquanto ‘ela’ o alcançava e então… ela cravou a adaga bem no meio da coisa circular escura em seu peito.

Ele soltou um grito alto enquanto o sangue fluía de seus lábios. Seus olhos mudaram do azul impressionante para uma combinação de azul e cinza e então ele sorriu enquanto olhava para ela. Ele levantou a mão e a repousou abaixo da orelha dela e disse, “Sinto muito, meu amor…”