ENFEITIÇADA - Capítulo 38

38: Lendo ou beijando 38: Lendo ou beijando Evie já havia passado por alguns livros que encontrou na biblioteca, mas ela não conseguia se concentrar em nenhum deles. Sua mente apenas continuava voltando aos pensamentos sobre Gavriel e sua infância. O que aconteceu com sua mãe, a imperatriz? Os vampiros deveriam viver por muito tempo. Então, como ela já havia… poderia ser que ela foi morta?

O pensamento fez o aperto de Evie no livro que ela estava segurando se intensificar. Seu coração doía ao perceber que Gavriel já havia perdido ambos os pais e agora estava marcado como traidor. Além disso, o que lhe aconteceu na masmorra? Como a imperatriz conseguiu esconder um príncipe em uma masmorra localizada no palácio imperial por dezesseis anos? Os vampiros não tinham a habilidade de sentir a presença de alguém mesmo sem vê-los? Sem falar no que Elias disse sobre suas habilidades extraordinárias. Se ninguém além da imperatriz viu ele durante esses dezesseis anos, como ele aprimorou suas habilidades de luta?

As perguntas continuavam se acumulando na mente de Evie enquanto ela continuava a se debruçar sobre o livro que estava segurando, sabendo que não haveria maneira de encontrar as respostas dentro dessas páginas, não importa o quanto ela pensasse e pesquisasse sobre elas. Suspirando longa e profundamente, Evie levantou o rosto e seus olhos varreram a grande biblioteca.

Os cinco livros que ela havia escolhido eram inesperadamente todos sobre a história do império vampiro. Ela adoraria se aprofundar mais na história deles, pois estava curiosa para saber, mas naquele momento, sua curiosidade sobre o passado do marido era muito mais forte que ela realmente desejava que pudesse encontrar um livro dedicado pessoalmente apenas a ele.

Evie pensou que se houvesse um livro que contivesse os detalhes dos segredos e do passado de Gavriel, o livro deveria parecer como… seus olhos apenas vagaram por minutos como se estivessem procurando algo.

Algo pareceu chamar sua atenção e seu olhar finalmente se fixou em um ponto, em direção a um livro cinza escuro no nível mais baixo de uma estante localizada no canto mais distante da biblioteca. Era algo que não parecia nada especial, mas de alguma forma ainda parecia exalar uma aura misteriosa.

Ela não sabia porque pensava assim. Talvez fosse devido a Gavriel ter uma aparência perfeita que é além de especial. Mas talvez, Evie estivesse comparando o livro ao interior de Gavriel. Ele age e reage muito normalmente, de modo que alguém pensaria nele como o típico real que cresceu em um ambiente normal. A forma como ele se manejava e se apresentava nunca deu a ninguém uma pista de que ele era alguém que cresceu escondido em uma masmorra e havia perdido toda a sua família. Evie também sentia que havia mais segredos que ele estava escondendo, horrores tão profundos que ela nem consegue começar a imaginar o quão ruins eles eram. E ainda assim, ele ainda era gentil e tranquilo como um lago. Tão calmo e gentil que alguém pensaria que ele não era perigoso e não tinha nada a esconder.

Levantando-se de seu assento, Evie se aproximou daquela estante e encarou o livro fixamente. E quanto mais ela olhava para ele, ela não sabia por quê, mas parecia se tornar cada vez mais misterioso, quase tentador, aos seus olhos. Era realmente estranho, já que era apenas um livro e não havia como ser sobre ele… certo? Isso era porque ela estava pensando demais? Esse deve ser o caso, ela pensou, suspirando.

Mesmo assim, ela estendeu a mão para pegar o livro quando, de repente, ouviu o som suave das portas se fechando e o murmúrio de passos se aproximando dela.

Evie virou a cabeça rapidamente depois de se endireitar e um pequeno choque percorreu-a quando seus olhares se encontraram.

“Gav… riel…” ela murmurou suavemente. Ela não esperava que ele viesse pessoalmente procurá-la aqui. Elias não mencionou mais cedo que ele estava ocupado?

Seu olhar se desviou momentaneamente para o canto inferior da estante antes de retornar o olhar para ela. Ele caminhou em passos medidos e tranquilos em sua direção e, enquanto Evie olhava diretamente nos olhos dele, as memórias da última vez que estiveram juntos de repente passaram por sua cabeça.

“P-por que você está aqui? Elias mencionou que você estava ocupado.” Ela conseguiu perguntar, tentando se distrair, sabendo que sua cor já estava subindo só de pensar no beijo de ontem.

Ele inclinou a cabeça e respondeu inocentemente. “Não posso passar para ver como está minha própria esposa?”

“Claro… você pode.”

“Você está bem ficando aqui sozinha, Evie? Se você está entediada…” ele deixou a frase no ar enquanto Evie balançava a cabeça com firmeza e muito decisivamente.

“Não estou entediada de jeito nenhum! Eu realmente gosto de ler e de ficar sozinha.”

Gavriel a encarou intensamente por um longo tempo, e ele se aproximou tão repentinamente que Evie mal conseguiu recuperar o fôlego de surpresa. Antes que ela percebesse, ele estava sobre ela, com as mãos apoiadas na estante, encurralando-a com seus braços e seus lábios próximos à sua orelha.

“Você está dizendo que gosta mais de ler e ficar sozinha aqui do que de estar comigo e… beijar?” ele sussurrou em sua voz baixa e hipnótica, e Evie só conseguiu entreabrir os lábios em surpresa enquanto seu rosto queimava de vermelho.

“O quê… o que –”
Sua boca de repente capturou a dela, pressionando-a contra a sua, mas não de forma brutal. Sua língua invadiu avidamente a boca dela e então brincou de pega-pega com a língua dela. E ela só conseguia se derreter impotente, como se afetada por uma droga poderosa.

Mas ele não esperou por ela para retribuir seus beijos famintos dessa vez. Sua boca se afastou da dela e ela quase gemeu em protesto se não sentisse sua língua passear pela sua bochecha até o ponto sensível de sua orelha. Ela ofegou quando seus dentes pegaram suavemente no lóbulo pequeno.

“Gav… riel…” ela gemeu o nome dele enquanto se segurava nele para equilibrar-se.

“Evie…” ele murmurou, sua respiração presa. “Agora me diga… você prefere ler ou me beijar…” ele sussurrou enquanto sua língua seguia pelo caminho sensível do pescoço dela. Seu hálito deixava um rastro escaldante como fogo do inferno contra sua pele molhada enquanto ele falava novamente. “Seja honesta e me responda, esposa… me diga o que você realmente quer fazer agora… ler ou beijar…”

Tonta e desorientada, Evie mordeu seu lábio inferior com força. Ela honestamente não queria que ele parasse. Ela queria… mais.

Antes que ela percebesse, seus lábios traidores já haviam pronunciado algo. “Beijar… beijar” E Gavriel recuou em surpresa chocado – embora estivesse realmente esperando por isso, ele ainda estava meio pronto para sua rejeição como de costume. Evie cambaleou com a repentina ausência de seu sólido suporte, mas Gavriel a pegou a tempo e a puxou contra ele.

A próxima coisa que ela se deu conta; ela estava de repente sentada em cima de uma mesa que estava por perto.