Capítulo 214: O Convite de Casamento
O cavaleiro assentiu e rapidamente retornou com o mensageiro, um jovem vestido com trajes formais que fez uma reverência respeitosa tanto para Raven quanto para Serafina.
“Vossa Graça, estou aqui em nome do Ducado de Yalliny”, anunciou o mensageiro, “Trago um convite para o casamento do Jovem Mestre Morin.”
Raven arqueou uma sobrancelha, um leve sinal de diversão dançando em sua expressão.
“Morin? Esse patife vai se casar?” Ele riu, balançando a cabeça.
“Quantos anos ele tem agora—21, 22? Parece que foi ontem que ele corria selvagem. Bem, nossa relação com o Ducado de Yalliny não está tão estremecida, então eu irei. E levarei minha esposa também.”
O mensageiro assentiu, recebendo a carta de confirmação que Raven escreveu rapidamente. Com outra reverência respeitosa, ele partiu, deixando Raven e Serafina sozinhos mais uma vez.
Raven recostou-se em sua cadeira, cruzando os braços enquanto olhava para Serafina. “O que você acha? Um casamento—será uma mudança de ritmo interessante, não acha?”
Serafina sorriu, já imaginando as celebrações. “Será agradável. E tenho certeza de que as crianças vão adorar ouvir sobre isso mais tarde”, disse ela com uma risada suave.
“Além disso, nos dará a chance de aproveitar um tempo juntos… sem nenhuma chamada de despertar matinal dos pequenos.”
….
O casamento do Jovem Mestre Morin estava marcado para daqui a dez dias, permitindo tempo suficiente para Raven e Serafina fazerem a jornada sem pressa. Eles estimaram que levaria de dois a três dias para chegar lá, considerando que não viajariam continuamente. Um ritmo confortável era ideal, especialmente com as crianças os acompanhando.
No dia seguinte, Raven deu ordens para preparar um presente de casamento apropriado para a ocasião. Após alguma reflexão, eles escolheram um belíssimo conjunto de taças de prata gravadas com designs intrincados. Cada taça apresentava o símbolo do amor eterno e da união, além do emblema do próprio ducado deles como uma marca sutil de sua aliança. As taças foram colocadas em uma caixa de madeira luxuosa forrada com veludo, adicionando um toque de elegância que seria apreciado pela família que as recebesse.
Uma vez que o presente estava pronto, os preparativos começaram a sério. Uma grande carruagem foi escolhida, equipada com os melhores cavalos e abastecida com tudo o que precisariam para a viagem. Por dentro, almofadas macias e cobertores garantiam o conforto da família, especialmente para a jovem Aria e Kelin.
Quando Serafina mencionou o casamento às crianças, as reações delas foram impagáveis. Os olhos da pequena Aria brilhavam de curiosidade.
“Mamãe… hum, o que é ‘casar’?” ela perguntou, seu pequeno rosto franzido em pensamento.
Serafina se viu momentaneamente sem fala, mas antes que pudesse responder, Kelin interveio com confiança. “É quando um homem e uma mulher se casam. Simples, não é?” Ele assentiu como se tivesse dado uma explicação perfeita.
Mas Aria olhou para ele como se ele estivesse falando bobagem, sua expressão ao mesmo tempo cética e pouco impressionada. Percebendo que sua irmãzinha não estava comprando sua explicação, Kelin lançou um olhar envergonhado para sua mãe, suas bochechas ficando coradas.
Serafina riu baixinho e então se agachou para ficar ao nível deles. “Bem, casamento é quando duas pessoas decidem que querem ficar juntas para sempre, como uma grande promessa de se amar e cuidar um do outro”, explicou. “Eles celebram isso com amigos e familia, e é um dia especial repleto de música, dança e muita comida.”
Os olhos de Aria se arregalaram. “Para sempre? Isso é tanto tempo! E se eles se entediarem?” ela perguntou inocentemente.
Serafina riu. “Bem, eles tentam fazer o outro feliz para não se entediarem. E se fizerem as coisas direito, vão aproveitar cada dia juntos.”
Kelin, agora profundamente interessado, entrou na conversa. “Então, vai ter bolo neste casamento?”
“Provavelmente”, Serafina respondeu com um sorriso. “E flores, e música, e talvez até algumas danças.”
Com isso, a empolgação de Aria e Kelin transbordou. Eles pareciam estar satisfeitos com sua compreensão do casamento e logo estavam rindo e conversando sobre todas as coisas que esperavam ver.
Dois dias depois, a família começou sua jornada. Serafina, Raven, Aria e Kelin estavam confortavelmente acomodados na carruagem principal, enquanto as empregadas viajavam em uma separada atrás deles. Cavaleiros acompanhavam as carruagens na frente e atrás, garantindo a segurança do comboio. Ao todo, havia cinco carruagens, incluindo uma dedicada a transportar comida, roupas e outros essenciais, bem como o presente de casamento cuidadosamente embalado.
Com tudo pronto, eles partiram para o Ducado de Yalliny.
…
A viagem começou em uma manhã fresca e ensolarada, e a estrada se estendia à frente deles como uma promessa de aventura. A carruagem balançava suavemente conforme partiam, com o ritmo constante dos cascos ao fundo. Aria e Kelin estavam grudados nas janelas, olhos tão grandes quanto píres, observando cada árvore, cada casinha e cada curva na estrada.
Enquanto viajavam por campos e pequenas vilas, Serafina manteve as crianças entretidas com algumas de suas histórias de infância. “Sabe”, disse ela, se inclinando como se estivesse prestes a compartilhar um grande segredo, “quando eu tinha só um pouco mais da sua idade, Kelin, eu fui em uma longa jornada com minha família. Passamos por florestas como estas, e eu até vi um cervo uma vez!”
Os olhos de Aria se arregalaram. “Você falou com ele, Mamãe?”
Serafina riu. “Ah, não, querida. Cervos são super tímidos, mas talvez se tivermos sorte, você também verá um nesta viagem.”
Raven se recostou, curtindo o bate-papo, com um braço casualmente jogado sobre o encosto do assento ao lado de Serafina. “Quem sabe?” ele disse com um sorriso malicioso, “Talvez veremos um rebanho inteiro e eles dançarão para nós.”
Kelin revirou os olhos, claramente acostumado com as brincadeiras do pai. “Papai, cervos não dançam,” ele murmurou com um leve sorriso, tentando soar conhecedor.
Raven ergueu uma sobrancelha, divertido. “Ah é? E quem te disse isso, Sr. Sabichão?”
Kelin estufou o peito, parecendo orgulhoso. “Meu mestre! Ele me contou tudo sobre como os animais e pássaros se comportam”, ele respondeu confiantemente, lançando um olhar para Aria como se mostrar que tinha todas as respostas.
Raven assentiu, fingindo levar a sério, antes de perguntar, “Certo então, qual animal ou pássaro de fato dança?”