Duque, isso dói... - Capítulo 208
Capítulo 208: É hora…
Semanas se passaram…
“Ah!”
Raven se virou, praticamente saltando da própria pele. “Eita, o que foi? Você está bem?”
Serafina estava lá, congelada, olhos arregalados como um veado pego nos faróis de um carro.
“Alô? Serafina? Preciso chamar um doutor ou algo assim?”
Ela não respondeu—apenas piscou, com a boca levemente aberta como se estivesse prestes a dizer algo, mas não conseguia soltar as palavras. Raven estava começando a perder a paciência.
“Sério, você precisa dizer algo. Você está me assustando aqui!”
Finalmente, ela agarrou a mão dele, puxando-o para mais perto sem dizer uma palavra. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas ela guiou a mão dele até o ventre dela, dando-lhe um olhar que dizia: “Confie em mim”.
“O que diabos você está—?”
“Shh. Apenas espere.”
Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, algo se mexeu sob sua mão. Os olhos dele se arregalaram. Era isso…?
“Espera… Isso é…?”
Serafina assentiu, com um sorriso suave. “Sim. É o bebê.”
Raven ficou completamente imóvel, segurando a respiração, focado naquele pequeno movimento. Então aconteceu novamente—um leve empurrão. Seu coração quase deu um salto.
“Nossa. Eu senti isso!” Sua voz era quase um sussurro, como se ele não quisesse assustar o momento. “Isso é… loucura.”
“Eu sei, né?” Os olhos de Serafina brilhavam enquanto ela olhava para ele, claramente tão emocionada quanto ele.
Ele pressionou a mão um pouco mais, esperando sentir novamente, mas o bebê parecia contente em deixá-lo esperando por um tempo. Ainda assim, o orgulho em seu peito crescia. Era real. O bebê deles estava se movendo.
“É como… Eu nem sei como descrever,” Raven murmurou, balançando a cabeça em descrença. “Esse é nosso filho aí dentro.”
Serafina riu baixinho. “Sim. Ainda me surpreende toda vez.”
Por um minuto, eles apenas ficaram assim, a mão dele na barriga dela, os dois mergulhados na maravilha silenciosa de tudo isso.
“Sabe,” Raven começou, agora com uma voz séria, “é aqui que você pertence. Bem aqui. Ao meu lado, sempre. Você é a única para mim, Serafina.”
Ela olhou para ele, seu sorriso pequeno, mas cheio de significado. “Eu sei.”
Sem mais uma palavra, ele se inclinou, pressionando um beijo nos lábios dela, suave e lento. “Eu te amo.”
“Eu também te amo, Raven.”
…..
Algumas semanas depois, Serafina caminhava pela sala, com a barriga bem à frente, claramente maior do que antes. Ela tentava fazer coisas que provavelmente não deveria estar fazendo com a dor nas costas, mas ela era teimosa.
“Madame! Não!” Lili correu até ela, aflita. “Você não pode estar fazendo essas coisas mais. Deixa que eu ajudo!”
“Ah, qual é,” Serafina disse, afastando-a com uma risada. “Não é tão sério assim.”
Lili parecia que estava prestes a ter um ataque cardíaco. “Não é sério? Você tem ideia de como o Mestre vai ficar bravo se você se machucar?”
“Relaxa, eu só vou dizer pra ele se acalmar. Você sabe como ele é.”
“Não é esse o ponto, Madame! Você precisa descansar, sério!” Lili quase implorava, suas mãos pairando como se estivesse pronta para segurar Serafina se ela balançasse.
Serafina riu, cedendo um pouco. “Tudo bem, tudo bem. Você ganhou essa rodada. Mas saiba, eu não estou indefesa.”
Lili suspirou aliviada, ainda não convencida. “Obrigada. Você está me deixando nervosa, Madame!”
Serafina balançou a cabeça, rindo enquanto afundava numa cadeira. Mesmo pequenos movimentos a deixavam um pouco ofegante esses dias, mas ela estava radiante do mesmo jeito.
“Whoa, whoa, whoa.”
Serafina estava olhando para a própria barriga, sentindo o peso do que estava por vir. Lili, claro, estava por perto, com os olhos arregalados de preocupação. “Madame, você não tem muito tempo. Você precisa ter mais cuidado agora. Tipo, não fazer movimentos desnecessários, tá bom?”
Serafina revirou os olhos, mas assentiu mesmo assim. “Tá, tá. Eu ouvi você.”
Desde que sua barriga começou a crescer, todo o Ducado estava em estado de alerta máximo, como se algo grande estivesse para acontecer a qualquer segundo. Os doutores, as parteiras, os servos—todos a tratavam como uma bomba-relógio. Raven até contratou uma parteira especial porque doutores não sabiam nada comparado a alguém que já tinha ajudado a dar à luz antes.
E a tensão? Você podia sentir no ar. Todo mundo que sabia da saúde frágil de Serafina agia como se o mundo pudesse acabar se ela espirrasse errado.
“Você tem certeza que está bem?” Lili perguntou pela centésima vez. Serafina estava prestes a retrucar quando—ah, lá estava de novo. Aquela dor aguda e repentina no estômago. Ela sugou o ar e segurou a barriga.
“Madame?! Está acontecendo?”
Serafina deu um aceno fraco, a testa franzida enquanto a dor se intensificava. Era como se alguém tivesse jogado uma pedra em sua coluna. “Sim… Acho que é hora,” ela gemeu, contorcendo-se.
A face de Lili empalideceu como se ela fosse a que estivesse dando à luz. “Fique aqui! Eu vou buscar a parteira!”
Antes que Serafina pudesse protestar, Lili saiu correndo da sala. A dor veio novamente, mais rápido desta vez, e tudo que ela podia fazer era segurar a barriga. Esse bebê não estava de brincadeira. Estava pronto para nascer, e não se importava com agendas.
Dez dias mais cedo. Ótimo.
Logo, a parteira entrou, parecendo agitada. “Certo, Madame, parece que o bebê está com pressa. Vamos preparar você.”
Enquanto isso, a notícia já tinha chegado ao Raven, que estava no Palácio Imperial lidando com quem-sabe-o-quê. Assim que ouviu que sua esposa estava em trabalho de parto, ele largou tudo e correu para casa como se sua vida dependesse disso.
Quando entrou na mansão, a primeira coisa que ouviu foram os gritos de Serafina. Seu coração quase parou.
“O que está acontecendo?!” Raven exigiu, empurrando o mordomo, que tentava explicar as coisas em seu tom usualmente calmo.
“É… chegou mais cedo do que esperado, Vossa Graça,” o mordomo gaguejou, mas Raven não estava para isso. Ele seguiu em linha reta para o quarto onde Serafina estava, apenas para ser interrompido abruptamente.