Duque, isso dói... - Capítulo 200
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- Capítulo 200 - 200 Uma Criança 200 Uma Criança Corvo saiu do quarto deixando
200: Uma Criança 200: Uma Criança Corvo saiu do quarto, deixando para trás uma frágil Serafina que havia voltado a dormir tranquilamente. Seu coração doía, mas ele tentou acalmar sua mente. Assim que a porta se fechou atrás dele, ele notou o doutor parado do lado de fora, quase como se estivesse esperando por ele.
As sobrancelhas de Corvo se franziram, preocupadas. “O que houve?” ele perguntou, sua voz carregando um leve tom de preocupação.
O doutor se mexeu desconfortavelmente. “Não tenho certeza se é apropriado dizer isso, mas… parabéns, meu senhor.”
“Parabéns?” Corvo ecoou, sua confusão se aprofundando. “Você acaba de me parabenizar pela recuperação de minha esposa?”
O doutor rapidamente balançou a cabeça, evitando o olhar penetrante de Corvo. “Não, não foi isso que eu quis dizer, Vossa Graça. Acredito… a Duquesa está grávida.”
Corvo congelou, sua mente parando completamente. “O quê?”
Por um momento, ele não pôde compreender o que o doutor havia dito. Grávida? Ele estava ouvindo isso corretamente? Sua mente corria para tentar entender as palavras, mas elas pareciam estrangeiras, como se o doutor estivesse falando em algum idioma críptico.
“Do que você está falando?” Corvo finalmente conseguiu murmurar, olhando para o doutor com incredulidade.
“A Duquesa está grávida,” o doutor repetiu, sua voz suave, mas firme. “Parece que ela está com o bebê há pelo menos um mês.”
A mente de Corvo lutava para processar a informação. Um filho? Ele não esperava isso—não tinha sequer considerado a possibilidade. Todos os seus esforços foram focados em proteger Serafina, em mantê-la segura e saudável. Ele tinha sido tão cuidadoso, tão cauteloso com a condição frágil dela. Como isso pôde acontecer? Embora fosse há apenas alguns dias que Serafina expressara seu desejo de engravidar. Mas ela estava fraca naquela época, sua condição estava melhor. Então ele concordou, mas ela está grávida há um mês…
Então, em qual ocasião aconteceu?
Provavelmente quando ele estava viajando com Serafina do Ducado para o território do Marquês Warner… ou talvez antes da viagem…
Ainda me lembro, ela me desafiou a mostrar meus limites… espera? Eu… eu… De jeito nenhum…
Mas eu sempre faço o mesmo… é minha culpa enche-la todas as vezes. Era inevitável…
“Mas… ela tem sangrado,” Corvo perguntou, preocupado, após seus pensamentos estranhos.
O doutor assentiu, baixando o olhar. “Sim, Vossa Graça. Nos estágios iniciais, não é incomum que uma gravidez seja delicada, especialmente em alguém tão frágil quanto a Duquesa. Mas, apesar do sangramento, o bebê parece estar seguro. Ainda assim, devemos ser cautelosos. Ela precisará do máximo cuidado a partir de agora.”
Corvo olhou para o chão, seu peito apertando enquanto o peso da situação recaía sobre ele. Um filho. Seu filho. Seu e de Serafina. O pensamento enviou uma mistura estranha de alegria, medo e ansiedade através dele. Ele nunca havia imaginado se tornar pai, e agora, diante da realidade, não tinha certeza de como se sentir.
Seu olhar voltou para Serafina, deitada pacificamente na cama. Ela já havia suportado tanto, e agora… agora ela estava carregando o filho deles, uma pequena vida crescendo dentro dela. Como ela poderia lidar com isso? Como seu corpo poderia suportar a tensão?
“O que eu faço agora?” Corvo sussurrou para si mesmo, se sentindo perdido. Ele sempre foi decidido e no controle. Mas isso… isso era diferente.
Ele olhou novamente para o doutor. “E quanto ao tratamento dela?” Corvo perguntou, sua voz baixa, mas urgente. “Você pode continuar tratando ela sem prejudicar o bebê?”
O doutor assentiu, embora seu rosto estivesse sério. “Vou prescrever algo suave que não prejudique o bebê, mas… é um equilíbrio delicado. A Duquesa já está enfraquecida, e a gravidez colocará uma tensão adicional em seu corpo. Teremos que ser extremamente cuidadosos.”
“E se… algo der errado?” A voz de Corvo estava apertada, a pergunta que ele não queria fazer, mas precisava saber.
O doutor hesitou antes de responder, “Se algo acontecer, poderá ser perigoso para ambos, a mãe e a criança. A condição dela é frágil, e carregar um bebê não será fácil.”
Corvo cerrоu os punhos, o peso da responsabilidade pesado em seus ombros. Ele não poderia cometer erros. A vida de Serafina—e agora de seu filho—dependia disso.
“Por enquanto,” Corvo disse, sua voz endurecendo, “não vou tolerar nenhum erro no cuidado dela. Você entende?”
“Sim, Vossa Graça,” o doutor respondeu prontamente, inclinando a cabeça. “Farei tudo ao meu alcance.”
Corvo voltou-se para Serafina, sua expressão suavizando. Ela parecia tão pacífica, tão frágil. Ele gentilmente estendeu a mão e tocou a dela, os dedos dela frios ao toque. Ele sabia que não poderia tomar essas decisões sozinho mais.
“Vou falar com você mais tarde,” ele murmurou para o doutor, dispensando-o por ora. Ele precisava pensar, processar tudo.
…
Serafina se sentia leve como se estivesse flutuando em um sonho. Ela não tinha consciência de tempo ou espaço, apenas de uma profunda e reconfortante quietude. Mas à medida que sua consciência lentamente retornava, ela se tornou consciente de uma presença, uma familiar.
“Você acordou?” uma voz cortou a névoa, e ela piscou, seus olhos ajustando-se à luz suave que preenchia o quarto. O rosto de Corvo entrou em foco, seus traços sombreados por preocupação.
“Ra…ven?” Sua voz era quase um sussurro, rouca e fraca.
Corvo se inclinou mais próximo, seus olhos amolecendo ao som da voz dela. “Sim, sou eu. Como você está se sentindo?”
Serafina fechou os olhos novamente, sua mente ainda lenta. “Cansada…”
Corvo hesitou antes de falar novamente, seu tom mais sério desta vez. “Serafina… você não tem algo para me contar?”
A testa de Serafina se franziu em confusão. “Algo para te contar?” ela ecoou, sua voz fraca.
“Sim,” Corvo disse suavemente, sua voz tingida de frustração. “Por que você não me contou? Você não confia em mim?”
“O que você quer dizer?” Serafina perguntou, ainda não entendendo.
Corvo respirou fundo, seu olhar nunca deixando o dela. “Você não está sozinha, Serafina. Você está grávida. Por que você não me contou?”
O ar faltou em sua garganta, e por um momento, seu mundo balançou. Grávida? Poderia ser? Ela não havia ousado acreditar nisso.