Duque, isso dói... - Capítulo 163
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- Capítulo 163 - 163 A última reunião 2 163 A última reunião 2 Raven
163: A última reunião 2 163: A última reunião 2 Raven permaneceu na cela mal iluminada, o olhar fixo em Arjan, que agora parecia desmoronar sob o peso de sua confissão. Seu corpo tremendo enquanto suas últimas defesas se colapsavam. O pesado silêncio na cela era sufocante; a verdade finalmente estava exposta.
“Sua obsessão em tomar o que não era seu… isso te destruiu, Arjan,” Raven falou com uma voz tranquila, porém fria.
seus olhos se estreitaram enquanto ele a olhava. As palavras pairavam no ar viciado da prisão, ecoando pelas paredes de pedra.
Arjan estremeceu com suas palavras, mas seu rosto se contorceu, ainda se agarrando a um resquício de desafio. “Destruída? Não… Eu só queria o que era legitimamente meu.” Sua voz se quebrou, a confiança em suas palavras começando a vacilar, mas ainda tentando se manter altiva.
O olhar de Raven se suavizou, não por empatia, mas por piedade.
“Você perdeu tudo no momento em que começou a cobiçar o que nunca foi destinado a você. Você deixou o ciúme te transformar em um monstro, alguém que faria mal à sua própria irmã. Você traiu sua família, e por quê?”
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Arjan entreabriu os lábios, mas nenhuma palavra saiu. Pela primeira vez, talvez em sua vida, ela estava verdadeiramente sem palavras.
A compreensão de que suas ações a tinham levado àquele ponto era avassaladora. Sua cabeça caiu ligeiramente enquanto o peso das palavras de Raven recaía sobre ela.
“Eu… Eu não pretendia que fosse tão longe…” Arjan finalmente murmurou, sua voz mal um sussurro, embora fosse difícil dizer se era arrependimento que ela sentia ou simplesmente medo das consequências. Suas mãos, que antes arranhavam o mundo em desespero, agora jaziam inanimadas em seu colo.
“Contudo, foi o que aconteceu. Talvez você não tenha percebido de início, mas suas ações foram se tornando mais obscuras a cada passo que dava. Você tirou tudo de Serafina, de sua irmã, tudo em nome de um senso equivocado de direito.”
Seu olhar se moveu para a pesada porta de ferro da cela e, com um sinal, os cavaleiros se moviam para assegurá-la uma vez mais. As ferrugens das dobradiças gemiam enquanto a porta se fechava, o som da finalidade. Esta parte de suas vidas, este capítulo de traição e amargura, terminaria aqui.
“Por quê?” Raven perguntou uma última vez, sua voz agora mais suave mas permeada por uma cólera persistente. “Por que você sentiu a necessidade de derrubá-la? O que Serafina fez para merecer isso?”
Os lábios de Arjan tremiam, seus dedos se fechando em punhos enquanto uma lágrima finalmente se soltava, deslizando por sua bochecha.
“Porque… porque ela tirou tudo de mim!” Sua voz estava pouco acima de um sussurro, mas estava carregada com uma década de ressentimento.
“Desde que ela apareceu, eu não passei de nada. Ela brilhou, e eu fiquei na penumbra. Eu sempre fui destinada a ser aquela que as pessoas elogiavam, a quem as pessoas olhavam com admiração. Mas uma vez que Serafina pisou na luz, eu me tornei invisível. Eu precisava destruí-la, para retomar meu lugar.”
Serafina se levantou de seu assento. Desde quando isso aconteceu? Se ela pudesse voltar atrás, poderiam reverter tudo isso?
Ela balançou a cabeça. As pessoas nunca foram coisas. Ela percebeu que as coisas já não poderiam mais ser reescritas e que agora precisava de uma plataforma para desistir enquanto ainda podia.
Finalmente, ela avistou Arjan. Dessa situação atual, ela não seria capaz de encontrar Arjan. Não poderia mais vê-la. O sentimento indescritível de tristeza havia se apoderado de sua mente.
“Espero que você perceba mais cedo ou mais tarde.”
“Irmã! Serafina!”
A luta de Arjan foi então interrompida.
“Raven, posso subir primeiro? Além do mais, o ar agora está péssimo.”
“Você vai ficar bem?”
Enquanto sua cabeça acenava desamparadamente, Raven chamou um cavaleiro para ajudá-la.
“Vá descansar. Eu estarei lá em cima em breve.”
“SERAFINA! SUA VADIA!”
A expressão de Raven se escureceu. Ele já tinha ouvido o suficiente. O ciúme que havia consumido Arjan, que a havia levado ao envenenamento, à manipulação e à conspiração – era algo que agora estava além do perdão.
“Você jogou fora sua humanidade por um fugaz senso de poder,” ele disse calmamente, recuando em direção à porta. “E agora você enfrentará as consequências de suas ações.”
Quando a porta se trancou com um clangor final, os soluços de Arjan ecoaram atrás dela, o som uma estranha mistura de arrependimento e frustração, sabendo que ela só tinha a si mesma para culpar.
Raven subiu as escadas, a umidade da masmorra produzia um ar mais quente para os andares superiores da mansão. O cheiro do ar fresco atingiu-o como um alívio da tensão sufocante que havia preenchido o porão.
Ele já sentia a presença suave de Serafina esperando lá em cima, a pesadez que havia pesado em seu coração aliviando levemente a cada passo.
Ao entrar em seus aposentos, ele encontrou Serafina sentada junto à janela, sua figura banhada pela suave luz do sol poente.
Ele caminhou silenciosamente até ela, ajoelhando ao seu lado. “Serafina,” ele sussurrou, colocando uma mão em seu joelho, esperando oferecer conforto. “Você está bem?”
Ela não respondeu de imediato, os olhos fixos no horizonte como se procurassem algum senso de paz.
“Eu estarei,” ela finalmente disse, sua voz firme, embora carregasse o peso de sua recente revelação. “É só que… eu não esperava ouvir tudo isso. Eu nunca imaginei que Arjan pudesse me odiar tanto, que ela chegaria a esse ponto.”
Raven se aproximou mais, tomando sua mão em suas e afastando uma mecha de cabelo de seu rosto. “Ela está perdida, Serafina. Consumida pela própria ganância e inveja. Nada disso foi sua culpa.”
Serafina se inclinou sobre ele, repousando a cabeça em seu ombro enquanto fechava os olhos. “Eu sei… é só que… ouvir isso dos próprios lábios dela tornou tudo real. Passei tanto tempo tentando ser uma boa irmã, tentando compensar a distância de nossos pais, mas nunca foi o suficiente para ela. Nada do que fiz foi suficiente.”
Raven apertou seu abraço sobre ela, silenciosamente prometendo protegê-la de qualquer dor futura. “Ela nunca mais vai te machucar, Serafina. Eu juro.”
Por um longo tempo, eles se sentaram em silêncio, a luz dourada do sol poente lançando um brilho quente sobre eles enquanto o vento do lado de fora suavemente agitava as cortinas.
“Acho que, no fim, isso não importa,” ela murmurou, e com isso, ela fechou os olhos…
AQUI JAZ O TÚMULO DO VOLUME 3: O Passado Trágico
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O PRÓXIMO VOLUME A NASCER É O VOLUME 4: Um Futuro Brilhante