Duque, isso dói... - Capítulo 159
- Home
- Duque, isso dói...
- Capítulo 159 - 159 O Destino dos traidores 1 159 O Destino dos traidores 1
159: O Destino dos traidores 1 159: O Destino dos traidores 1 “Meu Senhor, tenho um relato para o senhor.”
O cavaleiro se aproximou do Marquês Werner com uma profunda reverência.
“O que houve?” perguntou o Marquês, já pressentindo que algo estava errado.
“A Senhorita Jovem Arjan não foi encontrada em lugar nenhum.”
O coração de Werner deu um salto. “Como assim? Ela não foi receber seu tratamento?”
“Ela foi atendida, mas insistiu que era um desperdício mantê-la restrita sendo que era necessária em outro lugar. Então, ela partiu por conta própria.”
O olhar do Marquês se tornou gélido ao cair sobre o Conde Alaric, que estava por perto. O Conde, já uma imagem de angústia, empalideceu visivelmente sob o escrutínio.
“Conde! Se está escondendo Arjan, seria sábio entregá-la agora antes que forcemos sua mão!”
A voz do Conde Alaric tremia enquanto ele gaguejava, “Não, meu Senhor! Não faço ideia de onde Arjan esteja. De acordo com o plano, ela deveria estar ao meu lado agora mesmo…”
Mas Werner não tinha mais paciência para as desculpas do Conde. Ele se virou nos calcanhares e disparou ordens para seus homens. “Encontrem a Senhorita Jovem Arjan! Vasculhem cada canto da propriedade e as áreas ao redor! Não voltem até que ela seja encontrada!”
Os cavaleiros se dispersaram, o barulho das armaduras e passos apressados ecoando pelos corredores. Apesar dos esforços, a alvorada chegou sem sinal de Arjan. Era como se ela tivesse desaparecido no ar.
Conforme as horas se arrastavam sem nenhuma notícia, a preocupação do Marquês se aprofundava. Quanto mais o tempo passava, mais evidente se tornava que Arjan havia fugido ou encontrado um destino sombrio. O Conde Alaric e Ferdinand, já sob escrutínio, começaram a perceber que suas esperanças na assistência de Arjan estavam desaparecendo rapidamente.
Sem outras opções, o Conde e Ferdinand foram levados para a Cidade Imperial sob forte guarda. As notícias de seus crimes se espalharam como fogo, e até a hora de sua chegada, o Imperador já os aguardava; sua ira estava fora de controle.
O Imperador sempre fora um homem de paciência, mas desta vez, Ferdinand cruzou a linha. A fúria do Imperador era um espetáculo raro, mas quando vinha, varria a corte como uma tempestade.
A família Alaric, outrora orgulhosa e influente, teve seu título sumariamente retirado. Todas as suas terras, propriedades e ativos foram confiscados, reduzindo sua riqueza e poder a nada da noite para o dia. A posse privada de sua residência foi transferida para o Imperador, deixando a família apenas com as roupas do corpo.
O Conde foi condenado a passar o resto de seus dias na masmorra, um lugar tão repugnante que até os criminosos mais baixos o temiam. Seus apelos por misericórdia não foram ouvidos, as decisões do Imperador eram finais.
A queda da família Alaric foi rápida e impiedosa. O nome outrora respeitado estava agora associado à desgraça e traição, e ninguém ousava defender sua honra. O castigo do Imperador foi visto como justa retribuição pelos delitos da família, e até aqueles que antes estiveram próximos aos Alarics se distanciaram, sem querer ser manchados por sua ruína.
Quanto a Arjan, ela foi declarada uma fugitiva, seu nome adicionado à lista de criminosos procurados. Cartazes com sua imagem foram espalhados pelo Império, e uma recompensa substancial foi oferecida por sua captura, viva ou morta.
O Condado Alaric, em tempos um farol da nobreza, desmoronou num piscar de olhos, deixando para trás apenas um legado amargo.
O destino de Ferdinand Werner não foi menos sombrio. Embora alguns tivessem sugerido que seu pai, Marquês Werner, também deveria ser castigado, o Imperador mostrou clemência devido ao longo histórico de leal serviço do Marquês. Em vez disso, o Marquês foi fortemente multado, e sua propriedade ficou em ruínas financeiras.
Ferdinand, por outro lado, foi exilado para uma ilha remota, longe dos confortos de sua vida anterior. A prisão para onde foi enviado era um lugar de pesadelos — uma cela úmida e mofada onde o sol nunca brilhava, e o cheiro de decomposição estava sempre presente. As paredes eram frias, o chão um criadouro de vermes, e a comida mal servia para animais.
Para um homem que outrora viveu no luxo, aquilo era um inferno em vida. A comida da prisão era pouco mais do que mingau, insípida e insuficiente para impedir seu corpo de definhar. A cama, se é que podia ser chamada assim, não passava de uma tábua de madeira, dura e implacável, que o deixava com feridas que nunca saravam.
Mas o pior de tudo era o tratamento que recebia dos outros prisioneiros e até dos guardas. Ferdinand sempre desprezou o povo comum, mas agora estava à mercê deles. Eles o viam como uma oportunidade de despejar seu ódio à aristocracia, e o espancavam sem contenção, sabendo que os guardas fariam vista grossa.
Cada dia era uma luta pela sobrevivência, e o outrora orgulhoso Ferdinand foi reduzido a uma sombra de si mesmo. Suas feridas infeccionavam, seu corpo enfraquecia, e a dor se tornava sua única companhia. Não havia escapatória do tormento, nenhum alívio do sofrimento. Ele estava sozinho, abandonado e desprezado.
Foi em uma dessas intermináveis noites, enquanto o peso de sua miséria se tornava insuportável, que Ferdinand tomou uma decisão. Controlaria seu destino, mesmo que isso significasse acabar com sua própria vida.
Enquanto os outros prisioneiros dormiam, Ferdinand silenciosamente alcançou um caco de cerâmica quebrada que havia escondido. Não era muito, mas era afiado o suficiente para o trabalho. Sua mão tremia enquanto trazia o caco mais perto de seu pulso, o pensamento de liberdade — qualquer liberdade — impulsionando-o ao limite.
‘Apenas feche os olhos e faça’, disse a si mesmo. Mas justo quando o caco tocou sua pele, a pesada porta de ferro de sua cela rangeu aberta, o som o assustando e fazendo com que ele deixasse a peça cair. Ele rapidamente a escondeu sob o colchão de palha.
‘Quem poderia ser a esta hora?’ pensou.
Ele se esforçou para ouvir algum som, mas não havia nada. A porta estava entreaberta, o corredor além dela escuro e silencioso. Não havia guardas, nem prisioneiros — apenas a porta aberta, convidando-o a passar por ela.
Será que poderia ser? A mente de Ferdinand acelerou. Era uma armadilha? Ou seu pai finalmente veio ao seu resgate? Ele precisava saber.