Domando os Gêmeos Alfas - Capítulo 91
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91: O Vidente 91: O Vidente Aquela noite, o Ancião estava no jardim recolhendo os cacos de vasos e potes de flores. Ele havia pegado o último pedaço e amarrou o saco de lixo. Olhou para a estrada. O poste de iluminação incidia sobre um homem com tranças no cabelo. Ele caminhava tão sutilmente em sua indumentária completa de tweed vintage.
O Ancião deixou cair o saco de lixo e encarou o vidente solitário com um sentimento de admiração. Acenou para saudar sua presença e seguiu com uma reverência baixa. Ele correu para preparar seu espaço a fim de receber o vidente.
Ele havia limpo o tapete e borrifado o quarto com um leve aroma de perfume. Espiou pelo olho mágico e o gramado da frente, até a varanda, estava vazio e silencioso. Intensificou seus sentidos, mas não ouviu respirações ou passos.
Ele abriu a porta angustiado. Caminhou pelo jardim e avistou pegadas em sua porta de entrada. A porta fechou-se atrás dele e ele olhou para trás. Correu de volta para dentro para ver quem havia invadido seu espaço.
O vidente era o mestre da furtividade.
Ele abriu a porta e pendurou de volta seu sobretudo. Outra capa já estava pendurada em seu cabideiro. Ele viu o vidente sentado em um sofá, com as pernas cruzadas sobre uma almofada.
“Eu deveria te servir um chá verde,” ele fechou a porta.
“Só vivi quatro décadas, vamos lá Jack, não seja rude,” o vidente debochou.
Jack sentou-se de frente para o vidente e esperou que ele falasse. O vidente havia tomado seu tempo para meditar após encarar direto nos olhos da cabeça de javali pendurada na parede.
“Você se importa com aveia?” Jack perguntou gentilmente para não dizer nada errado. “Eu posso prepará-la imediatamente.”
“Só se sente Jack,” o Vidente advertiu. “Todos da comunidade sabem que eu detesto aveia. Se eu fosse humano, seria alérgico.”
“A que devo esta visita Vidente?” ele soou mais confiante enquanto recostava no sofá.
“Muitas coisas na verdade,” o Vidente esfregou o queixo. “Primeiro, qual é aquele cheiro fraco?”
“Ah, é só o saquê que eu espalho todas as noites,” ele estendeu os braços pelo sofá.
“Cheira como se você tivesse trazido uma moça,” o Vidente brincou, esfregando as mãos.
“Por que você pensaria isso?” Jack cruzou os braços com uma cara de raiva. “Eu pensei que você veio aqui por assuntos urgentes, não para conversas superficiais.”
“Tenha cuidado aí Jack. Cuidado com suas palavras,” o Vidente riu baixinho e abaixou as pernas da almofada.
***
“Com renegados à solta no sul, a Matilha Alfa precisa ser mais forte do que nunca,” Jack disse.
“Xander Marion está segurando a fortaleza bem até agora.” o vidente disse. “Ou sua Luna está inativa e nunca deveria ser?”
“Faye Meade precisa ser reinstalada como Luna,” Jack disse com firmeza. “Com os dois liderando a alcatéia, seus problemas deixariam de causar alarme no sul.”
“Uma Meade é Luna do sul?” o vidente perguntou surpreso. “Eu não estava na coroação do garoto Marion pelo jeito. Primeiro, era um lobo Ômega e agora ouço falar de algo mais.”
“O lobo Ômega morreu tragicamente,” os olhos de Jack ficaram tristes. “Mas com Faye Meade — com sua bênção, claro — será benéfico para a Matilha Alfa tê-la oficialmente como a Luna.”
O Vidente entrou em um espasmo. Suas pupilas deixaram de aparecer em seus olhos. Seu rosto ficou em branco. Por um breve momento, ele se perdeu em sua mente. Viu flashes de Faye em um vestido branco. Ela estava manchada com um pouco de vermelho no peito. A mancha se espalhou por todo lado. Seu flanela branca agora estava terrível e escarlate. Ela estava deitada no chão morta com um trincheira esfarrapado ao seu lado.
Ele saiu do transe. Abriu os olhos para ver Jack jogando água do copo em seu rosto. Ele afastou a vidraria na mão de Jack e se pôs de pé.
“Eu recebi uma mensagem da Deusa da Lua,” os olhos do vidente se arregalaram.
“Estou ouvindo… é a Faye?” Jack perguntou hesitante.
“Ela já é uma Luna… mas haverá condições,” ele levantou seu dedo indicador direito no rosto de Jack.
“Seja lá o que for, ela vai viver de acordo,” Jack tirou o celular do bolso para fazer uma ligação.
“Não a contate agora,” o Vidente advertiu. “Ao primeiro raio de luz, vamos ao Solar do jovem Marion.
Jack colocou o celular de volta no bolso. Ele sorriu interiormente sabendo que havia cumprido sua parte no acordo. E era questão de tempo até as notícias chegarem a Faye na mansão.
***NA MANSÃO***
Sandra ordenou que as empregadas saíssem quando Jamal entrou na cozinha. Ele estava parado na porta observando-a por um tempo até que ela se irritasse.
“Essa misteriosa encenação não é coisa sua, e você sabe,” ela disse guardando um disco na prateleira.
“Estive pensando sobre o que eu disse… no lago,” ele apoiou os braços no balcão da cozinha.
“Você foi direto ao ponto na última vez que falamos e eu segui em frente,” ela pegou uma faca do lado dele sem fazer contato visual.
“Eu posso dizer que você ainda quer falar comigo Sandra,” Jamal disse calmamente.
“Você deve ser tão delirante quanto Faye para pensar isso,” ela virou de costas com uma carranca.
“Sim, erros foram cometidos,” ele caminhou para a outra ponta do balcão para estar ao lado dela.
“Você realmente rebaixou o padrão,” ela zombou. “No início eu pensei que você estava cego pela lealdade. Agora eu vejo quem você realmente é.”
“Que é?” ele segurou a faca na mão dela.
“Um lobinho estúpido,” ela disse com firmeza nos olhos. “Não posso acreditar que eu já tive sentimentos por você.”
“Como se você me merecesse,” ele jogou a faca longe da mão dela. Fez um corte profundo na palma da mão dela. Ela sangrou profusamente. Sandra sempre foi uma curandeira lenta. Jamal sabia muito bem disso. Seus olhos brilhavam, embora ele ainda tivesse um pingo de arrependimento pela ação que não demonstrou.
“Sandra, você faz o melhor rosbife,” Joni entrou na cozinha com um prato gorduroso na mão. “O que está acontecendo?” ele viu Sandra pegando uma faca no rack e Jamal recuando como se ela fosse apunhalá-lo.
“Você é a pior pessoa,” ela atirou a faca no rosto de Jamal.
“Vá embora Delta,” Jamal disse. “Isso não é da sua conta.”
“Eu acho que é sim,” Joni colocou seu prato no balcão e pegou um guardanapo. “Sandra, se acalme,” ele passou por Jamal e ficou entre o ex-casal enfurecido.
“Saia da frente Delta,” Jamal ameaçou. “Não vou dizer de novo.”
“O que você quer fazer?” Sandra avançou e Joni agora estava atrás dela. “Cortar a palma da mão dele com uma faca também?” ela pressionou a faca no peito de Jamal. Ela estava furiosa e pronta para enfiar a faca nele se ele a atacasse ou a Joni.
“Dane-se isso,” Jamal resmungou e saiu da cozinha.
Sandra deixou a faca no balcão. Imediatamente, Joni cuidou da palma sangrenta dela.
“Vamos te limpar,” ele amarrou o guardanapo em volta da palma dela. “Parece que sua ferida não está fechando rápido.”
“É, isso acontece,” ela estremeceu quando ele apertou o torniquete. “Obrigada, Joni.”
Ela sorriu para ele e notou que ele estava olhando pela janela. Ela olhou para cima, observando a lua alta nas nuvens desertas.
“Vai haver lua cheia em breve,” Joni disse.